Os ilustradores brasileiros Fido Nesti e Mike Deodato Júnior ganharam o prêmio Eisner, considerado o Oscar dos quadrinhos. Eles foram premiados na noite da última sexta, durante a Comic-Con de San Diego, nos Estados Unidos.
Nesti venceu na categoria melhor adaptação de outro meio, graças ao trabalho na adaptação aos quadrinhos de "1984", distopia clássica de George Orwell. A HQ foi publicada em 2020 pela Companhia das Letras e traduzida ao inglês no ano passado pela americana Mariner Books.
O ilustrador, que tem uma carreira de mais de 30 anos como artista gráfico, já ilustrou a versão em quadrinhos de "Os Lusíadas", e é colaborador frequente deste jornal. "Uau! Muito feliz e ainda atordoado com o que aconteceu ontem à noite", ele publicou no Instagram, junto a uma foto do prêmio.
Já o paraibano Deodato levou o prêmio na categoria "melhor série de humor", pelo trabalho em "Nem Todo Robô", HQ que foi ilustrada por ele e escrita por Mark Russell. A obra, publicada pela editora Comix Zone, faz uma sátira da sociedade atual.
Deodato, que teve uma experiência de anos trabalhando na Marvel Comics e que deixou o universo dos super-heróis para se dedicar a trabalhos autorais em 2019, também concorria em outra categoria, a de "melhor nova série". "Nem Todo Robô", contudo, acabou derrotada por "The Nice House on the Lake", de James Tynion 4º e Álvaro Martínez Bueno, da DC Black Label.
O ilustrador brasileiro comemorou a vitória no Instagram, relembrando uma troca de emails com seu editor, Axel Alonso, há dois anos. "Lembro de dizer ‘eu te avisei’ quando eu ganhar um Eisner por esse", ele escreveu na época.
O Brasil tem tido destaque recente no Eisner. O paulista Marcelo D'Salete, por exemplo, venceu em 2018 pela edição americana de "Cumbe", sua história sobre negros escravizados com base em pesquisa sobre o quilombo de Palmares.
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