Como o ator e diretor Taika Waititi vai de 'Thor' a 'Star Wars' e Roald Dahl

Neozelandês ainda acumula a série 'Nossa Bandeira É a Morte', um filme sobre futebol, e isso é só o começo

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Dave Itzkoff
The New York Times

Mesmo quando seu trabalho é sonhar aventuras interplanetárias para um deus nórdico, você ainda pode ter vontade de fugir um pouco para brincar de pirata.

Por isso, nas semanas em que estava editando "Thor: Amor e Trovão", filme da Marvel que estreia na próxima quinta-feira, Taika Waititi, o diretor e um dos roteiristas do filme, ocasionalmente tirava fins de semana de folga para realizar uma jornada bem diferente.

Retrato de Taika Waititi no tapete vermelho de 'Thor: Amor e Trovão'
Retrato de Taika Waititi no tapete vermelho de 'Thor: Amor e Trovão' - Valeria Macon/AFP

Equipado com uma longa peruca grisalha, barba e bigode do mesmo matiz e tatuagens temporárias, e vestido no tipo de roupa de couro com que os fetichistas sonham, ele interpreta o Barba Negra, um bucaneiro e espadachim sedutor que é um dos personagens principais de "Nossa Bandeira É a Morte", série de humor da HBO Max.

Essa com certeza não é uma maneira tediosa de ocupar o tempo livre, ainda que Waititi às vezes se preocupe com aquilo que perde ao fazer esse tipo de escolha. Como ele contou recentemente, "às vezes você fica fulo da vida e se questiona, sem saber por que aceita tudo o que propõem". "Reclama de não ter vida social, de só trabalhar, sem descanso. Mas quando o filme ou a série enfim sai, você vê para que serviu todo aquele trabalho duro, e que ele realmente valeu a pena."

Na televisão, Waititi, de 46 anos, esteve envolvido nas comédias "Reservation Dogs" (ele foi um dos criadores do programa) e "What We Do in the Shadows" (baseada em um filme que ele roteirizou e codirigiu), para o canal FX, e em "Wellington Paranormal", uma história derivada desta última série. No cinema, ele dá voz a um dos mocinhos da história em "Lightyear" e interpreta um vilão em "Free Guy – Assumindo o Controle".

Waititi também está editando "Next Goal Wins", um drama cômico sobre futebol que ele escreveu e dirigiu para o estúdio Searchlight. Ele está escrevendo o argumento de um novo filme da franquia "Star Wars", para a Lucasfilms, e uma série chamada "Time Bandits" para o Apple TV+. Também está preparando duas adaptações de histórias do escritor Roald Dahl para a Netflix e adaptando uma graphic novel de Alejandro Jodorowsky e Moebius, para o cinema.

Se isso não bastasse, repare que precisei de todos esses parágrafos antes de mencionar que Waititi conquistou um Oscar por melhor roteiro adaptado com o filme "Jojo Rabbit", uma comédia dramática sobre a Segunda Guerra Mundial, na qual ele interpretou –em suas próprias palavras– "uma versão adorável, excêntrica e fantasiosa de Hitler".

Com base apenas nesse retrospecto ("sem falar das cinco outras coisas que ainda não foram noticiadas", disse Waititi), é possível avaliar o quanto os serviços dele estão em demanda. Em apenas alguns anos, Waititi se transformou num dos mais engenhosos e confiáveis dos produtores de fábulas escapistas e ao mesmo tempo criou rotas de fuga que permitem que ele escape de vez em quando ao escapismo. E seu estilo cinematográfico é marcante o suficiente para que continue a reluzir mesmo em filmes monolíticos e cada vez mais previsíveis, como os da Marvel.

Mas seu currículo extenso também é um sinal da dificuldade que Waititi sente para dizer não. E, se você está imaginando como é que alguém consegue manter equilibrados tantos projetos exigentes, saiba que não está sozinho e que Waititi faz a mesma pergunta a si mesmo o tempo todo.

"Às vezes, quando acordo, me pergunto se estou passando por uma crise de meia-idade", ele disse. "Questiono se deveria continuar a trabalhar no cinema e imagino que o melhor talvez tivesse sido ser marceneiro. Ou que talvez eu devesse trabalhar como jardineiro."

A respeitável carreira de Waititi não é necessariamente o que ele imaginou para sua vida quando criança, na Nova Zelândia –a meio mundo de distância de Hollywood e sem fazer ideia do que fazer para atrair a atenção do mundo. "Eu teria preferido ser piloto de caça, ou bombeiro, mas aí descobri que você na verdade precisa ser muito inteligente para ser piloto."

Ele acrescentou, com mais sinceridade, que só começou a trabalhar em filmes no final da casa dos 20 anos, depois de se dedicar ao trabalho como artista gráfico, músico e comediante, antes disso. "Não sei se corri de verdade atrás de qualquer dos meus sonhos", disse Waititi. "Meus sonhos se desenvolveram essencialmente como sonhos."

