Olivia Rodrigo, de 19 anos, e Silk Sonic, duo formado por Bruno Mars e Anderson Paak, dominaram a 64ª cerimônia do Grammy, que ocorreu neste domingo (3), em Los Angeles, nos Estados Unidos. Eles venceram praticamente todos os prêmios mais importantes da noite.
A exceção foi álbum do ano, um dos troféus mais cobiçados, que foi entregue a "We Are", de Jon Batiste, estrela em ascenção do jazz que assina a trilha sonora da animação "Soul", da Disney.
Finalista em 11 categorias, Batiste atingiu uma marca de indicações ultrapassada apenas duas vezes na história do Grammy —por Michael Jackson, em 1984, e por Babyface, em 1997.
Enquanto Rodrigo foi eleita vencedora como artista revelação, melhor álbum vocal de pop, com o disco "Sour", e melhor performance solo de pop, com "Drivers License", a dupla Silk Sonic ganhou os troféus de música e gravação do ano, além de melhor canção e performance de R&B, todos com "Leave the Door Open".
A expectativa de Rodrigo ultrapassar os feitos de Billie Eilish, porém, não se concretizou. A jovem cantora não repetiu o que Eilish fez em 2020, quando tinha 18 anos e varreu a premiação ao vencer as categorias principais com o álbum "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?".
Na seara de artista revelação, Rodrigo concorria com Arooj Aftab, Jimmie Allen, Baby Keem, Glass Animals, Japanese Breakfast, The Kid Laroi, Arlo Parks, Saweetie e Finneas, o irmão de Billie Eilish, que produz os discos da jovem.
Já seu disco "Sour" desbancou nomes que despontavam como favoritos, caso de Billie Eilish, Doja Cat e Ariana Grande.
A música campeã deste ano, "Leave The Door Open", do Silk Sonic, concorria com nomes de peso da indústria fonográfica e deixou todos para trás, inclusive Rodrigo. Ultrapassou "Bad Habits", de Ed Sheeran, "A Beautiful Noise", de Alicia Keys e Brandi Carlile, "Fight for You", de H.E.R., "Happier than Ever", de Billie Eilish, "Kiss Me More", de Doja Cat e SZA, "Montero (Call Me By Your Name)", de Lil Nas X, "Peaches", de Justin Bieber, e "Right On Time", de Brandi Carlile.
Mars e Paak ainda se apresentaram durante o início do Grammy, levantando a plateia com uma performance dançante. Eles foram acompanhados pelo guitarrista brasileiro Mateus Asato, que nasceu em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e vive há quase uma década nos Estados Unidos.
Os principais troféus foram entregues na premiação presencial, que teve início às 21h do Brasil. Mais cedo, porém, o Grammy abriu uma pré-cerimônia, revelando vencedores de outras categorias menos importantes.
O The Weeknd foi um dos destaques, ao ganhar um gramafone mesmo depois de boicotar e atacar o prêmio publicamente. Isso porque ele participa da música "Hurricane", de Kanye West, campeã como melhor performance de rap melódico.
Desde que foi esnobado pela Academia na premiação de 2021, Weeknd tem dito que o Grammy é corrupto e não apareceu mais no evento. Ele, aliás, não submete mais seus discos e músicas para avaliação da premiação, e só ganhou neste ano porque participou da faixa de West.
O Foo Fighters também marcou a noite. A banda, que cancelou a apresentação no Grammy devido à morte recente do baterista Taylor Hawkins, venceu as categorias de melhor performance de rock, com "Making a Fire", melhor música de rock, com "Waiting On a War", e melhor disco de rock, com "Medicine at Midnight".
Depois de ter sido adiada em alguns meses, esta foi a cerimônia que marcou o retorno do Grammy ao mundo presencial, com o público e artistas, que se dividiram entre o palco e o tapete vermelho.
Além da entrega dos troféus, a noite ainda teve um discurso do presidente ucraniano Volodimir Zelenski, que pediu paz na Ucrânia. A já tardicional homenagem às estrelas mortas nos últimos meses lembrou de presença de Marília Medonça, mas esqueceu Elza Soares.
Confira abaixo os vencedores da cerimônia, que terminou por volta da 1h já desta segunda (4), no horário brasileiro.
