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Coleção Folha Grandes Pintores reúne obras essenciais da arte mundial

Sem ordem cronológica, livros trazem diálogo transversal que vai de Van Gogh e Monet a Goya, Rembrandt e Maria Auxiliadora

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São Paulo

Se nos últimos anos a narrativa da arte vem sendo problematizada para incorporar o que permaneceu à margem, o que tem levado historiadores a uma revisão teórica e metodológica, o tempo —em sua concepção linear e homogênea— não escapou a esse movimento.

Não à toa, a Coleção Folha Grande Pintores, que estará nas bancas a partir de 15 de maio, reúne 30 nomes essenciais da história da pintura sem levar em conta qualquer cronologia.

COLEÇÃO GRANDES PINTORES
Volumes da Coleção Folha Grandes Pintores, que chega às bancas em 15 de maio - Divulgação

Os volumes desta edição, cada um com 80 páginas e cerca de 50 obras, transitam de forma não linear entre pintores, estilos e movimentos. "Existe um diálogo que é transversal, com artistas da contemporaneidade que estão olhando para a Idade Média, por exemplo. A ideia foi colocar em contato o que está em uma ordem clássica, como o barroco, o Renascimento, com o grande dinamismo das vanguardas do século 20, momento em que a cronologia se rompe e se abrem outros caminhos temporais", afirma Maria Carolina Duprat Ruggeri, organizadora do projeto.

Essa opção editorial fica evidente já no primeiro volume, chamado "A Cor em Seu Auge", que apresenta a obra de Vincent van Gogh antes mesmo de abordar Claude Monet —que será discutido em "Uma Sensação de Luz". O artista francês, que pintou a tela "Impressão: Sol Nascente", de 1872, originou o termo impressionismo; ou Georges Seurat, pioneiro do pontilhismo, que influenciou Van Gogh —"O Mestre Pontilhista" é o 24o livro da coleção.

A paleta de cores das telas de Van Gogh precede ainda as edições sobre Leonardo Da Vinci —"A Manifestação de um Gênio"— e Michelangelo, "Mestre dos Mestres". Isso porque as associações propostas não se restringem a um tempo que se sucede de forma evolutiva, mas procuram uma apresentação circular, uma vez que as conexões estabelecidas entre os artistas (e as apropriações empregadas por eles) alteram como mensuramos o passado, o presente e o futuro.

Assim, ao apresentar Van Gogh como ponto de partida, o projeto lança um novo olhar não só sobre Paul Gauguin ("O Alquimista da Cor"), de quem o artista era próximo, como também sobre a dramaticidade de Caravaggio a partir do emprego de luzes e sombras.

A Coleção Folha Grandes Pintores promove um passeio repleto de idas e vindas por diferentes períodos sem deixar de cobrir a perspectiva de realistas, como Gustave Caillebotte, românticos, como Turner, Goya e Delacroix, impressionistas, como Monet, Manet, Renoir e Degas, e pós-impressionistas, como Van Gogh, Cézanne, Gauguin e Seurat.

Os movimentos de vanguarda, tal qual o expressionismo, o simbolismo, o surrealismo e o abstracionismo, aparecem nos títulos sobre Munch, Modigliani, Klimt, Kandinsky e Paul Klee.

As interpretações religiosas e profanas são abordadas por meio da trajetória dos renascentistas e maneiristas Da Vinci, Michelangelo, Botticelli e Van Eyck, assim como dos barrocos Rembrandt, Velázquez, Vermeer e Caravaggio.

Cada volume destaca a formação, o processo criativo e as diversas fases pelas quais cada pintor passou por meio de uma análise essencialmente estética. É só a partir da leitura visual que o contexto histórico e social em que cada artista está inserido pode ser destrinchado.

Na edição dedicada a Frida Kahlo, por exemplo, é a aproximação com os autorretratos que predominam em sua produção que permite a percepção sobre como a pintora os usa para criar uma alegoria de si mesma. O simbolismo que permeia sua produção, ainda, é inspirado em suas raízes ancestrais pré-hispânicas.

pintura
'Hospital Henry Ford', pintura da artista mexicana Frida Kahlo (1907-1954) de 1932 - Reprodução

Esse modo de apresentar as obras serve também como uma revisão da premissa estabelecida no século 16 pelo pintor e escritor Giorgio Vasari, que via a arte como expressão do gênio individual —e, por isso, acreditava que ela deveria ser analisada a partir da biografia do artista.

