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Morre A. B. Yehoshua, autor israelense que defendeu direitos dos palestinos

Considerado um dos grandes nomes da literatura do país, escritor de 85 anos teve obra traduzida para mais de 30 idiomas

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São Paulo | AFP

O escritor A. B. Yehoshua, figura importante da esquerda israelense contrária à ocupação, morreu aos 85 anos, anunciou nesta terça-feira (14) o Hospital Ichilov de Tel Aviv.

Yehoshua nasceu em Jerusalém em dezembro de 1936, filho de pais de origem grega e marroquina. Ele publicou seus primeiros contos em 1963, e desde então seus romances e peças de teatro foram traduzidos do hebraico para mais de 30 idiomas.

Retrato do escritor Abraham B. Yehoshua em Paraty (RJ) em 2006, quando ele participou da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) - Leticia Moreira/Folhapress

Em 1995, ele recebeu o prêmio de Israel das Letras, o maior reconhecimento cultural do país, e o Médicis na França.

"Foi o maior autor de Israel", afirmou Nitza Ben-Dov, professora de Literatura da Universidade de Haifa.

"Ele passou de histórias surreais e oníricas, desconectadas do tempo e do espaço, para obras enraizadas na cultura israelense e no presente", disse ela à AFP. Suas obras posteriores foram influenciadas pela psicologia, em parte por causa de sua esposa psicanalista, segundo Ben-Dov.

Yehoshua é autor de romances como "Fogo Amigo", "O Amante", "Viagem ao Fim do Milênio" e "O Túnel" —o último, lançado agora pela DBA editora. Em 2010, participou da Flip, Festa Literária Internacional de Paraty, em um debate com a escritora iraniana Azar Nafisi.

Defensor dos direitos dos palestinos, Yehoshua foi membro da B'Tselem, organização israelense de direitos humanos que rejeita a ocupação israelense.

A organização prestou homenagem a um homem que "dedicou seu tempo e energia à igualdade, à paz e aos direitos humanos para todos".

O presidente israelense, Isaac Herzog, também lamentou a morte de Yehoshua.

A obra do escritor "foi inspirada por nossa pátria e tesouros culturais de nosso povo, retratando-nos com uma imagem bela, fiel, de compaixão e às vezes dolorosa de nós mesmos", afirmou em nota.

"Evocou em nós um mosaico de sentimentos profundos", acrescentou.

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