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Aproveitando o sucesso de "Sandman" na Netflix, a edição de hoje reúne indicações de filmes e séries inspiradas em histórias em quadrinhos. Você vai ver que o streaming pode ir muito além dos Vingadores e da Liga da Justiça…
Uma das HQs (ou graphic novels) mais cultuadas entre os aficionados, "Sandman", de Neil Gaiman, finalmente ganhou uma versão live-action em formato de série em dez episódios da Netflix.
O próprio Gaiman já tinha visto outros de seus personagens ganharem as telas muito antes, como em "American Gods".
O universo dos quadrinhos é explorado há bastante tempo por Hollywood e vai muito além dos Vingadores ou heróis da Liga da Justiça. Confira na lista abaixo.
"American Gods" foi concebido por Neil Gaiman como um romance, mas a história também virou uma HQ, lançada pela Dark Horse Comics. A trama, que mistura fantasia com toques de mitologia, é centrada no personagem Shadow Moon (Ricky Whittle), homem que acaba de sair da prisão e perder a mulher e que é recrutado por Mr. Wednesday (Ian McShane) como uma espécie de segurança. Aos poucos, ele descobre que seu chefe é um dos deuses antigos, que reúne forças na Terra para lutar contra os novos deuses, representados a sentimentos como culto à celebridade, ganância, sexo e drogas. Leia a crítica da série na Folha.
Disponível no Prime Video (três temporadas, 26 episódios)
O Anti-Herói Americano
Amante de jazz, livros e quadrinhos, Harvey Pekar é um mal-humorado funcionário público de um hospital. Em 1976, ele finalmente consegue publicar a revista "American Splendor", que retrata seu próprio cotidiano, e se torna uma celebridade underground. O próprio Pekar narra suas aventuras nesta versão para o cinema, com Paul Giamatti no papel principal. O filme foi indicado ao Oscar de roteiro e ganhou o prêmio da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível na HBO Max (101 min.)
Constantine
John Constantine (Keanu Reeves) é capaz de enxergar demônios e os mandar de volta para de onde vieram. No entanto, quando jovem, ele tentou o suicídio, o que significa que ele também vai para o inferno quando morrer, de acordo com as regras da ficção. Sua trajetória, então, se cruza com a de uma policial (Rachel Weisz), cuja irmã gêmea, que era sensitiva, se jogou de um prédio. O solitário e sarcástico caçador de demônios tem origem na HQ "Hellblazer", lançada pelo selo Vertigo, da DC. Além deste filme bem-sucedido, o personagem ganhou uma série da NBC, cancelada após uma temporada e disponível no mesmo streaming. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível na HBO Max (filme, 121 min; série, 13 episódios)
Estrada para Perdição
Depois de ganhar o Oscar com "Beleza Americana", seu filme de estreia, Sam Mendes dirigiu este bom longa policial que se passa na época da Lei Seca nos Estados Unidos, com Tom Hanks como Michael Sullivan, um frio assassino que trabalha para o mafioso John Rooney (Paul Newman). No entanto, o filho adolescente de Sullivan testemunha um crime cometido justamente pelo filho do chefão (papel de Daniel Craig pré-007). Para proteger o jovem, Sullivan cruza o país enfrentando a máfia e tentando escapar de um matador profissional (Jude Law) contratado para eliminar a dupla. O filme é baseado na graphic novel de Max Allan Collins. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível no Star+ (117 min.)
Muito antes de os Vingadores da Marvel juntarem seus trapinhos nos cinemas, este filme ambientado no início do século 20 reunia o aventureiro Allan Quatermain (Sean Connery), Capitão Nemo (Naseeruddin Shah), Dorian Gray (Stuart Townsend), a vampira Mina Harker (Peta Wilson), Dr. Jekyll/Mr. Hyde (Jason Flemyng) e Tom Sawyer (Shane West). Ah, e também tinha o Homem Invisível (Tony Curran). A turma se junta para deter um vilão que tenta causar a Primeira Guerra Mundial. O filme é baseado em HQ de Alan Moore, o mesmo de "V de Vingança".
Disponível no Star+ (110 min.)
Marcas da Violência
Um dos mais premiados filmes de David Cronenberg foi adaptado da graphic novel "Uma História de Violência" (título original do longa), de John Wagner. No filme, o pacato dono de uma cafeteria reage a um assalto e vira celebridade na pequena cidade em que vive com a família. Ao mesmo tempo, ele atrai a atenção de um grupo de mafiosos que contestam sua identidade. No elenco, Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris e uma participação de William Hurt. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível na HBO Max (95 min.)
Paper Girls (novidade)
Já citada na última edição da newsletter, a nova série é baseada na premiada HQ homônima. A trama é protagonizada por um quarteto de adolescentes com ecos nos anos 1980, o que, como já dissemos, pode fazer muita gente se lembrar de "Stranger Things". Mas há boas diferenças. Caso você não se lembre da sinopse, irei refrescar sua memória: um quarteto de garotas que entregam jornal em Cleveland, em 1988, se encontram no primeiro dia depois do Halloween. Após um incidente com alguns rapazes, elas percebem que o céu ficou rosado e, ao tentar chegar em casa, vão parar no futuro, onde é travada uma guerra que envolve viagens no tempo.