Ainda que ele tenha se apaixonado pelo cinema, Waititi define o relacionamento como "um casamento arranjado". E a solução que ele encontrou para administrar sua carga de trabalho é essencialmente a de não pensar demais a respeito e jamais ficar parado por tempo demais no mesmo lugar.

"Porque se eu desse um passo para trás e parasse para contemplar tudo o que estou fazendo, eu provavelmente teria um ataque de pânico", ele disse. "Sei que são coisas demais. Sei que estou trabalhando em excesso. Tenho que reorientar meu foco a cada duas horas."

Usando roupas confortáveis, em tons pastel, e um bigode elegantemente aparado, o comportamento dele parecia ser uma espécie de combinação de todos os irmãos Marx. Waititi alternava momentos de sedução, de modéstia repentina e de manipulação e parecia sempre pronto a recorrer ao humor autodepreciativo.

Um exemplo é dizer "os neozelandeses odeiam elogios". "Acho que isso vem de nossas mães. São elas que veem o que fazemos e no final dizem que não precisamos nos preocupar, que elas gostaram da coisa mesmo assim. É esse o tipo de apoio que você recebe, na Nova Zelândia."

Waititi não era o candidato mais óbvio para se tornar parte do time de diretores da Marvel quando o estúdio começou a estudar seu nome, em 2015. Na época, os trabalhos dele como diretor incluíam curtas-metragens intimistas (entre os quais "Two Cars, One Night", indicado ao Oscar) e longas-metragens como "Boy", um tributo afetuoso às suas raízes em uma comunidade rural maori, sobre um menino que vive fascinado pelo pai, um calhorda charmoso (interpretado por Waititi, é claro).

Antes disso, Waititi tinha estudado teatro na Universidade Victoria, em Wellington, onde fez amizade com os futuros colaboradores Jemaine Clement e Bret McKenzie (que viriam a formar a dupla musical satírica Flight of the Conchords), cultivou seu fascínio pelo Monty Python e estava constantemente em busca de veículos que permitissem que mostrasse seu humor seco.

"Naquela época, tudo que eu queria era ter alguma coisa em que trabalhar", disse Waititi. "Eu fazia longas listas de todas as coisas que tinha vontade de fazer."

Mas pessoas que o conheceram naquele período encaravam Waititi como um sujeito altamente motivado e destinado a realizar suas ambições.

"Continuo a ver dentro de Taika o mesmo humorista alternativo ousado da década de 1990", disse o ator Rhys Darby, velho amigo do cineasta e seu colega no elenco de "Nossa Bandeira É a Morte".

"Ele descobriu que criar por trás das câmeras era mais viável do que trabalhar diante delas", afirmou Darby. "Mas, mesmo quando ele está dirigindo, ele se coloca diante das câmeras e mostra aos atores o que quer que eles façam. Ele pede que o imitem. É por isso que sempre termina fazendo algum papel em seus filmes. Porque tenta controlar tudo."

Na Marvel, o estúdio sabia que precisava reinventar completamente o personagem Thor. Lançado em 2013, "Thor: O Mundo Sombrio", uma continuação morna da história inicial com o personagem, com certeza não é o filme favorito da franquia.

"Estávamos em queda, em termos de interesse pelo personagem", disse Chris Hemsworth, que interpreta Thor desde 2011. "Eu me sentia cansado, e a audiência também parecia estar cansada do personagem. Se não fizéssemos algo de diferente e mudássemos as coisas, não estou certo de que teríamos trazido o público de volta."

Waititi, que conhece muito bem o mundo dos quadrinhos, nunca tinha sido fã de Thor, um sujeito irritantemente certinho, desprovido de falhas, que ele descreve como "um mauricinho do espaço sideral que termina aprisionado no gueto". Mas, pensando melhor, Waititi veio a compreender sua resistência ao herói e se descobriu capaz de fazer um filme que reconhecesse e abraçasse as características que não o agradavam.

Além disso, Waititi também estava interessado em descobrir se tinha capacidade de comandar filmes de escala verdadeiramente colossal. Ele conta ter dito a si mesmo que sempre teve medo de trabalhar para os estúdios, sempre se preocupou com a ideia de trabalhar nos Estados Unidos e com o efeito que isso poderia ter sobre ele. "Por que não mergulhar fundo e descobrir o que acontece?"

O resultado foi o imensamente bem-sucedido "Thor: Ragnarok", de 2017, no qual a divindade viking se vê desprovida de seu martelo mágico e de suas madeixas loiras, mas mesmo assim derrota sua malévola irmã Hela, papel de Cate Blanchett, e o extravagante vilão Grandmaster, vivido por Jeff Goldblum.

