Descrição de chapéu Livros

Coleção Folha traz obra de Marx que demorou quase cem anos para ser publicada

Anteriores a 'O Capital', os 'Manuscritos Econômico-Filosóficos' foram lançados 49 anos após a morte de seu autor

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São Paulo

A Coleção Folha Os Pensadores traz uma obra que levou quase um século para ser publicada e conhecida pela posteridade —"Manuscritos Econômico-Filosóficos", do alemão Karl Marx, com tradução e notas de Jesus Ranieri.

Marx se tornou célebre sobretudo por obras como "Manifesto Comunista", de 1848 —escrito em parceria com o amigo Friedrich Engels—, e "O Capital", de 1867. Os "Manuscritos Econômico-Filosóficos" são anteriores tanto a esses livros quanto ao encontro com Engels.

O alemão Karl Marx, autor de 'O Capital' - Reprodução

Eles costumam também ser denominados "Manuscritos de 1844", ano em que foram escritos. Ou "Manuscritos de Paris" —o autor se radicara na capital francesa, mais precisamente, na Rive Gauche, em outubro de 1843, para editar, em conjunto com outro pensador germânico, Arnold Ruge, uma publicação que teve apenas um número, os "Anais Franco-Alemães".

Com 26 anos, Marx afirma, no prefácio dos "Manuscritos Econômico-Filosóficos", que anunciara nos "Anais" a "crítica do direito e da ciência do Estado sob a forma de uma crítica da filosofia hegeliana do direito". E que agora realizaria "sucessivamente, em diversas brochuras independentes, a crítica do direito, da moral, da política etc. e, por último, num trabalho específico, a conexão do todo, a relação entre as distintas partes, demarcando a crítica da elaboração especulativa deste mesmo material".

Um dos autores que ele cita é o britânico Adam Smith, cuja "Teoria dos Sentimentos Morais" é o volume 13 da Coleção Folha Os Pensadores.

Fragmentária e constituída de ensaios por vezes inacabados —como "Dinheiro", seu último capítulo—, a obra permaneceu quase um século inédita. Foi publicada apenas 49 anos após a morte do autor —em 1932, na União Soviética, no âmbito das "Obras Completas de Marx e Engels", cujo editor era David Riazánov. Riazánov, na época, mostrou o texto ao pensador húngaro György Lukács, que afirmou que a obra "mudou toda minha relação com o marxismo e transformou minha perspectiva filosófica".

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