Foi como uma "referência cultural e patrimonial" no Brasil que Gilberto Chateaubriand, um dos maiores mecenas das artes brasileiras morto nesta quinta-feira, foi definido pela curadora e historiadora da arte Vanda Klabin.
Em uma nota em homenagem ao colecionador, que está por trás de boa parte do acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o MAM, Klabin também afirmou que um dos legados deixados por Chateaubriand se refere à publicização da arte.
"Segundo sua constante afirmação, é importante dar visibilidade às coleções particulares e disponibilizar as obras do acervo, pois Gilberto Chateaubriand acreditava que toda coleção privada tem como destino ser pública. 'Quando uma coleção aumenta, menos lhe pertence', ele dizia."
Pesquisadora de artes plásticas e ex-diretora de centros culturais, Klabin destacou a importância da coleção de Chateaubriand para os estudos acadêmicos, bem como sua contribuição para a historiografia da arte brasileira.
"Estão presentes, no seu universo de descobertas, os momentos de fermentação e de renovação das linguagens artísticas. Suas rotas estéticas, que demonstram múltiplos acordos afetivos e com irradiações para numerosos movimentos artísticos, nortearam muitas outras coleções, através de seu olhar abrangente, plural e diversificado."
Dono de mais de 8.000 obras e filho de Assis Chateaubriand, um dos mais importantes empresários das comunicações do Brasil, Gilberto Chateaubriand nasceu em Paris em 1925 e morreu aos 97 anos em sua fazenda no interior de São Paulo, de causas naturais. Ele deixa um filho único, Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand.
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