Os tomos dessa coleção, por sua vez, operam de maneira inversa. "A abordagem da historiografia contemporânea considera a formação da arte a partir da própria arte. O ponto de partida é a leitura da imagem e essa é uma característica desta coleção. Ela enche os olhos", diz Ruggeri.

Outro ponto importante é a inclusão das mulheres numa história que foi instituída em torno de uma produção em grande parte masculina. O volume "Ruptura e Modernidade", sobre Tarsila do Amaral, desse modo, se junta não só à edição dedicada a Frida Kahlo, mas a duas outras publicações.

São elas "Entre o Cotidiano e o Ritual​​", sobre a trajetória da mineira Maria Auxiliadora Silva —pintora autodidata, descendente de escravizados, que retratou uma série de temas afro-brasileiros— e "A Delicadeza da Intimidade", edição que revisita a obra da francesa Berthe Morisot, grande nome do impressionismo, embora menos conhecida que seus pares.

Com um novo lançamento todo domingo, a coleção completa sai no valor de R$ 687 e cada título pode ser adquirido por apenas R$ 22,90 —o primeiro volume vem acompanhado de três pôsteres com obras de Van Gogh.


Confira todos os volumes da Coleção Folha Grandes Pintores

  1. Van Gogh, 'A Cor em Seu Auge

    Um dos maiores nomes do Pós-Impressionismo, Van Gogh teve carreira tão curta quanto prolífica: em apenas uma década de atividade, realizou por volta de mil pinturas, entre retratos e autorretratos, naturezas-mortas, cenas de interiores e paisagens, caracterizadas por cores intensas e pinceladas enérgicas

  2. Monet, 'Uma Sensação de Luz'

    Mestre em capturar a luz nas mais diversas horas do dia e estações do ano, apaixonado por plantas, Monet ficou célebre pelas diversas séries e ciclos que realizou

  3. Frida Kahlo, 'A Dor e o Amor em Pintura'

    Sob forte influência da cultura e da história mexicanas, Frida Kahlo se notabilizou pelas obras de cunho autobiográfico — uma série de retratos e autorretratos em que, além de revelar dores e amores, destacava símbolos que valorizavam a arte popular de seu país

  4. Leonardo Da Vinci, 'A Manifestação de um Gênio'

    Da Vinci realizou obras que até hoje nos encantam graças aos detalhes, aos jogos de luz e sombra e à perfeita harmonização entre os personagens retratados

  5. Renoir, 'A Exaltação da Vida'

    Ao lado de seu grande amigo Claude Monet, Renoir começou a pintar ao ar livre e foi uma das principais figuras dos impressionismo, que depois ele abandonaria para se dedicar a seu próprio estilo, em que, com pinceladas meticulosas e total domínio da cor, elegeria a beleza e a sensualidade femininas como tema principal

  6. Munch, 'A Expressão da Alma'

    Com uma mente atormentada e uma obra marcada por doenças, morte, sofrimento e angústia existencial, Edvard Munch antecipou o Expressionismo e influenciou em grande medida a arte moderna que viria a seguir

  7. Michelangelo, 'Mestre dos Mestres'

    Festejado em vida, Michelangelo dividiu a carreira entre Florença e Roma, onde deixou aquela que para muitos é sua obra-prima: a decoração da Capela Sistina. Suas esculturas, igualmente monumentais, serviram de modelo para artistas de todas as gerações futuras.

  8. Degas, 'A Arte do Movimento'

    Preferindo o trabalho no ateliê e a luz artificial —e em íntima sintonia com o desenvolvimento da fotografia—, Edgar Degas estava mais interessado em captar os gestos e a precisão do movimento, como se percebe nas obras que o tornaram famoso como 'o pintor das bailarinas'.

