The Libertines se apresentam no Lollapalooza sem a pegada de antes

Carl Barat e Pete Doherty tocam sucessos e comandam um show morno, como o do Strokes no primeiro dia

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São Paulo

Quando se fala no movimento do indie rock dos anos 2000, os Libertines representaram, para o Reino Unido, o que os Strokes foram para os Estados Unidos.

Mas os britânicos nunca tiveram um nível de popularidade comparável aos colegas americanos, especialmente no Brasil.

Após o show morno dos Strokes na sexta (25), os Libertines tiveram nova chance neste domingo (27). Mas não rolou.

A banda The Libertines se apresenta no palco Budweiser durante o festival Lollapalooza, neste domingo (27), no autódromo de Interlagos
A banda The Libertines se apresenta no palco Budweiser durante o festival Lollapalooza, neste domingo (27), no autódromo de Interlagos - Adriano Vizoni/Folhapress

Carl Barat e Pete Doherty, ambos de chapéu, tocaram bem, cantaram bem, a banda acompanhou bem. As músicas são boas.

Mas eles foram convocados para o festival nesta semana mesmo, após a desistência da banda Jane’s Addiction. Para piorar, uma garoa insistiu em aumentar de intensidade entre 18h e 19h.

O caso é que Doherty, após inúmeras internações para reabilitação por vício em drogas, parece ter pelo menos dez anos a mais do que os seus 43 anos. Seu cabelo está grisalho, sua pança está nível "O Poderoso Chefão" e sua animação é uma fração do que sempre foi.

Cabe a Carl Barat levar a banda, mas os Libertines chegaram ao auge justamente por causa dos incríveis conflitos que aconteciam entre a dupla, os duelos de guitarra no palco, as brigas que acabaram na delegacia —como na vez em que Doherty invadiu o apartamento de Barat e roubou guitarras para trocá-las por drogas.

Infelizmente, os Libertines atuais não têm mais dois artistas digladiando pela música, mas praticamente um irmão maior e um caçula, um café-com-leite.

À parte isso, quem ama os Libertines assistiu aos hits que queria —"The Ha Ha Wall", "Up the Bracket", "Gunga Din". "What Katie Did", "Boys in the Band", "Can't Stand Me Now" e uma versão desmusculosa da grande "Don’t Look Back into the Sun". Poderia ser melhor a essa altura? Talvez não.

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