Festival de Berlim premia 'Fogaréu', filme brasileiro sobre crianças feitas escravas

Ambientado em Goiás Velho, longa-metragem ficou em terceiro lugar na mostra Panorama do evento alemão

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São Paulo

O longa-metragem brasileiro "Fogaréu", dirigido pela goiana Flávia Neves, ficou em terceiro lugar na mostra Panorama da 72ª edição do Festival de Berlim. A votação foi decidida pelo público, que deu o segundo lugar para "Klondike", de Maryna Gorbach, e consagrou como vencedor "Happiness", de Askar Usabayev.

"Fogaréu" se passa em Goiás Velho, antiga capital goiana. O filme faz uma denúncia contra famílias ricas que adotam crianças, muitas vezes com transtornos mentais, numa suposta ação de solidariedade que, com o tempo, se revela uma busca por mão de obra análoga à escravidão.

Bárbara Colen em cena do filme 'Fogaréu', dirigido por Flávia Neves e exibido no Festival de Berlim 2022
Bárbara Colen em cena do filme 'Fogaréu', dirigido por Flávia Neves e exibido no Festival de Berlim 2022 - Bananeira Filmes/Divulgação

No filme, que mescla elementos do real e do fantástico, a jovem Fernanda, papel de Bárbara Colen, de "Bacurau", retorna para a casa do tio após a morte da mãe adotiva e se vê diante de uma série de questionamentos sobre o próprio passado.

Antes de "Fogaréu", Neves dirigiu o curta-metragem "Liberdade" e a série "Amanajé, o Mensageiro do Futuro". Agora, a cineasta trabalha no seu segundo longa, "Tempo do Poder", ainda sem previsão de estreia.

Na semana passada, o carioca Bruno Ribeiro também foi premiado —ele venceu o segundo troféu mais importante entre os curtas-metragens exibidos no Festival de Berlim, o Urso de Prata, com "Manhã de Domingo". O filme retrata uma pianista negra às vésperas de um importante recital.

A obra que levou o cobiçado Urso de Ouro foi o longa-metragem espanhol "Alcarràs", de Carla Simón. O filme, ambientado na Catalunha, atravessa as questões fundiárias enfrentadas pela Espanha.

O prêmio de Simón foi o terceiro troféu principal consecutivo entregue a uma mulher nos maiores festivais de cinema do mundo. É um recorde. Nesta temporada, o Festival de Cannes premiou "Titane", de Julia Ducournau, e o de Veneza homenageou "L’Événement", sobre aborto, da também francesa Audrey Diwan.

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