  9. Caravaggio, 'Entre Luzes e Sombras'

    De temperamento indomável, Caravaggio retratava os personagens de histórias religiosas como pessoas comuns — uma visão até então inédita, intensificada pelo perfeito manejo dos jogos de luz e sombra

  10. Tarsila do Amaral, 'Ruptura e Modernidade'

    Como inspiradora e participante ativa do Movimento Antropofágico, juntamente com seu marido Oswald de Andrade, a pintora Tarsila do Amaral 'digeriu' toda essa vivência para criar uma arte de cores, formas e temas genuinamente brasileiros.

  11. Vermeer, 'O pintor da Intimidade'

    Um dos grandes pintores do Século de Ouro holandês — embora suas obras só tenham se tornado mais conhecidas centenas de anos após sua morte —, Johannes Vermeer passou toda a vida na cidade natal, Delft, e deixou apenas 35 quadros, a maioria deles cenas em que retratava mulheres no interior da casa burguesa

  12. Paul Klee, 'A Liberdade Criadora'

    Nem cubista, nem surrealista, nem figurativo, nem abstrato — mas tudo isso ao mesmo tempo —, Paul Klee baseava suas obras nas formas geométricas, na harmonia e no equilíbrio, mas era através da cor que sempre surpreendia o espectador.

  13. Cézanee, 'Pensar com o Pincel'

    Para muitos o “pai da arte moderna”, Paul Cézanne veio de família abastada do Sul da França e estudou arte na Académie Suisse, em Paris. Ali fez contato com os impressionistas, mas deles se afastou por ter personalidade arredia e buscar outro tipo de representação da natureza, baseando-se no uso de formas geométricas na composição das pinturas

  14. Klimt, 'Realidade Simbólica'

    A preferência por figuras femininas, a exuberância dos elementos decorativos e o uso de cores reluzentes são três das principais marcas do austríaco Gustav Klimt

  15. Gauguin, 'O Alquimista da Cor'

    O pintor e escultor Paul Gauguin expôs com os impressionistas, mas não se fixou ao grupo por estar em busca de um significado interior para sua pintura. Decidiu largar emprego bem-sucedido e família para se dedicar à arte 'longe da civilização', traduzindo-a em um incomum uso das cores e na escolha de temas exóticos, boa parte deles captados nos anos em que viveu no Taiti

  16. Kandinsky, 'O Sentido da Abstração'

    O mais conhecido dentre os pioneiros da arte abstrata, Wassily Kandinsky nasceu em família rica de Moscou e abandonou a carreira no direito para estudar na Academia de Belas Artes de Munique. Voltou à Rússia, viveu a Revolução Bolchevique, para a qual organizou cursos de educação artística, e finalmente se reinstalou na Alemanha, onde lecionou na Escola Bauhaus a partir de 1922

  17. Rembrandt, 'O Mestre do Claro-Escuro'

    A dramaticidade dos efeitos de claro-escuro e a expressividade dos personagens distinguiam os retratos realizados por Rembrandt van Rijn. Pintor mais requisitado na Amsterdã do Século de Ouro, mestre de uma geração notável de artistas, ele experimentou grande sucesso financeiro, mas foi abatido por uma série de perdas no fim da vida

  18. Modigliani, 'Um Estilo Singular'

    Muitas delas em nus frontais, as figuras femininas com rostos ovais e formas alongadas — lembrando as máscaras africanas — são a marca registrada do pintor Amedeo Modigliani

  19. Velázquez, 'O Pintor do Século de Ouro'

    Pintor da corte desde os 24 anos de idade, sob os auspícios de seu mecenas, o rei Filipe 4º, o sevilhano Diego Velázquez foi indiscutivelmente o maior nome da idade de ouro da pintura espanhola. Realizou em sua maioria retratos da família real e de palacianos que só ficaram mais conhecidos 150 anos após a sua morte, com a abertura do Museu do Prado, em Madri

  20. Hokusai, 'Uma Visão Oriental'

    Dono de uma obra que soma dezenas de milhares de imagens, Katsushika Hokusai foi talvez o principal representante da arte ukiyo-e, palavra que em tradução livre significa algo como “imagens de um mundo flutuante” — um gênero de xilogravura e pintura bastante popular no Japão no período Edo, entre os séculos 17 e 19