Dirigido por Waititi, com base em um roteiro creditado a Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher Yost, "Thor: Ragnarok" destacava muitas das preferências pessoais do diretor –como duas cenas de combate ao som de "Immigrant Song", do Led Zeppelin– e também permitiu que ele fizesse o papel de Korg, um guerreiro com corpo de pedra e fala macia. O filme recebeu críticas muito favoráveis e faturou mais de US$ 853 milhões nas bilheterias de todo o planeta, superando os resultados de seus predecessores.

A Marvel e Waititi começaram a desenvolver uma continuação quase imediatamente, mas levar o diretor de volta ao comando de um filme provou não ser uma tarefa assim tão simples. Poucas semanas depois que Waititi recebeu seu Oscar, a pandemia explodiu.

"Aprender a pintar, estudar um novo idioma, fazer exercícios –você acha que fiz alguma dessas coisas?", disse Waititi. "Não, não fiz. O que eu queria era dormir sem parar por um mês, e o que aconteceu na realidade é que terminei dormindo por seis meses."

E depois disso ele se atirou aos projetos que vinha negligenciando. Àquela altura, a Marvel já tinha se acostumado a ficar esperando por Waititi.

Como afirmou Kevin Feige, o presidente do estúdio, "quando o assunto era ‘Thor: Ragnarok’, ele nos explicou que tinha de terminar uma outra coisinha primeiro". A "coisinha" era o filme "Uma Fuga Para a Liberdade", comédia dramática que Waititi dirigiu em 2016.

"E, enquanto estávamos escrevendo e desenvolvendo o novo filme, ele disse que tinha um outro trabalho para filmar em Manhattan Beach." Waititi estava falando de sua participação em "The Mandalorian", série da qual ele dirigiu um episódio e no qual fez a voz do robô caçador de recompensas IG-11.

"Ele disse que ia passar algumas semanas no Havaí, e eu pensei que provavelmente estava tirando férias com a família", Feige relembra. Mas na verdade ele estava filmando "Next Goal Wins".

Mesmo depois que a filmagem de "Thor: Amor e Trovão" terminou, no terceiro trimestre do ano passado na Austrália, e o trabalho de pós-produção do filme foi iniciado em Los Angeles, disse o executivo, "tínhamos de viver em alerta porque Taika tinha coisas demais em sua agenda". "Nossa expectativa era a de que passaríamos muito tempo esperando por ele na sala de edição, mas na verdade ele estava sempre lá conosco."

Hemsworth disse que as numerosas atividades extracurriculares de Waititi não significam dispersão, mas uma necessidade intelectual. "Se ele não estiver criando continuamente, acredito que termine por se sentir estagnado", disse o ator. "A maioria das pessoas desabaria de cansaço, se trabalhasse tanto. Mas, no caso dele, o excesso de trabalho serve como combustível, estranhamente."

A lista de tarefas que aguardavam Waititi incluía "Nossa Bandeira É a Morte", cujo criador, David Jenkins, levou três anos para convencer o cineasta a participar do projeto –primeiro como produtor-executivo e diretor do episódio piloto e mais tarde fazendo o papel de Barba Negra.

"É como compor uma canção para Prince", disse Jenkins, que obteve permissão da Disney e da Marvel para pegar Waititi emprestado durante os finais de semana. "Ele empresta seu prestígio aos projetos em que se envolve e oferece 100% de apoio às ideias que os movem."

Waititi disse que não precisou de muita persuasão para fazer o papel de Barba Negra, quando Jenkins sugeriu que ele parecia ser o cara certo para encarnar o personagem. "Era só o que eu precisava ouvir", disse Waititi. "Meu ego ama isso."

Mas "Nossa Bandeira É a Morte" oferecia a Waititi mais do que uma injeção de autoestima. E cuidado com os "spoilers" agora, tripulação. Embora a série conte em tom cômico a história de Stede Bonnet, papel de Darby, um aristocrata bem intencionado mas sempre confuso que está tentando fazer sucesso como pirata, Barba Negra não é usado simplesmente como um mentor improvável para Bonnet e como fonte de especulações sobre as preferências afetivas dos personagens.

No penúltimo episódio da primeira temporada, Bonnet e Barba Negra percebem que se amam e se beijam carinhosamente. O romance deles será parte importante do futuro da série e inspirou incontáveis desenhos feitos por fãs, que Waititi diz guardar em seu celular.

Por mais que compreenda o fascínio cultural quanto ao beijo de Bonnet e Barba Negra, Waititi disse que preferiria que a cena fosse menos rara nas telas. "É algo que precisamos normalizar."

É um desejo que Waititi compreende, mas não necessariamente pode realizar em um filme da Marvel, a despeito do diálogo malicioso entre Thor e seu aliado gostosão, Star-Lord, papel de Chris Pratt, num trailer de "Thor: Amor e Trovão".

