Descrição de chapéu quadrinhos

'Maus' entra em lista de best-sellers da Amazon após ser retirado de escolas dos EUA

Quadrinho sobre o Holocausto é o segundo livro mais vendido neste sábado (29), segundo o site americano

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São Paulo

Depois de ter sido retirada do currículo de escolas nos Estados Unidos, a HQ "Maus" se tornou um dos livros mais vendidos da Amazon americana.

Na publicação, Art Spiegelman traz lembranças do pai, sobrevivente do Holocausto, representando judeus como ratos e os nazistas, como gatos. Ganhadora de um prêmio Pulitzer em 1992, a obra é considerada um clássico do gênero e foi traduzida para mais de 20 idiomas.

Edições americanas dos dois volumes da HQ 'Maus', de Art Spiegelman
Edições americanas dos dois volumes da HQ 'Maus', de Art Spiegelman - Mario Anzuoni/Reuters

Apesar da relevância, autoridades escolares de um condado do Tennessee, no sul dos Estados Unidos, proibiram o título por considerá-la de conteúdo "impróprio", em um novo episódio da atual guerra escolar em estados conservadores do país.

Após o episódio, ocorrido em 10 de janeiro, "Maus" surgiu no topo da lista dos mais vendidos da Amazon nas categorias ficção satírica e quadrinhos e graphic novel, além de aparecer em segundo lugar na categoria geral. O segundo volume da obra também está no ranking, que é atualizado a cada hora.

Entrevistado pela emissora CNN na quinta-feira (27), Spiegelman disse ter mergulhado em uma "confusão total" antes de "tentar ser tolerante com essas pessoas que poderiam não ser nazistas", mas "que se concentraram em algumas palavras pesadas".

Também na quinta, celebraram-se 77 anos desde a liberação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau. Por isso, o Museu do Holocausto de Washington enfatizou, em sua conta no Twitter, que "Maus" desempenhou "um papel vital" na educação sobre o Holocausto "ao compartilhar informação detalhada e pessoal das experiências de vítimas e sobreviventes".

A decisão ocorre em um contexto de questionamento dos currículos escolares em estados conservadores, que têm atacado com frequência livros sobre questões sociais como o racismo ou a identidade de gênero.

Outro clássico, "Amada", da escritora americana Toni Morrison, foi alvo de polêmica recentemente. Uma mãe do estado da Virgínia afirmou que seu filho adolescente teve pesadelos depois de ler o livro, que conta a história de uma ex-escrava que decide matar a filha para salvá-la das atrocidades da escravidão.

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