Uma das principais atrações da Virada Cultural neste sábado (28), os Barões da Pisadinha, fenômeno do forró, ganharão R$ 300 mil da Prefeitura de São Paulo. Eles têm um dos cachês mais altos do evento, que ocupa o centro e diversos bairros paulistanos com uma programação cultural que dura 24 horas.
O duo vem à frente da cantora Gloria Groove, que vai embolsar R$ 250 mil. O grupo de rap Planet Hemp, de Marcelo D2, levará R$ 175 mil. O sambista Diogo Nogueira foi contratado por R$ 120 mil, mesmo valor do rapper Criolo e de Kevin O Chris.
Os valores, que são públicos, foram obtidos pela reportagem no Diário Oficial do município. A lista completa pode ser conferida abaixo.
Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, os valores dos cachês são definidos com base na média praticada pelo mercado obtida por meio de pesquisa de preço, de acordo com a Lei 8.666/1993, que regulamenta licitações e contratos administrativos.
"Todos os processos de contratação são precedidos por negociação individual com os representantes de cada atração artística, cujo objetivo é a redução de custos e economicidade", diz a secretaria, por meio de nota.
A discussão em torno de cachês de cantores brasileiros veio à tona depois que o Ministério Público de Roraima informou nesta quarta-feira que vai investigar a contratação de Gusttavo Lima por R$ 800 mil para a realização de um show em São Luiz, cidade a 275 quilômetros de Boa Vista, a capital do estado.
Um dos elementos que levou o Ministério Público a abrir a investigação é que a cidade, com o segundo menor PIB do estado, tem 8.232 habitantes. É como se cada morador da cidade, entre adultos e crianças, precisasse desembolsar R$ 100 para custear o cachê do cantor.
A situação é diferente na Virada Cultural de São Paulo. Na capital paulista, é como se cada morador desembolsasse R$ 0,24 para custear o show dos Barões da Pisadinha ou R$ 0,20 para o de Gloria Groove, donos dos dois maiores cachês encontrados pela reportagem.
Outro questionamento do Ministério Público foi qual retorno os moradores de São Luiz teriam a partir do show, inclusive financeiro. Em São Paulo, o impacto econômico da última Virada Cultural antes da pandemia, em 2019, foi de R$ 235 milhões positivos, segundo o Observatório de Turismo da prefeitura.
Isso porque o gasto médio de cada turista que veio para a cidade, por exemplo, foi de R$ 404, impactando as indústrias hoteleira, de restaurantes, bares e serviços. Naquele ano, quase 25% do público do evento era de turistas.
"A realização do evento gera impacto econômico positivo na cidade, fomentando o turismo, comércio, serviços e toda uma cadeia de artistas, técnicos e produtores", diz a Secretaria Municipal de Cultura.
Veja os cachês da Virada Cultural
- Barões da Pisadinha: R$ 300 mil
- Gloria Groove: R$ 250 mil
- Planet Hemp: R$ 175 mil
- Ferrugem: R$ 140 mil
- Criolo: R$ 120 mil
- Djonga: R$ 120 mil
- Kevin O Chris: R$ 120 mil
- Diogo Nogueira: R$ 120 mil
- Thaeme & Thiago: R$ 120 mil
- Pitty: R$ 116 mil
- Vitor Kley: R$ 80 mil
- Pocah: R$ 80 mil
- Zeca Baleiro: R$ 60 mil
- João Carlos Martins: R$ 60 mil
- Rael: R$ 50 mil
- Letrux: R$ 50 mil
- Karol Conká: R$ 40 mil
- Arnaldo Antunes: R$ 38 mil
- Vitão: R$ 30 mil
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