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Jesuíta Barbosa diz que em 'Pantanal' divisão de macho e fêmea no sexo não existe

Ator que interpreta Jove afirma que contraste entre homem e mulher é menos rígido do que ditam as convenções

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São Paulo

Jesuíta Barbosa, que interpreta Jove, um dos protagonistas de "Pantanal", afirma que a divisão entre homem e mulher no ato sexual e na encenação da novela é menos rígida do que ditam as convenções tradicionais.

É uma visão perceptível nos personagens de "Pantanal" —o garoto vivido por ele foge do estereótipo do peão viril e causa incômodo por isso entre outros machões da região, e meninas como Juma e Guta escapam à feminilidade delicada que uma vez rotulou as mulheres.

O ator Jesuíta Barbosa, como Joventino, na novela 'Pantanal', da Globo - João Miguel Jr./Globo

"É interessante porque você tem uma menina que tem a coragem e a força que estaria num homem, isso como convenção social, e um homem que é todo sistemático e delicado", diz ele, sobre as personagens de Guta, interpretada por Julia Dalavia, e dele mesmo.

"No fundo essa convenção não existe, a gente cria essa barreira do que deve ser homem e mulher, mas sempre se questiona e se pergunta. Há uma terceira coisa que é justamente a cópula, a junção."

O ator afirma que é preciso ter a ousadia de pôr essas questões em debate para um público tão amplo quanto o de uma trama das nove.

"Essa divisão fêmea e macho é uma condição que a gente coloca como como uma certeza humana. Mas, na verdade, não é, é instintivo. Vira uma problemática porque precisamos sempre ter coragem de colocar essas discussões sexuais e políticas numa linguagem como a de uma novela."

Jove já era uma personagem repleta de liberdade há 32 anos, na versão em que foi interpretado por Marcos Winter, por exemplo, mas hoje, segundo Barbosa, a "discussão política sobre essas coisas é mais organizada".

Naquele momento não fazia tanto sentido uma disputa intergeracional sobre vegetarianismo, como a que viralizou em torno do ator e Marcos Palmeira, que interpreta seu pai, Zé Leôncio.

E hoje também é outra a maneira como se filma corpos de homens e mulheres. Se na primeira versão havia um olhar mais interessado em objetificar atrizes, hoje talvez os objetificáveis sejam os atores.

Ao ser questionado sobre isso pelo repórter, Barbosa afirma que não tinha notado mudança assim, mas, se ela estiver acontecendo, que seja "no sentido de defender o corpo feminino". "Não no sentido machista da defesa, mas que a gente possa discutir que o feminino também está dentro do corpo masculino às vezes."

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