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Oscar 2022: saiba a que filmes assistir e o que evitar segundo críticos da Folha

De 'Belfast' a 'Drive My Car', número de indicações não é garantia de qualidade dos filmes para eles

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São Paulo

A cerimônia do Oscar 2022 acontece no próximo domingo (27) com fortes competidores, desde o silencioso faroeste "Ataque dos Cães" e o sensível "No Ritmo do Coração" —dois queridinhos ao maior prêmio da noite— até as propostas mais conceituais, mas não menos elogiadas, do japonês "Drive My Car" e da comédia romântica de "Licorice Pizza".

A estatueta do Oscar em exibição no tapete vermelho do Dolby Theatre em Hollywood - Mark Ralston/AFP

Mas as escolhas da Academia nem sempre coincidem com os favoritos do público —vide a opção da entidade de abrir uma votação popular nas redes sociais para dar mais espaço a sucessos como "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa". E, sobretudo, com as escolhas da crítica.

Em meio às dezenas de filmes em competição, separamos os mais recomendados pelos críticos da Folha para que, nesses momentos finais, o leitor saiba quais títulos vale correr para assistir antes da cerimônia.

Muitos deles, aliás, já estão no streaming, estrearam recentemente ou seguem em cartaz nos cinemas. A lista é organizada segundo as cotações dadas pelos críticos, da pior para a melhor.

'Belfast': Ruim

Vencedor do Festival de Toronto no ano passado, o longa de Kenneth Branagh sobre o conflito entre católicos e protestantes na Irlanda visto pelos olhos de uma criança recebeu a pior avaliação do crítico Inácio Araujo. Seu entendimento é que o filme não chega a lugar algum e, enquanto isso, ainda é recheado de filmagens ostensivas, cafonas e cheias de firulas, que não ajudam a conectar os temas propostos pela história, como a guerra religiosa, o desemprego, a vizinhança ou a paixão do protagonista por uma colega.

Em cartaz nos cinemas.

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor roteiro original, melhor ator coadjuvante para Ciarán Hinds, melhor som, melhor direção, melhor canção original e melhor atriz coadjuvante para Judi Dench.

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'Apresentando os Ricardos': Bom​

Para o crítico Tony Goes, essa cinebiografia da estrela da série americana "I Love Lucy" cumpre sua tarefa ao dar detalhes íntimos da protagonista Lucille Ball com seu marido, o músico cubano Desi Arnaz. Mas não vai muito além disso, já que não faz jus às estrelas que retrata, nem é capaz de conquistar aqueles que não conhecem os personagens ou não têm especial interesse pelos meandros da televisão americana da década de 1950.

Disponível no Amazon Prime Video.

Indicado ao Oscar de melhor atriz para Nicole Kidman, melhor ator para Javier Bardem e melhor ator coadjuvante para J.K. Simmons

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'No Ritmo do Coração': Bom

Premiado em Sundance, a versão americana da comédia francesa "A Família Bélier" estreou nos cinemas brasileiros em setembro de 2021, antes dos holofotes do Oscar. Na época, Inácio Araujo classificou o trabalho como agradável e inofensivo, uma boa busca por conforto em meio à pandemia. De lá para cá, o trabalho ganhou outros prêmios e se tornou um queridinho da cerimônia. Para o crítico, muito do seu charme se deve à atriz principal, Emilia Jones —que vive a única pessoa capaz de ouvir numa família de surdos—, e aos bons personagens.

Disponível no Amazon Prime Video

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor ator coadjuvante para Troy Kotsur e melhor roteiro adaptado

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'O Beco do Pesadelo': Bom

O crítico Sérgio Alpendre considerou o novo longa de Guillermo del Toro um retorno à sua boa forma, após trabalhos irregulares como "A Forma da Água" —que ganhou o Oscar de melhor filme em 2018— e "A Colina Escarlate". Este remake que não se prende ao filme noir que o inspirou vale pela capacidade única de retratar o mal-estar do mundo e a falência moral de uma sociedade. Mas Cate Blanchet, em particular, não está à altura de seu talento e do que o seu papel de psicanalista femme fatale pede, prejudicando o final do longa.

