Tom Zé ataca racismo e defende presença africana na língua portuguesa do Brasil

Aos 85 anos, músico baiano lança disco 'Língua Brasileira', que investiga origens e desenvolvimento do idioma

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São Paulo

O cantor Tom Zé demonstrou sua indignação em relação ao racismo em entrevista à Folha nesta sexta-feira. Segundo ele, a riqueza brasileira surge justamente "desse corpo que morre mais, é o mais pobre, é quem mais é atingido pela inflação, é quem mais é preso, é o que sofre o diabo".

O cantor Tom Zé, que lança o disco 'Língua Brasileira' - Divulgação

"Como é que a pessoa pode ser racista se ela fala uma língua que é bonita e admirada no mundo todo pela presença africana que há nela, a presença dessas civilizações segregadas, o negro, o índio?", questionou o músico de 85 anos que lança o disco "Língua Brasileira".

"Camarada em seu apartamento de luxo em Copacabana ou no bairro nobre de São Paulo que pensa assim não sabe o que fala. Porque a riqueza da língua brasileira vem exatamente desse corpo que é o que morre mais, é o mais pobre, é quem mais é atingido pela inflação, é quem mais é preso, é o que sofre o diabo."

"Língua Brasileira" nasceu a partir da peça homônima feita em parceria com o diretor Felipe Hirsch. O espetáculo estreou em janeiro deste ano e, assim como o álbum, investiga as origens e o desenvolvimento da língua portuguesa falada no Brasil, assim como suas implicações históricas e políticas.

Com produção musical de Daniel Ganjaman e Daniel Maia, o novo disco do artista baiano natural de Irará traz em seus arranjos e em versos alguns gêneros diferentes que se misturam com a música tradicional brasileira, como samba-canção, rap, samba-enredo, baião, rock e marcha.

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