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Cinema

'King's Man: A Origem' é uma comédia rasteira e faz pastiche de '007'

Ralph Fiennes é talento desperdiçado em filme no qual Matthew Vaughn não sabe separar diversão e constrangimento

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King's Man: A Origem

  • Quando Estreia nesta quinta (6)
  • Onde Nos cinemas
  • Classificação 14 anos
  • Elenco Ralph Fiennes, Harris Dickinson, Rhys Ifans
  • Produção Reino Unido, 2021
  • Direção Matthew Vaugnh

É curioso que três meses depois da estreia de "007 - Sem Tempo para Morrer", o ator Ralph Fiennes —o chefão M na série de James Bond— seja o protagonista deste "King’s Man: A Origem", que chega aos cinemas agora. Isso porque seu personagem é claramente uma cópia de 007, mas que viveu cem anos atrás.

Envolto numa conspiração para deflagrar a Primeira Guerra Mundial, o duque Orlando Oxford, papel de Phiennes, acaba criando a Kingsman, uma organização de agentes secretos que busca salvar o mundo de vilões maquiavélicos e risíveis.

Veja se a sinopse do filme não poderia se passar por uma obra baseada nas histórias de Ian Fleming. "Enquanto um grupo formado pelos piores tiranos e gênios do crime se reúne para planejar uma guerra que fará milhões desaparecerem, um homem deve correr contra o tempo para deter todos eles."

Mas a pegada aqui é mais cômica do que nos filmes de Bond, assim como nas duas outras produções da franquia, "Kingsman: Serviço Secreto", de 2014, e "Kingsman: O Círculo Dourado", de 2017. A base dos agentes é uma alfaiataria chique de Londres.

"King’s Man: A Origem", porém, é uma "prequência" que se passa no início do século passado e não traz os personagens principais da série, interpretados por Colin Firth e Taron Egerton.

Em 1914, quando o arquiduque da Áustria, Francisco Ferdinando, é vítima de um atentado em Sarajevo, seu amigo Orlando Oxford tenta fazer o seu resgate. A partir daí, o duque lutará com sua equipe –Polly, vivida por Gemma Arterton, e Shola, papel de Djimon Hounsou– contra alguns personagens históricos, como Rasputin, vivido por Rhys Ifans, Mata Hari, interpretada por Valerie Pachner, e outros inventados.

Lutará, principalmente, contra o desejo de seu filho adolescente, Conrad, papel de Harris Dickinson, em se envolver nas batalhas, uma promessa que faz à mãe do garoto antes de ela morrer.

Inspirados em uma série de quadrinhos, os três filmes até agora —o quarto está programado para 2023— foram dirigidos por Matthew Vaughn, que também produz e escreve os roteiros.

Mas não se pode dizer que Vaughn —de "X-Men - Primeira Classe", de 201— seja um diretor interessante. Se seus personagens parecem vir diretamente da lojinha dos clichês, seus filmes são competentes e corretos, têm efeitos especiais e explosões, mas sem brilho algum.

A grande aposta do filme é a veia cômica, mas existe uma linha muito tênue entre graça e pastelão, entre diversão e constrangimento, e nem sempre Vaughn transita com sabedoria nessa corda bamba. Se a cena com Rasputin na corte russa consegue arrancar algumas risadas da plateia, é difícil levar a sério a escalação de Ralph Fiennes como protagonista de uma comédia rasteira como essa.

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