Disponível no Prime Video (oito episódios)
Uma das graphic novels mais cultuadas do mundo, e em especial no Brasil, "Sandman", de Neil Gaiman, finalmente ganha uma versão live-action com esta série da Netflix. A trama gira em torno do personagem Sonho (Tom Sturrigde), aprisionado por mais de um século após um ritual de magia das trevas. Quando finalmente escapa, tenta recuperar seu reino. Leia mais sobre o lançamento aqui.
Disponível na Netflix (uma temporada, dez episódios)
Um grupo de super-heróis conhecido como os Sete trabalha para uma corporação que monetiza os heróis. No entanto, eles cometem deslizes e são vigiados por outra trupe, os Rapazes (the Boys), que tentam manter os heróis na linha. O destaque do grupo de vigia fica com o líder Billy (Karl Urban), que odeia os heróis e responsabiliza um deles pelo desaparecimento de sua mulher. Apesar de ter trabalhado com a DC e com a Marvel, o autor Garth Ennis lançou a HQ "The Boys" com a independente WildStorm.
Disponível no Prime Video (três temporadas, 24 episódios)
A origem desta série de sucesso é uma HQ escrita por Gerard Way (vocalista da banda My Chemical Romance) em 2007, que foi lançada pela Dark Horse. Na premissa da trama, 43 mulheres que não estavam grávidas dão à luz em 1º de outubro de 1989. Um bilionário excêntrico consegue adotar sete delas, formando a Umbrella Academy. Todas as crianças desenvolvem poderes, exceto Vanya, a Número 7. No presente, os irmãos adotivos estão separados após traumas do passado, mas se reúnem para o velório do pai. É quando reaparece o Número 5, com habilidade de viajar no espaço e no tempo, com a notícia de que o mundo vai acabar em oito dias. Gerard Way também aparece nos créditos como coprodutor.
Disponível na Netflix (três temporadas, 30 episódios)
Inspirado na HQ homônima de Alan Moore, que saiu pelo selo Vertigo, da DC, o filme tem roteiro das irmãs Wachowski, mesma dupla de "Matrix". A trama distópica mostra a Inglaterra sob um regime totalitário. Neste cenário, surge o mascarado V, um vigilante que usa táticas terroristas para expor o governo e unir a sociedade em busca da liberdade. Em sua jornada, ele conta com a ajuda da jovem Evey (Natalie Portman). Reza a lenda que Moore nunca quis ver o filme. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível na HBO Max (132 min.)
Depois de adaptar com êxito a versão para o cinema de "300" (HQ de Frank Miller), Zack Snyder ganhou sinal verde para comandar o ambicioso "Watchmen", baseado na graphic novel de Alan Moore (ele de novo). A trama se passa em 1985, em uma realidade alternativa na qual Richard Nixon ainda é o presidente e a Guerra Fria continua fria. Neste cenário, Rorschach descobre um plano para eliminar os super-heróis, que já estão praticamente inativos. A HBO produziu também uma série que se passa no presente, ainda com a realidade alternativa, 34 anos após os acontecimentos da HQ original.
Disponível na HBO Max (filme, 163 min; série, dez episódios)
O que tem de novo
A Caldeira do Diabo
Em 1941, na pacata cidade fictícia de Peyton Place (título original do filme), a tranquilidade aparente dos habitantes encobre segredos, incluindo casos de estupro, abuso e traição. O filme de 1957, que chega agora ao streaming, rendeu a Lana Turner sua única indicação ao Oscar. Foi também uma das inspirações para David Lynch e Mark Frost criarem o universo de "Twin Peaks".
Disponível no Star+ (157 min.)
Como o título entrega, o documentário recupera o desastre que se tornou o megafestival Woodstock de 1999, 30 anos depois do original, que teve a participação de nomes como Sheryl Crow, Limp Bizkit, Korn, Bush e Red Hot Chili Peppers. O evento que começa como uma reunião de 250 mil pessoas vai se degringolando aos poucos, com falhas de estrutura, pouca segurança, preços abusivos, fácil acesso a drogas e comportamento abusivo em relação às mulheres, com direito a relato de casos de estupro após o evento. Em três episódios (um para cada dia de show), a série mostra como a bomba foi se armando antes da explosão.
Disponível na Netflix (três episódios)
O filme original da série, de 1987, nos apresentou ao personagem —o alienígena, não o brutamontes militar de Schwarzenegger. Já a sequência de 1990 terminou apresentando as múltiplas possibilidades que a franquia poderia proporcionar. Depois de uma série de filmes ruins, chega agora este "A Caçada", o melhor longa da série para este escriba. O filme volta ao século 18, quando uma guerreira comanche percebe a existência do alien predador em volta de sua tribo e, ao mesmo tempo, descobre a existência de colonizadores ainda mais cruéis.
Disponível no Star+ (100 min.)
Dica de graça
Gritos e Sussurros
Com um câncer já em estágio avançado, Agnes recebe cuidados das duas irmãs, ambas vivendo suas próprias crises pessoais, em sua casa no campo. Na prática, a única que oferece algum apoio real para Agnes é Anna, a dedicada empregada. Um dos clássicos de Ingmar Bergman, o filme sueco de 1972 foi premiado com o Oscar de fotografia.
Disponível gratuitamente até 11 de outubro em sescsp.org.br/sescdigital
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