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Coleção Folha publica obra de Émile Durkheim sobre seu método sociológico

Nesse manifesto, um dos pais da sociologia reivindica seu status como ciência autônoma, como a física e a química

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São Paulo

A Coleção Folha Os Pensadores traz uma obra fundamental da sociologia –"As Regras do Método Sociológico", de Émile Durkheim, em tradução de Maria Ferreira.

Nascido em Épinal, no nordeste da França, em 1858, de família judia, Durkheim foi colega do filósofo Henri Bergson, morto em 1941, e do líder socialista Jean Jaurès, morto em 1914, como aluno da Escola Normal Superior de Paris. Estudou sociologia na Alemanha e lecionou na Sorbonne. Abalado pela perda do filho André no front da Primeira Guerra Mundial, em 1915, morreu dois anos depois, em Paris.

O sociólogo francês Émile Durkheim - Reprodução

Se Durkheim hoje é visto como um dos "pais" da sociologia moderna, isso se deve muito àquele que é considerado seu "manifesto sociológico" –"As Regras do Método Sociológico", publicado em 1895, entre "Da Divisão do Trabalho Social", de 1893, e "O Suicídio", de 1897.

Durkheim reivindica para a sociologia o caráter de ciência autônoma. Assim, advoga a utilização de método científico no estudo sociológico e deseja também diferenciar a disciplina em relação a áreas como a filosofia e a psicologia.

"Estamos tão pouco habituados a tratar os fatos sociais cientificamente que algumas das proposições contidas nesta obra podem surpreender o leitor", adverte, no prefácio à primeira edição da obra. "Todavia, se existe uma ciência das sociedades, deve-se esperar que ela não consista em uma simples paráfrase dos preconceitos tradicionais, mas nos mostre as coisas de modo diverso de como aparecem ao homem comum; pois o objeto de toda ciência é fazer descobertas, e toda descoberta desconcerta mais ou menos as opiniões aceitas."

Já no prefácio à segunda edição, ele pede que "o sociólogo se coloque no mesmo estado de espírito em que estão físicos, químicos, fisiologistas, quando penetram em uma região ainda inexplorada de seu campo científico". "Ao penetrar no mundo social é preciso que ele tenha consciência de que penetra no desconhecido; é preciso que se sinta diante de fatos cujas leis são tão insuspeitas quanto podiam ser as da vida, quando a biologia ainda não se constituíra; é preciso que esteja preparado para fazer descobertas que o surpreenderão e o desconcertarão."


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