Relembre as polêmicas de Mario Frias, como a viagem de R$ 39 mil a Nova York

Secretário da Cultura, que deixou pasta nesta semana, também insinuou que ator Paulo Gustavo não morreu de Covid

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São Paulo

Viagem de R$ 39 mil para Nova York. Post afirmando que ativista negro deve tomar "um bom banho". Arma na cintura em ambiente de trabalho. Essas são apenas três das diversas polêmicas com as quais o agora ex-secretário especial da Cultura Mario Frias se envolveu nos quase dois anos em que ficou à frente da pasta.

Outrora galã de "Malhação", Frias deixou o cargo nesta quinta-feira para se lançar deputado federal pelo PL de São Paulo.

O ex-secretário da Cultura Mário Frias em cerimônia no Planalto
O ex-secretário da Cultura Mário Frias em cerimônia no Planalto - Antonio Molina /Fotoarena/Folhapress

Viagem de R$ 39 mil a Nova York

A mais recente controvérsia, que causou desgaste à sua imagem, foi a ida a Nova York para tratar de um projeto audiovisual, do qual pouco se sabe, com o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie.

Ao custo de R$ 39 mil aos cofres públicos, por uma estada de cinco dias e agenda quase sem compromissos, o valor da viagem é o equivalente a 13 vezes o cachê de um artista que se apresenta com verbas obtidas via Lei Rouanet, estipulado por sua gestão em R$ 3.000.

Insinuação de que Paulo Gustavo não morreu de Covid

Pouco depois, Frias insinuou numa live que o ator Paulo Gustavo não morreu de Covid, embora sua morte por essa causa tenha gerado uma comoção nacional durante a pandemia. O secretário disse que telefonou para uma amiga do comediante quando ele ainda estava internado na UTI e que ela teria dito a ele que o problema do ator não era Covid havia muito tempo.

Ativista negro deveria tomar um 'bom banho'

Frias não desrespeitou só os atores. No ano passado, ele disse no Twitter que o historiador pernambucano Jones Manoel, um homem negro com cabelo em estilo black power, tinha que tomar "um bom banho". Após a repercussão negativa, Frias tentou se justificar, associando sujeira com a militância comunista de Manoel e não com seu cabelo.

"Toda pessoa suja precisa tomar banho e não existe pessoa mais suja do que aquela que deseja e celebra a morte de um chefe de Estado democraticamente eleito enquanto louva um genocida como Stálin", escreveu, em resposta ao historiador, que havia dito anteriormente que já tinha comprado fogos para uma eventual morte do presidente Jair Bolsonaro.

Quem é Lina Bo Bardi?

Dois meses antes desse episódio, em maio, o secretário foi à Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza sem saber quem era a grande estrela do evento —a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, autora de obras que entraram para a história por sua importância, como o Masp, o Museu de Arte de São Paulo, e o Sesc Pompeia, também na capital paulista.

"Eu não conheço nada, desculpa! Me ajude", afirmou Frias, quando uma repórter da Folha perguntou a ele o que ele achava da homenagem à arquiteta.

​Arma no gabinete

Na mesma época, veio à tona a informação, também antecipada pela Folha, de que Frias ia armado para seu gabinete, em Brasília, deixando o revólver à mostra na cintura. Ele também gritava com servidores e terceirizados, de acordo com diversos relatos, num volume tão alto que podia ser ouvido de longe. No Planalto e no resto da Esplanada, a Secretaria Especial da Cultura ficou conhecida como hospício.

Cancelamento da Roda Bixa

Frias também reclamou, mais de uma vez, que a União não tinha poder de decisão sobre os recursos da Lei Aldir Blanc. Segundo ele, verbas municipais e estaduais obtidas pelo mecanismo estavam sendo destinadas para iniciativas "que não têm a ver com as manifestações culturais", como no caso da live Roda Bixa, que ocorreria em Itajaí, em Santa Catarina, mas foi cancelada pela prefeitura. Ele comemorou o cancelamento, num episódio que gerou bastante repercussão.

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