Em cartaz nos cinemas e no Star+

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor figurino, melhor fotografia e melhor direção de arte

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'King Richard: Criando Campeãs': Bom

Segundo o crítico Sandro Macedo, Will Smith é o grande trunfo dessa cinebiografia que mostra a jornada das tenistas Venus e Serena Williams, mas protagonizada pelo o pai delas. A entrega do ator ao drama e mesmo a sua transformação física deve brilhar os olhos da Academia. Por outro lado, é um trabalho chapa-branca, e apesar de mostrar a dura rotina, o sacrifício, a luta social e racial das irmãs para se tornarem grandes esportistas, não consegue fugir do convencional.

Nos cinemas, na HBO Max e disponível para aluguel ou compra no YouTube, no Google Play e na Apple TV.

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor ator para Will Smith, melhor atriz coadjuvante para Aunjanue Ellis, melhor roteiro original, melhor canção original para "Be Alive" e melhor montagem

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'Amor, Sublime Amor': Bom

A versatilidade e vigor do trabalho de Steven Spielberg estão presentes nessa incursão do diretor pelo gênero do musical, num remake de um clássico de 1961. Mas, pontua o crítico Sérgio Alpendre, este não é o grande musical que o cinema contemporâneo está precisando. A comparação entre as duas versões é inevitável, mas a de agora ganha pontos pela produção mais espalhafatosa, som Dolby da melhor qualidade, movimentos de câmera grandiosos e atuações intensas.

Disponível no Disney+

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor direção para Steven Spielberg, melhor atriz coadjuvante para Ariana DeBose, melhor figurino e melhor som

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'Ataque dos Cães': Bom

O filme com mais indicações do Oscar desse ano, 12 ao todo, não é o favorito do crítico Inácio Araujo. Entusiasta de faroestes, ele destaca como o filme sabe navegar pela ressaca do fim desse gênero e de seus símbolos, mostrando a faceta gay do caubói machão. Isso, porém, não é o essencial do filme. A diretora Jane Campion tece com elegância a história de uma pérfida vingança que contrasta com a beleza das paisagens que embalam os personagens solitários.

Disponível na Netflix

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor direção para Jane Campion, melhor ator para Benedict Cumberbatch, melhor atriz coadjuvante para Kirsten Dunst, melhor ator coadjuvante para Jesse Plemons e para Kodi Smit-McPhee, melhor trilha sonora, melhor som, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor montagem e melhor direção de arte

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'007 - Sem Tempo para Morrer': Muito bom

Daniel Craig se despediu do papel do agente James Bond com dignidade, elegância e respeito ao mito, na avaliação de Sandro Macedo. Este último trabalho, que está sendo reconhecido pela Academia mais pelos seus aspectos técnicos, é um prato cheio para quem busca referências a filmes anteriores do 007, com diversos momentos nostálgicos. Ao mesmo tempo, modernizando a saga ao mostrar as mulheres em pé de igualdade com o agente.

Disponível para compra ou aluguel no YouTube, no Google Play, na Apple TV e no Now

Indicado ao Oscar de melhor som, melhor canção original para "No Time to Die" e melhores efeitos especiais

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'Licorice Pizza': Muito bom

Sérgio Alpendre não titubeia ao considerar esta a maior obra de Paul Thomas Anderson até agora. A opinião é polêmica, vide a legião de fãs do diretor americano responsável por pérolas como "Trama Fantasma" e "O Mestre". Mas o crítico, fã de trabalhos como "Boogie Nights" e "Sangue Negro", louvou o filme por sua aproximação com a obra de Richard Linklater, de "Jovens, Loucos e Rebeldes", já que trata-se de uma comédia romântica protagonizada por dois jovens desajustados. Os momentos deliciosos do filme, para ele, retomam a "melodia do olhar", citando o americano Nicholas Ray.

Em cartaz nos cinemas

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro original.

