Alain Delon quer eutanásia e pede ajuda ao filho para acabar com a própria vida

Ator francês de 86 anos, que sofreu um AVC em 2019, afirmou ser a favor de adotar a prática no futuro

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São Paulo

O ator francês Alain Delon decidiu interromper a própria vida de forma voluntária e pediu ao filho, o também ator Anthony Delon, que o ajudasse a organizar a sua eutanásia num futuro próximo.

A informação foi revelada por Anthony Delon durante uma entrevista à emissora francesa RTL nesta semana. O ator de 86 anos, que sofreu um acidente vascular cerebral em 2019, havia afirmado anteriormente que seu estado de saúde vinha piorando, o que o impedia de continuar a carreira de ator.

O ator francês Alain Delon
O ator francês Alain Delon - Thomas Samson-5.dez.2011/AFP

Em 2014, Delon sofreu uma arritmia cardíaca e precisou ser internado às pressas. Dois anos antes, ele tinha feito uma cirurgia no coração após ser hospitalizado pelo mesmo motivo. Em entrevistas recentes, ele já havia afirmado que a morte não era um de seus medos e que de a eutanásia "é a coisa mais lógica e natural que existe".

A mãe de Anthony Delon e mulher de Alain, Nathalie Delon, também havia optado pela eutanásia quando descobriu que estava com um câncer no pâncreas. Ela acabou morrendo antes do procedimento, em janeiro de 2021, aos 79 anos.

A eutanásia, prática que promove uma morte indolor e geralmente é solicitada por pacientes em estado terminal, para aliviar sofrimentos causados por doenças, é legalizada em países como Bélgica, Holanda e Suíça, onde o ator vive atualmente. No Brasil, o procedimento é ilegal.

Alain Delon é um rosto conhecido do cinema europeu e foi galã de filmes nas décadas de 1960 e 1970, protagonizando títulos como "Rocco e Seus Irmãos", de 1960, "O Leopardo", de 1963, e "O Samurai", de 1967. Seu último trabalho foi em "Toute Ressemblance", em 2019.

Naquele ano, recebeu uma Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes —a entrega do prêmio ao ator, que já disse ter dado tapas em mulheres e é entusiasta da direita francesa, foi contestada por movimentos como o MeToo na época.

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