Os vencedores
Álbum do ano: "We Are", de Jon Batiste
Artista revelação: Olivia Rodrigo
Música do ano: "Leave The Door Open", do Silk Sonic, duo formado por Bruno Mars e Anderson Paak
Gravação do ano: "Leave The Door Open"
Melhor música de rap: "Jail", de Kanye West com Jay-Z
Melhor performance de rap: "Family Ties", de Baby Keem com Kendrick Lamar
Melhor álbum vocal de pop: "Sour", de Olivia Rodrigo
Melhor performance em grupo ou dupla de pop: "Kiss Me More", de Doja Cat com SZA
Melhor álbum de R&B: "Heaux Tales", de Jazmine Sullivan
Melhor álbum de country: "Starting Over", de Chris Stapleton
Melhor clipe: "Freedom", de John Batiste
Melhor filme musical: "Summer Of Soul (...Ou, Quando A Revolução Não Pôde Ser Televisionada)", dirigido por Questlove
Melhor performance global de música: "Mohabbat", de Arooj Aftab
Melhor álbum de música global: "Mother Nature", de Angelique Kidjo
Melhor performance solo de pop: "Drivers License", de Olivia Rodrigo
Melhor álbum vocal de pop tradicional: "Love For Sale", de Tony Bennett e Lady Gaga
Melhor música de rock: "Waiting On A War", de Dave Grohl, Taylor Hawkins, Rami Jaffee, Nate Mendel, Chris Shiflett e Pat Smear, compositores do Foo Fighters
Melhor álbum de rock: "Medicine At Midnight", do Foo Fighters
Melhor performance de rock: "Making A Fire", do Foo Fighters
Melhor música de rap: "Jail", de Kanye West e Jay Z
Melhor álbum de rap: "Call Me If You Get Lost", de Tyler, the Creator
Melhor performance de rap melódico: "Hurricane" Kanye West, com The Weekend e Lil Baby
Melhor álbum de pop latino: "Mendó", de Alex Cuba
Melhor álbum de música urbana: "El Último Tour Del Mundo", de Bad Bunny
Melhor álbum de teatro musical: "The Unofficial Bridgerton Musical"
Melhor compilação de trilha sonora para mídia visual: "The United States Vs. Billie Holiday"
Melhor trilha sonora original: empate entre "Soul", de Jon Batiste, e "O Gâmbito da Rainha", de Carlos Rafael Rivera
Melhor canção escrita para mídia visual: "All Eyes On Me [From Inside]", de Bo Burnham
Melhor álbum de áudio imersivo: "Soundtrack of the American Soldier", de Jim R. Keene
Melhor composição instrumental: "Eberhard", de Lyle Mays
Melhor arranjo instrumental ou a capella: "Meta Knight’s Revenge", do jogo "Kirby Superstar"
Melhor arranjo de instrumentos e vocais: "To The Edge Of Longing (Edit Version)", de Vince Mendonza
Melhor álbum de new age: "Divine Tides", de Stewart Copeland e Ricky Kej
Melhor solo de jazz improvisado: "Humpty Dumpty (set 2)", de Chick Corea
Melhor álbum instrumental de jazz: "Skyline", de Ron Carter e Jack DeJohnette
Melhor álbum de um grupo de jazz: "For Jimmy, Wes And Oliver", de Christian McBride Big Band
Melhor álbum vocal de jazz: "Songwrights Apothecary Lab", de Esperanza Spalding
Melhor álbum de jazz latino: "Mirror Mirror", de Eliane Elisa
Melhor performance de metal: "The Alien", do Dream Theater
Melhor performance solo de country: "You Should Probably Leave", de Chris Stapleton
Melhor performance de country em dupla ou em grupo: "Younger Me", dos irmãos Osborne
Melhor canção de country: "Cold", de Dave Cobb
Melhor performance de American roots: "Cry", de Jon Batiste
Melhor canção de American roots: "Cry", de Jon Batiste
Melhor álbum de americana: "Native Sons", da banda Los Lobos
Melhor álbum de bluegrass: "My Bluegrass Heart", de Béla Fleck
Melhor álbum de blues tradicional: "I Be Trying", de Cedric Burnside
Melhor álbum de blues contemporâneo: "662", de Christone "Kingfish" Ingram
Melhor álbum de folk: "They're Calling Me Home", de Rhiannon Giddens com Francesco Turrisi
Melhor álbum de roots music regional: "Kau Ka Pe'a", de Kalani Pe'a
Melhor álbum de reggae: "Beauty In The Silence", da banda SOJA
Melhor gravação de dance ou música eletrônica: "Alive", da banda Rüfüs Du Sol
Melhor álbum de dance ou música eletrônica: "Subconsciously", do DJ Black Coffee
Melhor álbum de música alternativa: "Daddy's Home", de St. Vincent
Melhor canção de R&B: "Leave The Door Open", de Silk Sonic
Melhor álbum de R&B progressivo: "Table For Two", de Lucky Daye
Melhor performance de R&B: empate entre "Leave The Door Open", de Silk Sonic, com "Pick Up Your Feelings", de Jazmine Sullivan
Melhor performance de R&B tradicional: "Fight For You", da H.E.R
Melhor pacote de gravação: "Pakelang", de Li Jheng Han, Yu e Wei
Melhor box ou edição limitada especial: "All Things Must Pass: 50th Anniversary Edition", de Darren Evans, Dhani Harrison e Olivia Harrison
Melhor notas de álbum: "The Complete Louis Armstrong Columbia And RCA Victor Studio Sessions 1946-1966", de Ricky Riccardi
Melhor álbum histórico: "Joni Mitchell Archives, Volume 1: The Early Years", de Patrick Milligan e Joni Mitchell como produtores e Bernie Grundman como engenheiro de masterização
Melhor engenharia de som de álbum não-clássico: "Love For Sale Dae Bennett", dos engenheiros Josh Coleman e Billy Cumella e dos engenheiros de masterização Greg Calbi e Steve Fallone
Melhor gravação remixada não-clássica: "Passenger", de Mike Shinoda
Melhor álbum de áudio imersivo: "Alicia", dos engenheiros de mixagem imersiva George Massenburg e Eric Schilling, do engenheiro de masterização imersiva Michael Romanowski e da produtora de imersão Ann Mincieli
Melhor performance ou canção de gospel: "Never Lost", de CeCe Wians
Melhor performance ou canção de música cristã contemporânea: "Believe For It", de CeCe Winans
Melhor álbum de gospel: "Believe For It", de CeCe Winans
Melhor álbum de música cristã contemporânea: "Old Church Basement", de Elevation Worship e Maverick City Music
Melhor álbum de rock latino ou música alternativa: "Origen", de Juanes
Melhor álbum de música regional mexicana, incluindo Tejano: "A Mis 80's", de Vicente Fernandez
Melhor álbum instrumental contemporâneo: "Tree Falls", de Taylor Eigsti
Melhor álbum de comédia: "Sincerely Louis CK' Louis", de Louis C.K.
Melhor álbum infantil: "A Colorful World", da Falu
Melhor composição clássica contemporânea: "Shaw: Narrow Sea", de Caroline Shaw
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.