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'Não Olhe para Cima': Muito bom

Quando chegou ao streaming, "Não Olhe para Cima" recheou a internet com memes e comparações com a vida real —a história de um mundo à beira de uma catástrofe pareceu ter muito a ver com os dias de hoje. E para Inácio Araujo, apesar dos excessos, é um filme que se vê com prazer. Em um tom burlesco, o diretor Adam McKay faz uma sátira em um mundo repleto de negacionistas, onde tudo é rebaixado à redes sociais e aos likes, e em que a política é um espetáculo vagabundo. Apesar de o elenco trazer nomes como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence e Meryl Streep, o filme não concorre em categorias de atuação.

Disponível na Netflix

Indicado a melhor filme, melhor roteiro original, melhor montagem e melhor trilha sonora original

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'Fuga': Ótimo

Chegando aos filmes que receberam a nota máxima dos críticos, "Fuga" se destaca por ser uma animação e documentário ao mesmo tempo —e concorre em ambas as categorias, além de filme internacional pela Dinamarca. O filme abriu o festival É Tudo Verdade de 2021 e, na época, foi saudado pelo crítico Inácio Araujo por nos dar a ver a situação de refugiados, que perdem de maneira absoluta o controle de suas vidas, em favor de traficantes, policiais corruptos etc. O destaque vai sobretudo para o poder da animação em nunca deixar o público indiferente, nos fazendo ver as atrocidades sem mostrá-las. Infelizmente, o trabalho não estreou nos cinemas brasileiros nem está em nenhum streaming.

Ainda sem previsão de estreia

Indicado a melhor filme internacional, melhor documentário em longa-metragem e melhor animação

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"Fuga" foi vencedor do Festival Sundance de Cinema na categoria Melhor Documentário
Cena do filme 'Fuga', que concorre a três estatuetas do Oscar - Divulgação

'A Filha Perdida': Ótimo

Já para Teté Ribeiro, a adaptação do livro da italiana Elena Ferrante por Maggie Gyllenhaal foi o melhor filme de 2021. O trabalho, que acabou chegando direto no streaming no Brasil, foi classificado por ela como "original, profundo, bem realizado, tão agradável quanto desconfortável de ver, um thriller psicológico de primeira". Feminista e feminino, o longa se destaca pela protagonista complexa, uma mulher para quem a maternidade é um assunto incômodo, cujas contradições são exploradas em uma série de flashbacks.

Disponível na Netflix

Indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado, melhor atriz para Olivia Colman e melhor atriz coadjuvante para Jessie Buckley

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'Drive My Car': Ótimo

O crítico Inácio Araujo aponta que o tema desse último e complexo filme de Ryusuke Hamaguchi se resume ao seguinte —não somos apenas um; somos ao menos dois. A trama que se passa na maior parte na cidade de Hiroshima ("um verdadeiro monumento à destruição e à memória"). É lá que se desenrola a relação entre um diretor de teatro e a sua motorista, que o conduz em seu Saab vermelho. A presença silenciosa dela, bem mais jovem, leva o protagonista a compreender e processar traumas do passado. O filme japonês, que tem colhido uma recepção muito positiva, tem chances de levar o grande prêmio e repetir o efeito arrebatador do sul-coreano "Parasita" na cerimônia de 2020.

Em cartaz nos cinemas e, a partir de 1º de abril, na Mubi

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor direção, melhor roteiro adaptado e melhor filme internacional.

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'Duna': Ótimo

Entre os filmes mais bem avaliados pelos críticos da Folha, "Duna" se destaca por estar indicado a dez estatuetas —ainda que, nos bastidores, a apreciação final pela Academia seja incerta. Para o crítico Ivan Finotti, o longa baseado na obra-prima de Frank Herbert é deslumbrante, e mostra como o diretor canadense Denis Villeneuve —de "A Chegada" e "Blade Runner 2049"— consegue se superar. Essa ficção científica espacial adapta a primeira metade do romance original e já tem uma continuação sendo produzida. Com um visual grandioso e minimalista, a música, entre militar e fúnebre, é outro ponto alto de "Duna" para Finotti.

Nos cinemas, na HBO Max e disponível para compra e aluguel no Amazon Prime Video, no Google Play e na Apple TV

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor figurino, melhor trilha sonora, melhor som, melhor roteiro adaptado, melhor cabelo e maquiagem, melhor montagem, melhores efeitos especiais, melhor fotografia e melhor direção de arte

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