  21. Delacroix, 'Liberdade e Audácia'

    Ainda estudante de pintura, Eugène Delacroix visitava o Louvre para aprender com o renascentista italiano Rafael Sanzio e o barroco holandês Peter Paul Rubens. Em sua maturidade, transformou-se no líder do Romantismo francês e, como tal, recebeu encomendas para decorar prédios do governo

  22. Botticelli, 'Beleza e Requinte'

    Protegido dos Médici, a família que dominava a Florença do Renascimento, Sandro Botticelli conheceu grande sucesso no auge da carreira, mas no fim da vida teve a obra ofuscada na comparação com outros gênios da época. Era dono de refinado estilo ornamental e fazia delicado uso de cores frias, privilegiando um ideal de beleza feminina que encontrou sua melhor tradução em obras como 'O Nascimento de Vênus' e 'A Primavera'

  23. Maria Auxiliadora, 'Entre o Cotidiano e o Ritual'

    Descendente de escravizados do Sul de Minas Gerais, Maria Auxiliadora Silva cresceu numa família de artistas, iniciou a carreira expondo em feiras de arte popular em São Paulo e conquistou reconhecimento nacional e internacional. Pintora autodidata, ela abordava em suas obras, de cores nítidas e intensas, o cotidiano em comunidade paulistanas, a vida rural, as festas populares e os rituais afro-brasileiros

  24. Georges-Pierre Seurat, 'O Mestre Pontilhista'

    O conhecimento de princípios científicos como o da complementaridade das cores e a busca por um sistema teórico que orientasse os futuros artistas permitiram ao francês Georges Seurat desenvolver uma técnica de pintura que causou sensação em sua época — o pontilhismo

  25. Goya, 'Uma Ponte entre Dois Mundos'

    Figura de grande relevo no movimento romântico, Francisco José de Goya y Lucientes é considerado por muitos estudiosos como o último dos Velhos Mestres e o primeiro dos pintores modernos. Adorado pelas gerações dos séculos 19 e 20, o prolífico artista espanhol conquistou essa reputação pelos trabalhos realizados para a corte espanhola

  26. Berthe Morisot, 'A Delicadeza da Intimidade'

    As cenas domésticas reunindo mães e filhos e os retratos de pessoas de seu círculo íntimo eram dois dos temas de predileção de Berthe Morisot, uma das mais ativas representantes do movimento impressionista que mudou a estética da pintura francesa na década de 1870

  27. Manet, 'A Verdade sem Disfarce'

    Por retratar uma mulher nua entre dois homens, em primeiro plano no quadro 'O Almoço na Relva', em uma cena pintada com fortes contrastes de tonalidade, Manet chocou os espectadores parisienses em 1863 e ao mesmo tempo influenciou o grupo dos futuros impressionistas, dos quais se diferenciaria por fazer uma forte crítica à sociedade burguesa

  28. Caillebotte, 'Elogia da Vida Moderna'

    Assim como Edgar Degas, de quem era grande amigo, o francês Gustave Caillebotte também preferia captar em suas obras os gestos espontâneos, sem poses, escolhendo temas e ângulos da vida moderna muitas vezes incomuns

  29. Van Eyck, 'Um Olhar Realista'

    O maior mestre do Renascimento no Norte da Europa, o holandês Jan van Eyck se notabilizou por mostrar a realidade como ela era. Graças ao aguçado poder de observação e à atenção dispensada aos efeitos da luz, revolucionou o registro das expressões faciais, exercendo enorme influência não apenas sobre a notável escola holandesa que brilharia dois séculos depois dele, mas sobre toda a arte europeia subsequente

  30. Turner, 'A Exaltação da Luz'

    Com formação clássica, aluno e depois professor da Academia Real Inglesa, Turner se notabilizou pelos quadros de grande poder expressivo, nos quais retratava a força da natureza em tempestades, nevascas, mares revoltos — elementos pintados com um domínio da cor e da luz que fascinou os pintores das gerações seguintes.


COMO COMPRAR

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Telefone (11) 3224-3090 (Grande São Paulo) e 0800 775 8080 (outras localidades)

Frete grátis SP, RJ, MG e PR (na compra da coleção completa)

A partir de 15 de maio nas bancas por R$ 22,90 o volume

Coleção completa: R$ 687; lote avulso (com seis volumes): R$ 137,40

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