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Games: Como 'Dark Souls' percorreu caminho raro e virou tendência

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São Paulo

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"Dark Souls" é um dos raros jogos que pode se gabar de ter transformado a indústria de games.

O título lançado em 2011 apenas para PlayStation 3 pelo então pouco conhecido estúdio japonês FromSoftware não foi um sucesso imediato de vendas, eclipsado por "The Elder Scrolls V: Skyrim", outro excelente RPG de ação que chegou às lojas apenas um mês depois e com um investimento em marketing muito maior.

Ainda assim, as inovações e mecânicas introduzidas em "Dark Souls" –na verdade aprimoradas, já que boa parte delas já estavam presentes em "Demon’s Souls", de 2009, também da FromSoftware– não passaram despercebidas pelos críticos e por outros desenvolvedores.

Imagem do jogo Dark Souls
Imagem do jogo Dark Souls - Bandai Namco/Divulgação

Ao ponto de hoje o jogo ser considerado um dos mais influentes do século, criando o que muitos consideram como uma categoria inteiramente nova de jogos, os "soulslike" ("como ‘souls’", em uma tradução para o português).

O feito não é inédito na indústria. Após o estrondoso sucesso de "Doom", lançado em 1993, jogos de tiro em primeira pessoa foram chamados por anos de "clones de Doom". À medida que esses "clones" foram se diversificando, abordando novos temas e explorando de formas novas as mecânicas que marcaram o jogo da ID Software, a alcunha foi perdendo força e dando lugar à sigla "FPS" ("first person shooter").

Mas, o que exatamente faz de um jogo um "soulslike"? Esse é um debate ainda vivo tanto entre desenvolvedores quanto na mídia especializada, mas ao menos três pontos são quase consensuais.

  1. Difícil, mas justo: Não existe modo fácil nos títulos da FromSoftware. Alguns veem aí um problema, já que a dificuldade pode frustrar e afastar os jogadores. Por outro lado, os fãs apontam esse como um dos elementos que tornam "Dark Souls" diferente de outros RPGs de ação, que contam com pontos de salvamento em profusão e combates menos desafiadores. Além disso, destacam que, apesar dos adversários muitas vezes serem mais fortes que o próprio jogador, o combate quase nunca é apelativo. A maioria dos inimigos assustam inicialmente, mas têm pontos fracos e momentos em que ficam com a guarda baixa, basta ao jogador saber como aproveitá-los.

  2. Risco de retrocesso: Em "Dark Souls", quando o personagem do jogador morre, ele perde todas as "almas" (que funcionam como pontos de experiência e moeda no jogo) acumuladas e não gastas até então. Se o jogador conseguir voltar ao mesmo lugar sem morrer novamente, ele pode recuperar todas as almas perdidas. Essa mecânica dá a sensação que há algo palpável em jogo a cada inimigo enfrentado e pune aqueles que jogam de forma descuidada na mesma medida que dá chance para o jogador se redimir de seus erros.

  3. Combate estratégico: Muitas vezes, o ritmo das lutas é menos intenso do que em outros títulos de ação. Para se dar bem, é necessário pensar em cada ataque, desviar das investidas inimigas e administrar o uso da sua estâmina. A pior tática em "Dark Souls" é perder a calma, apertar botões em desespero e contar que sua armadura e sua espada façam o trabalho sozinhos.

Mesmo sem nunca ter jogado um título da FromSoftware, é bem capaz que um jogador já tenha se deparado com alguma dessas mecânicas em jogos de outras desenvolvedoras como "Nioh", "Ashen", "Hollow Knight" e "Star Wars Jedi: Fallen Order".

Mas a FromSoftware não parou por aí. A empresa incorporou elementos de jogos de mundo aberto à fórmula dos seus "soulslike", misturou com uma história desenvolvida em colaboração com George R.R. Martin, de "Game of Thrones", e lançou na última sexta-feira (25) "Elden Ring".

O título foi recepcionado pela crítica de forma esmagadoramente positiva –inclusive aqui na Folha. Termos como "épico", "fantástico" e "um dos melhores jogos que já joguei na minha vida", aparecem em profusão na maioria dessas análises. Mas, se "Elden Ring" terá um impacto tão grande quanto seus antecessores na indústria, só o tempo dirá.


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dica de game, novo ou antigo, para você testar

"This War of Mine"
(PC, PS4, Xbox One, Android e iOS)

Imagem do jogo This War of Mine, da 11 bit Studios
Imagem do jogo 'This War of Mine', da 11 Bit Studios - Divulgação

Diferente de outros títulos com temática bélica, "This War of Mine" não põe o jogador no controle de um soldado ou comandante de um Exército, mas no papel de um grupo de civis tentando sobreviver em uma cidade sitiada. Lançado em 2014, o jogo foi inspirado no cerco de Sarajevo, durante a Guerra da Bósnia, de 1992 a 1995, e mostra o sofrimento e a miséria que atinge os civis em meio a uma guerra.

Após a invasão russa à Ucrânia, o estúdio polonês 11 Bit, desenvolvedor do jogo, anunciou que todo o lucro obtido com o game e suas expansões até 3 de março será doado para a Cruz Vermelha da Ucrânia como forma de ajudar as vítimas da guerra.

O jogo está disponível nas plataformas Steam e Epic Games (R$ 36,99) para PC. Também há versões para PS4 (em promoção, R$ 20,98) e Xbox One (R$ 59) e dispositivos Android (R$ 46,99) e iOS (R$ 79,90).


Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • Em um comunicado publicado em suas redes sociais, o estúdio baseado em Kiev GSC Game World, desenvolvedor da série "S.T.A.L.K.E.R", pediu a todos os "colegas da indústria de videogames" que ajudem na luta contra a invasão russa no país e enviem recursos para um fundo de ajuda às Forças Armadas da Ucrânia.

  • Segundo o site Videogames Chronicle, o CEO da Eletronic Arts, Andrew Wilson, afirmou em um reunião interna que a licença da Fifa era "um impedimento" para que a empresa alcançasse as próprias ambições em sua série de jogos de futebol. O atual acordo entre a empresa e a Fifa acaba após a Copa deste ano, no Qatar.

  • A BioWare revelou em um post no seu blog que está desenvolvendo novos jogos das séries de RPG "Dragon Age" e "Mass Effect". Segundo o comunicado, o novo "Dragon Age" já está em fase de produção. Para o novo "Mass Effect" os fãs terão de esperar mais, já que o título ainda está nas fases iniciais de concepção.

  • Os jogos gratuitos de março do serviço PS Plus foram revelados pela Sony. Estão na lista o jogo de corrida "Sonic Team Racing" (PS4), o título de sobrevivência "Ark: Survival Evolved" (PS4), o jogo de ação "Ghostrunner" (PS5) e a expansão multiplayer "Legends", de "Ghost of Tsushima" (PS4 e PS5).

    ​ ​​
  • A Capcom anunciou que "Street Fighter 6" está em desenvolvimento. O trailer apresentado pela desenvolvedora japonesa, no entanto, recebeu críticas por usar um visual mais realista do que títulos anteriores da série.​

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

1º.mar

  • "Puzzle Quest 3": sem preço definido (PC, Android, iOS)
  • "Shadow Warrior 3": R$ 139 (PC), R$ 184,95 (Xbox One), R$ 264,90 (PS4)

3.mar

  • "Babylon's Fall": R$ 299,90 (PC, PS 4/5)

4.mar

  • "Gran Turismo 7": R$ 299,90 (PS 4/5)
  • "Triangle Strategy": R$ 299 (Switch)

Promoção:


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Colaborou Victor Lacombe

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