Descrição de chapéu Artes Cênicas

Festival de Curitiba é tema de exposição com centenas de fotos de Lenise Pinheiro

Mostra traz imagens de todas as edições do evento, que celebra 30 anos em 2022 e volta a acontecer presencialmente

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São Paulo

Espalhadas por Curitiba, centenas de fotos de alguns dos espetáculos mais emblemáticos do país dos últimos 30 anos estampam quadros, lambe-lambes e até tecidos na mostra "Viva! 30 Anos por Lenise Pinheiro", que acontece entre os dias 29 de março e 29 de abril.

Parte da programação da 30ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, a exposição traz registros de momentos históricos do evento capturados por Lenise Pinheiro, como a da primeira peça em que Fernanda Montenegro e Fernanda Torres contracenaram juntas —"The Flash and Crash Days", dirigida por Gerald Thomas e apresentada no Festival em 1992, com cenas de masturbação e sexo entre as atrizes, que são mãe e filha.

A fotógrafa registrou todas as edições do Festival, é especializada em cobertura de artes cênicas e publica imagens do evento na Folha​ desde 1998.

A mostra reúne 408 fotos de cenas marcantes do Festival, que neste ano volta ao presencial, após a edição online do ano passado, e celebra as três décadas de existência, com uma série de shows, oficinas, palestras, exibição de filmes, lançamentos de livros, debates, performances, estreias, pré-estreias e, sobretudo, remontagens de peças que marcaram o evento nesse período.

As fotos de Pinheiro estarão dispostas em lugares emblemáticos da capital paranaense, como Teatro Guaíra, Museu Oscar Niemeyer, Teatro Paiol, Teatro da Reitoria e outras salas do festival.

"Viva! 30 Anos por Lenise Pinheiro" propõe uma imersão não só na carreira da fotógrafa, como também na história do festival, considerado a principal mostra teatral do país, com imagens de todas suas edições —até mesmo a online, que ocorreu em meio ao isolamento social provocado pela pandemia.

"As fotos [da exposição] são como um grande mosaico e conseguem mostrar como o teatro brasileiro é plural e versátil", diz Pinheiro. "Está sendo ótimo fazer parte dessa história."

Com milhares de fotos do evento, ela conta que foi difícil selecionar o que entraria para a mostra e levou em consideração dois aspectos de seleção: o estético, no qual ela diz que "a foto que fala por si mesma", e o da evolução do artista, em termos cronológicos.

Mulher gesticula sentada num banquinho
A atriz Gheuza em 'Angú de Sangue', de 2007 - Lenise Pinheiro

Muitas das imagens passaram por tratamento e foram ampliadas em laboratório. "Eu não tive problemas para encontrar material. Mas enviei muitos filmes negativos para o laboratório."

Ela explica que nesses 30 anos, além das mudanças do setor teatral —diante da revelação de novos talentos, criação de projetos de incentivo governamentais e cenário cultural—, seu trabalho passou por muitas transformações, que vão desde as maneiras de catalogar seu acervo até as estéticas das fotos teatrais.

Pinheiro diz ainda que tem planos de publicar um livro com o material da exposição. Esse seria seu terceiro volume. Em 2008, ela publicou "Fotografia de Palco"; em 2014, "Teatro Oficina: Fotografias" e; em 2015, "Fotografia de Palco 2".

Dois homens cobertos de lama. Um deitado nos joelhos do outro
Os atores Gustavo Vaz e Armando Babaioff em 'Tom na Fazenda', em 2018 - Lenise Pinheiro

"Eu tenho um carinho imenso pelo Festival de Curitiba. E a edição deste ano está com um sabor muito especial", afirma Pinheiro. "Já fiz outras exposições no evento, mas essa aqui tem realmente um caráter de registro histórico."

As apresentações da 30ª edição do Festival acontecem entre os dias 28 de março e 10 de abril, com nomes como Mateus Solano, Vladimir Brichta, Júlia Lemmertz, Denise Fraga, Guta Stresser, Luís Melo, Deborah Colker, Denise Stoklos, Nicole Puzzi, Rosana Stavis e Edson Bueno.

Entre os destaques, há a estreia de "G.A.L.A", monólogo de Gerald Thomas que traz uma mulher, vivida por Fabiana Gugli, sozinha num barco à beira do naufrágio em tempos pandêmicos. E ainda a pré-estreia de "Tudo", de Guilherme Weber, com três fábulas de comédia dramática, e "A Aforista", inspirada em Thomas Bernhard e com direção de Marcos Damaceno.

Há também peças que fizeram sucesso em edições anteriores e retornam com nova roupagem. É o caso de "O Casamento", da companhia Os Fodidos Privilegiados, "Conselho de Classe", da Cia. dos Atores, e "Till, A Saga de um Herói Torto", do Grupo Galpão.

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