Justiça suspende show de Gusttavo Lima de novo em evento investigado na Bahia

Prefeitura de Teolândia, que pediu Pix para socorrer desabrigados de enchentes, pagou R$ 704 mil de cachê ao cantor

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São Paulo

Depois de a Justiça liberar um show de Gusttavo Lima alvo de investigação em Teolândia, na Bahia, agora o Superior Tribunal de Justiça, o STJ, suspendeu a decisão e o evento está cancelado.

O festival, que tem uma apresentação de Gusttavo Lima prevista para este domingo paga pela prefeitura com um cachê de R$ 704 mil, foi cancelado pela Justiça na última sexta-feira a pedido do Ministério Público. No sábado, porém, o Tribunal de Justiça da Bahia tinha voltado atrás e autorizado a apresentação, com a justificativa de que a Festa da Banana movimentava a economia local.

O cantor Gusttavo Lima - Instagram/Reprodução

A cidade de Teolândia enfrentou em dezembro duas enchentes que deixaram moradores desabrigados e destruiu estradas. À época, a prefeita Rosa Baitinga afirmou que não seria capaz de contornar a crise sozinha, pediu que os moradores enviassem um Pix para a conta da prefeitura e recebeu R$ 1,14 milhão do governo federal.

Ao todo, a Festa da Banana estava orçada em R$ 2,3 milhões, valor que corresponde a 40% do que o município destinou à saúde durante todo o ano de 2021, de acordo com o Ministério Público.

"Após o período pandêmico, as chuvas do final do ano e a crise financeira sem precedentes é preciso criar políticas públicas para fazer circular riquezas", afirmou a prefeita num comunicado. "A Festa da Banana não é uma despesa pública, mas um investimento no bem-estar, na cultura e como gerador de riquezas."

"Não é possível que o mesmo município que informou necessitar de ajuda e recursos para salvaguardar a sua população de catástrofe natural anuncie, em poucos meses, a contratação de artistas com cachês incompatíveis com as dimensões, arrecadações, necessidades de primeira monta e saúde financeira do município", escreveu Rita Cavalcanti, a promotora de Justiça que pediu o cancelamento do evento.

Em nota, Gusttavo Lima afirmou que "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas".

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior desta reportagem identificou o Superior Tribunal de Justiça como "Supremo Tribunal de Justiça". O texto foi atualizado.

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