Descrição de chapéu Fake News

Apple Music diz ser 'lar de Neil Young' após artista pedir para sair do Spotify

Cantor tomou decisão após ultimato sobre podcast antivacina, e agora serviço enfrenta onda de cancelamentos

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São Paulo

Nos últimos dias, o serviço de streaming Apple Music começou a divulgar em suas redes sociais —com direito a playlists e notificações no aplicativo— que é o "lar de Neil Young", cantor que pediu para ter sua obra removida do Spotify após solicitar que retirassem do ar um podcast com fake news sobre Covid-19.

O serviço está aproveitando também para destacar a música do cantor em seu app, e o streaming Tidal seguiu estratégia semelhante, comentando em suas redes oficiais. "Isso é ótimo para nós", publicaram em resposta a um tuíte.

Com a saída de Young do Spotify, o cantor diz ter perdido cerca de 60% do volume do seu streaming global, mas agradeceu à gravadora Warner por apoiá-lo na decisão. Apesar disso, o histórico de Neil Young com a Apple também não é perfeito.

Em julho de 2015, o artista retirou sua obra de todos os serviços de streaming —incluindo o Apple Music—, em uma postagem no Facebook, que não era uma questão financeira, mas sobre a qualidade do som.

"Não preciso que minha música seja desvalorizada pela pior qualidade da história da radiodifusão ou qualquer outra forma de distribuição", afirmou em um texto hoje excluído da rede social.

Na época, Young até chegou a investir em um serviço próprio, o Pono, disponibilizando seu trabalho em alta qualidade e gratuitamente, mas foi encerrado meses depois. Seu trabalho retornou para as outras plataformas no final de 2016.

Músico Neil Young segura um player Pono, em foto de novembro de 2014 - Angela Weiss/Getty Images

Enquanto isso, porém, de acordo com relatos de usuários, o Spotify tem enfrentado uma onda de cancelamentos.

Afinal, eles decidiram manter um episódio de "The Joe Rogan Experience" —o podcast mais bem avaliado do Spotify, que tem direitos exclusivos do programa— em que o apresentador entrevista o médico Robert Malone, com informações falsas sobre a pandemia e a imunização. O episódio já foi banido de plataformas como o YouTube.

O imunologista já é conhecido por protagonizar postagens criticando a vacinação infantil, além de apontar que os imunizantes causam problemas no sistema reprodutivo. À parte isso, o Spotify afirmou em comunicado já ter removido mais de 20 mil episódios de podcast com fake news sobre Covid desde o início da pandemia.

Usuários apontam que o Spotify está criando barreiras para dificultar o cancelamento de contas, com avisos de que pode haver demora nas respostas do suporte. Outros relatam que, mesmo conversando com o suporte, o atendente alega não poder ajudar.

Isso vale, porém, para quem quer excluir definitivamente a sua conta. Usuários que têm assinaturas pagas podem fazer o cancelamento diretamente pelo site, revertendo a conta para a modalidade gratuita. Enquanto isso, entusiastas criam tutoriais nas redes de como transferir seus dados e playlists para serviços concorrentes.

Vale notar que a decisão do Spotify de manter o programa de Joe Rogan tem relações com o investimento do serviço em podcasts. Segundo pesquisa da agência americana Midia Research, o streaming é o mais popular, com 31% desse mercado, enquanto o Apple Music tem uma fatia de 15%, em segundo lugar. Em 2020, porém, o Spotify tinha 33%, apontando para uma queda.

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