"Ninguém comenta sobre a cena de amor entre Tom Cruise e Jennifer Connelly em ‘Top Gun’", ele disse. "Mas em ‘Nossa Bandeira É a Morte’, o beijo dos dois piratas na praia se tornou um assunto muito comentado. Eu acho bacana que as pessoas falem a respeito, porque tenho muito orgulho daquele momento. Mas meu sonho é que nosso mundo seja como o dos piratas, onde ninguém dá a mínima para aquilo."

O novo filme de Thor envolve em parte uma expansão do império da Marvel para adicionar Russell Crowe como o vaidoso deus grego Zeus e Christian Bale no papel do nefário Gorr, o deus carniceiro. Mas, como o título indica, o filme também tem um lado romântico, e leva adiante a jornada que Thor iniciou em "Vingadores: Ultimato", de 2019.

Ao observar o personagem naquele filme, Waititi disse ter se perguntado o que é que mais fazia falta na vida do herói. E a resposta foi "era o amor, era um par". "Para pessoas maiores do que a vida, quem é que as completa? E acho que, no caso de muitos super-heróis, se você prestar atenção, eles são só caras solitários."

A narrativa ofereceu a oportunidade de trazer de volta Natalie Portman, que interpretou o par romântico de Thor, Jane Foster, nos dois primeiros filmes, mas não participou de "Thor: Ragnarok".

Portman, que no novo filme tem a oportunidade de combater usando o poderoso martelo de Thor como arma, disse que assistiu a "Thor: Ragnarok" e que ficou empolgada com "o estilo tão livre e tão criativo" de Waititi.

"Os outros trabalhos dele também me impressionaram demais ao longo dos anos, sua capacidade de misturar o tolo ao profundo e tudo isso com um estilo visual tão distintivo", disse a atriz. "Tudo nos filmes dele parece espontâneo, hilariante e repleto de sentimento."

A ideia de ansiar por uma companheira é especialmente forte no mais recente filme de Thor, e seria possível especular por que isso interessa tanto a Waititi. Seus pais se separaram quando ele ainda era pequeno, e ele é divorciado da produtora de cinema Chelsea Winstanley, com quem tem duas filhas.

Mas, quando conversamos sobre os elos que unem seus diferentes trabalhos, o cineasta preferiu apontar para temas mais amplos.

"Todos os meus filmes falam de pessoas que estão por baixo", ele disse. "Sobre não poder escolher a família a que você pertence, e que às vezes nem mesmo é sua família de verdade, mas só aquele grupo na direção do qual você termina gravitando. E você se pergunta como foi parar em companhia daquele bando de esquisitos. O que aqueles caras têm em comum comigo?"

Sem exatamente se pôr no papel-título do monólogo, Waititi falou longamente sobre os motivos para que certas pessoas –quem quer que elas possam ser– jamais consigam se ver como bem-sucedidas, como plenamente realizadas.

"O que move as pessoas é essa ideia de ‘vou mostrar a todo mundo’", ele disse. "Às vezes é uma ideia percebida erradamente, uma ideia falsa, de que os outros não têm fé em você. Você continua a carregar isso consigo mais tarde na vida, e sempre haverá alguém que diga que ‘ei, você pode deixar isso de lado, você já provou o quanto vale’."

Ele ergueu a voz comicamente antes de prosseguir. "Não, ainda há algumas pessoas mortas a quem preciso provar alguma coisa! Meu pai já morreu, mas preciso que ele veja o que me tornei!" E, em seguida, em um tom mais suave e sincero, ele acrescentou que "é um apego estranho".

Assim que o novo filme de Thor for lançado em segurança, mais trabalho aguarda Waititi. "Estou tentando escrever uma ideia para ‘Star Wars’, no momento", ele disse. "Preciso descobrir como é que ela deve ir adiante, porque, quando a submeter, a qualidade pode determinar quando, ou se, ela será produzida."

Mas em seguida ele acrescentou que "ou seria legal tirar seis meses de folga e curtir com as minhas filhas".

Perguntei se ele estava começando a se sentir como Leonardo DiCaprio em "A Origem", desesperado por chegar em casa e ser abraçado pelos filhos já na porta, e Waititi aceitou a comparação. "Elas estão na Nova Zelândia", ele disse. "Não poderiam estar mais longe de mim."

Ele tenta se consolar com a lembrança de que se esforçou para levar as filhas para ficar com ele o máximo possível, no set de "Thor: Amor e Trovão" e tentou propiciar a elas experiências que no futuro talvez sejam úteis.

"Eu sei que no futuro elas vão se lembrar daquele período e pensar que um dia estiveram em um set de filmagem com Christian Bale", disse Waititi. "E foram rudes com ele e o ignoraram."

Tradução de Paulo Migliacci

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