Morreu nesta sexta-feira, aos 72 anos, Antony Sher, um dos mais aclamados atores do teatro britânico —e preferido do príncipe Charles. O anúncio foi feito pela Royal Shakespeare Company, onde ele trabalhou por quase quatro décadas.
Sher recebeu um diagnóstico de câncer terminal no começo do ano e, desde setembro, o diretor artístico da companhia de teatro e marido do ator, Gregory Doran, esteve de licença para acompanhar os cuidados.
A Royal Shakespeare Company publicou uma nota com declarações de vários companheiros de trabalho de ator shakespeariano. "Estamos profundamente tristes com esta notícia e nossos pensamentos e sinceras condolências vão para Greg e para a família e os amigos de Antony neste momento desolador", escreveu a diretoria da companhia.
Nascido em 1949 na Cidade do Cabo, na África do Sul, o ator ingressou em 1982 na companhia de teatro e seu primeiro papel de destaque veio dois anos depois, quando ele interpretou o personagem principal em "Ricardo 3º", papel que rendeu a ele o prêmio Laurence Olivier.
Depois, ainda teve trabalhos de destaque nos papéis de rei Lear, entre 2016 e 2018, e Macbeth. Ele também participou das produções de "Tamburlaine", "Cyrano de Bergerac" e "Stanley".
Sher também dedicou parte de seu repertório às suas origens judaicas e sul-africanas, como quando adaptou para o teatro a obra de Primo Levi "É Isto um Homem?", de 2013, que narra as memórias do escritor em Auschwitz.
Seu último papel na Royal Shakespeare Company foi em "Kunene and the King", do também sul-africano John Kani, em que ele interpreta um ator com câncer terminal e reencarna a segregação racial do apartheid que viveu em sua infância na África do Sul.
Além do teatro, Sher também fez carreira no cinema e integrou o elenco de "Shakespeare Apaixonado", de 1998.
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