A$ap Rocky estreou no Brasil, no palco da edição paulistana do Lollapalooza, com público digno de um astro. Após uma introdução com "Grim Freestyle" —que contou com a participação de homens encapuzados— ele iniciou a apresentação, na noite de sábado (26) com a música "A$ap Forever", presente no seu último álbum, de 2018.
O show que começou começou com atraso —estava programado para durar cerca de uma hora e 15 minutos—, terminou antes do previsto, durando cerca de 50 minutos.
Logo nos minutos iniciais, ele emendou o hit "Praise the Lord (Da Shine)", uma parceria sua com o rapper britânico Skepta. A música acumulou milhões de views no Youtube, e é uma das únicas do último disco.
Seu maior sucesso, "Fuckin' Problems", ele dedicou às mulheres. A canção foi lançada em 2012 em parceria com Drake, Kendrick Lamar e 2 Chainz —naquela época o cantor fazia parte do A$AP Mob, coletivo de rappers do bairro nova-iorquino do Harlem.
Logo após pegar a bandeira do Brasil e cantar "Pick it Up", outro hit, o público puxou um coro de "Fora, Bolsonaro", que foi correspondido com gritos de "yo" pelo cantor.A$AP
Rocky fez um show repleto de efeitos espaciais, com fumaça, fogo e fogos de artifício e papel picado saindo do palco. Em "L$D", trap arrastado e psicodélico que é um de seus hits, pólvora caiu sobre o público que estava mais perto e nas laterais do palco, deixando inclusive o local com um cheiro ruim.
Durante a música "Lord Pretty Flancko Jodye 2", presente no último disco, sinalizadores vermelhos foram acesos no meio do público.
Antes de tocar "Yamborghini High", hit da mixtape "Cozy Tapes Vol. 1: Friends", de 2016, Rocky homenageou o amigo e integrante da A$AP Mob, o A$AP Yams. Ele foi fundador do coletivo, em 2006, e trabalhou como produtor executivo dos lançamentos do grupo até a morte, em 2015, aos 26 anos.
Num dos momentos mais "gangsta" –o estilo de rap mais conectado às ruas– do show, ele cantou "Doja", cheia versos cheios de palavrões e referências à cantora Doja Cat —na letra, $Not afirma ter dormido com a cantora. A rapper, que subiu ao palco do Lollapalooza na noite de sexta (25), chegou a comentar a música no Twitter. "Transou com quem?", ela escreveu, com ironia.
A$AP Rocky cortou músicas e emendou umas nas outras. Antes de cantar um trecho de "Plain Jane", do parceiro A$AP Ferg, ele puxou um trecho de "Slob on My Knob", música do Three 6 Mafia. O grupo é conhecido pelo estilo sombrio de rap dos anos 1990, o "dirty south", feito no sul dos Estados Unidos, e um dos pais do trap –subgênero do qual Rocky é um dos ícones mundiais atualmente.
A certa altura, o público gritou o nome de Rihanna, que está grávida de um filho do rapper. Ele não pareceu ter entendido os gritos, mas saudou a plateia brasileira.
O setlist, encurtado em relação ao que ele mostrou nas edições chilena e argentina do Lollapalooza, ainda teve espaço para músicas como "Wild for the Night". Mas o fim abrupto deixou de fora músicas conhecidas como "Love$ick", parceria dele com o cantor Mira Masa.
Antes do tempo previsto, Rocky finalizou o show com "Everyday", hit com participação de Rod Stweart. Mas ainda teve tempo de botar seu DJ para tocar "R.I.P.", música do trapper Playboi Carti, e apareceu no palco jogando garrafinhas de água para o público.
Rocky desembarcou no país como um dos principais nomes desta edição do festival. É um indicativo de um bom momento de sua carreira, já que nos últimos anos o evento preocupou em trazer rappers consagrados mundialmente —caso de Kendrick Lamar, em 2019, e de Wiz Khalifa e Chance The Rapper, em 2018, por exemplo.
Rocky é um dos grandes astros do trap, o subgênero mais pop do rap, que usa AutoTune e batidas eletrônicas. Ele também é conhecido pelos clipes extravagantes e virou ícone de moda e estilo —temas que são constantes nas suas letras, cheias de falas sobre ostentação e citações a marcas de luxo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.