Mario Frias será candidato a deputado federal pelo PL, partido de Bolsonaro

Secretário Especial da Cultura deve deixar a pasta em abril e vai disputar votos com Eduardo Bolsonaro, filho do presidente

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São Paulo

Mario Frias, secretário especial da Cultura, anunciou neste sábado sua pré-candidatura a deputado federal por São Paulo. Ele teve sua ficha de filiação ao Partido Liberal, de Jair Bolsonaro, assinada pelo presidente.

O secretário Especial da Cultura, Mario Frias, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL)
O secretário especial da Cultura, Mario Frias, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) - Reprodução/Twitter

Frias publicou nas redes sociais fotos ao lado de Bolsonaro. "Sinto um profundo orgulho da confiança que o senhor deposita em mim. Nova missão, mas o mesmo ideal, por isso aceito. Isso que importa. Obrigado, presidente", escreveu.

O secretário, que deve deixar a secretaria no começo de abril para ser candidato, como determina o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disputará votos em São Paulo com o deputado Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP), filho do presidente.

A pasta atualmente de Frias, após sua saída, será comandada pelo sexto secretário durante o governo Bolsonaro. A lista de nomes que passaram pelo cargo inclui Regina Duarte e Roberto Alvim.

O anúncio da candidatura do ex-ator da Globo já era esperado, e ele não deve ser o único da Secretaria Especial da Cultura, que concentra parte da ala ideológica do governo. Conforme a Folha revelou na semana passada, o número dois de Frias, o secretário-executivo André Porciuncula, negocia para sair para deputado estadual pela Bahia, também pelo partido do presidente.

Outro nome desse núcleo mais radical do governo, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, também deve se lançar a deputado federal por São Paulo —e também pelo PL. "Estou cumprindo a missão que me foi dada pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, transformando pela primeira vez a Fundação Palmares numa verdadeira fundação cultural", ele disse ao jornal.

Na última semana, ele inclusive publicou a manchete da reportagem da Folha no Twitter. "Nós mudamos a cultura. A partir de 2023, ajudaremos nosso PR a avançar com as mudanças no Brasil. Se Deus quiser", escreveu. ​

Camargo acumula divergências com o movimento negro e toma decisões questionadas na Justiça desde que está no comando da Palmares, em 2019. Depois de chamar Moïse Kabagambe, ​congolês espancado até a morte no Rio de Janeiro, de vagabundo, ele agora será investigado pela Justiça Federal por assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários da instituição que comanda.

​Mario Frias divulga a candidatura logo após um episódio que repercutiu mal dentro e fora do governo. No mês passado, foi revelada uma viagem do secretário a Nova York que somou gastos equivalentes a 13 vezes o teto da Lei Rouanet para cachês de artistas.

Como a Folha mostrou, dados do Portal da Transparência revelam que foram gastos R$ 39 mil para tratar de "projeto de cultura envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte" com o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie.

Frias tem como principal bandeira a reestruturação da Lei Rouanet, que incentiva artistas —a quem ele já se referiu de forma pejorativa como "mamadores da Rouanet". Atualmente, a Rouanet sofre uma das maiores modificações nos seus 30 anos de existência. A diminuição no teto dos cachês é de mais de 93% em relação ao que era permitido até então, de R$ 45 mil.

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