Descrição de chapéu Folhajus

Pilotos do avião de Marília Mendonça não fizeram uso de drogas nem passaram mal

Polícia mineira investiga agora se acidente foi causado por falha mecânica ou por erro do piloto

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Belo Horizonte

Exames toxicológicos e para detecção de doenças pré-existentes descartaram a possibilidade de que o piloto e o copiloto do avião que transportava a cantora Marília Mendonça tenham tido problemas de saúde ou feito uso de substâncias psicotrópicas, o que poderia contribuir para o acidente.

A cantora, o piloto, o copiloto e dois integrantes da equipe da artista morreram na queda do avião em que viajavam de Goiânia para o aeroporto de Piedade de Caratinga, distrito de Caratinga, município da região leste de Minas Gerais, em 5 de novembro. Marília Mendonça faria um show na cidade na noite daquele dia.

O resultado dos exames encerra uma das linhas de investigação da Polícia Civil de Minas Gerais. Outra hipótese também já descartada é de que a aeronave tenha sido atingida por arma de fogo. A polícia trabalha agora com as possibilidades de falha mecânica ou de um erro do piloto.

Os testes toxicológicos e de detecção de doenças pré-existentes foram feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) de Minas Gerais, vinculado à Polícia Civil do estado, dentro das investigações das causas do desastre. Os exames são feitos a partir da análise de fragmentos de órgãos como cérebro, pulmões e coração.

Segundo informações da Companhia Energética de Minas Gerais, a Cemig, o avião se chocou contra um cabo para-raios que protege linha de distribuição de energia que corta a região. Ainda conforme a empresa, a torre que sustenta essa linha tem altura de 38,5 metros. A estrutura, segundo a polícia civil, está fora da área de proteção do aeroporto.

O cabo para-raios se rompeu e entrelaçou, segundo a empresa, nos cabos condutores de energia da linha de distribuição. Não houve danos à estrutura da torre, de acordo com a Cemig.

A conclusão dos exames toxicológicos e para detecção de doenças pré-existentes foi anunciada pela Polícia Civil na quinta-feira (25). A perícia feita pelo IML nos corpos das vítimas apontou que todos morreram de politraumatismo, causado pelo impacto da aeronave no solo.

O avião, depois de atingir a estrutura da Cemig, caiu e parou próximo a uma cachoeira. "Não há indícios de que as mortes tenham ocorrido durante o voo", afirmou o médico-legista Thales Bittencourt, do IML de Minas.

"Além disso, foram realizados exames complementares, como toxicológico, de teor alcoólico e anatomopatológicos, que indicaram que as vítimas não estavam intoxicadas nem apresentavam doenças preexistentes que poderiam ter associação com os óbitos", prosseguiu o médico.

O delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações, Ivan Lopes Salles, afirmou que as fases seguintes das apurações vão depender do resultado das análises que o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) está fazendo nas peças do avião, trabalho que não tem prazo para ser concluído.

"A gente vai traçando hipóteses e à medida que vão sendo descartadas vamos avançando com as investigações", explicou. "Entra agora [o inquérito] numa fase de aguardar os laudos do Cenipa", disse o delegado, que reforçou as atribuições de cada envolvido nas apurações.

À Polícia Civil cabe assegurar que não houve crime no desastre. Já ao Cenipa tem como atribuição desvendar o que aconteceu para evitar que novos acidentes ocorram.

O delegado declarou que aguarda os resultados do Cenipa para, por exemplo, verificar se houve problemas com os motores da aeronave. A avaliação inicial é que o aparelho poderia estar a altitude baixa quando bateu na estrutura da Cemig.

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