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Dramas de tribunal são normalmente filmes com um ritmo próprio, que se vale mais dos diálogos e da performance dos atores, afinal, boa parte da ação fica confinada a uma sala. E Hollywood sempre produziu ótimos longas do gênero.
Infelizmente, durante a pesquisa para a lista abaixo, foi difícil (ou impossível) encontrar alguns dos principais títulos do gênero no catálogo dos streamings. Portanto, perdoem a lista pela ausência de "O Sol É para Todos", "Justiça para Todos", "O Vento Será Tua Herança" e outros clássicos.
A seleção também só tem um longa de John Grisham, o rei dos filmes com advogados dos anos 1990, e justamente um sem tribunal, "A Firma". Também não há advogados esverdeados, como em "Mulher Hulk - Defensora de Heróis". Ainda assim, tem muita coisa boa. Confira:
Em 1968, o que era para ser um protesto pacífico contra a Guerra do Vietnã se transforma em uma batalha entre policiais e manifestantes, com sete pessoas que são presas e vão a julgamento, acusadas de darem início ao conflito e conspirarem contra o governo. Com elenco recheado de bons atores (Eddie Redmayne, Mark Rylance, Jeremy Strong, Sacha Baron Cohen, Frank Langella e Joseph Gordon-Levitt), o filme de Aaron Sorkin teve cinco indicações ao Oscar —mas não levou nenhum. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível na Netflix (129 min.)
Acima de Qualquer Suspeita
Ao descobrir a morte de uma colega de trabalho, o promotor Rusty Sabich (Harrison Ford) é convocado para assumir as investigações —o problema é que ele era amante da vítima e passa a ser apontado como o principal suspeito do crime. Enquanto tenta recuperar o relacionamento com sua mulher (Bonnie Bedelia), Sabich contrata um experiente advogado para defendê-lo no tribunal (Raul Julia). Inspirado em livro de Scott Turow, o filme de 1990 tem direção de Alan J. Pakula.
Disponível na HBO Max (127 min.)
Nem o maravilhoso mundo das animações escapou de uma boa sequência em um tribunal. Cortesia de Jerry Seinfeld, produtor, roteirista e voz principal de "Bee Movie". Ele é Barry Benson, uma abelha que não sabe qual é o seu propósito na colmeia até conhecer o mundo dos humanos e perceber que eles consomem muito mel sem pagar nada. Assim, Barry vai aos tribunais contra toda a raça humana para defender o direito e a produção das abelhas, com incríveis participações dramáticas de Sting e Ray Liotta.
Disponível na Netflix (91 min)
Doze Jurados
Uma mulher é julgada pela morte da filha de 2 anos e, ao mesmo tempo, por um crime do passado que envolveu sua melhor amiga. Desde o primeiro episódio, a produção belga foca mais nos jurados que vão acompanhar o caso chamado pela mídia de "o julgamento do século". Esse é o principal trunfo da série: mostrar como a bagagem que cada um carrega pode ou não influenciar em um veredito. Leia a crítica de Luciana Coelho na Folha.
Disponível na Netflix (10 episódios)
As Duas Faces de um Crime
A chocante morte do arcebispo de Chicago a facadas atrai a atenção do público e da mídia para o julgamento do jovem que foi capturado fugindo da cena do crime. Ao perceber a oportunidade, um ambicioso advogado pega o caso, no qual se confronta no tribunal com uma ex-namorada que trabalha para a promotoria. As coisas se complicam quando o acusado apresenta um quadro de dupla personalidade. Até Richard Gere está bem neste ótimo drama de tribunal que tem ainda Laura Linney, Edward Norton e Frances McDormand.
Disponível na Netflix (130 min.)
Em 1974, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA) assombrava os ingleses, um atentado mata várias pessoas em um pub perto de Londres. A polícia age rápido, prende aleatoriamente alguns irlandeses e arranca confissões sob tortura. O principal acusado é Gerry Conlon, condenado ao lado do pai em uma corte inglesa. Anos depois, na cadeia, enquanto lutam para provar inocência, recebem a ajuda de uma advogada idealista que tenta reabrir o caso. Inspirado em uma história real, o filme de 1993 teve sete indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, direção e para os atores Daniel Day-Lewis (perdeu para Tom Hanks, de "Filadélfia"), Pete Postlethwaite (coadjuvante) e Emma Thompson (coadjuvante).
Disponível no Star+ (133 min.)
Em Defesa de Jacob
Jovem e ambicioso promotor (Chris Evans) recebe o caso do assassinato de um garoto de 14 anos, mas rapidamente as investigações apontam para seu filho, Jacob, como principal suspeito. Durante os episódios, enquanto as investigações evoluem, o pai e a advogada contratada tentam armar a melhor defesa para Jacob enquanto a mãe (Michelle Dockery) passa a alimentar sérias dúvidas sobre a inocência do rapaz. Leia a crítica na Folha.
Disponível na Apple TV+ (8 episódios)
Filadélfia
O filme de 1993 é uma das primeiras superproduções de Hollywood a tratar abertamente da Aids. Na trama, o ótimo advogado Andrew Backett (Tom Hanks) tem carreira meteórica no escritório de advocacia em que trabalha. No entanto, é demitido ao descobrirem que ele é portador do vírus HIV. Enquanto luta ao lado do namorado (Antonio Banderas) para sobreviver à doença, ele contrata um advogado homofóbico (Denzel Washington) para ajudá-lo a processar os antigos chefes. O longa também marca uma guinada na carreira de Hanks, antes mais associado às comédias, que vence seu primeiro Oscar no papel do advogado homossexual.
Disponível no Star+ (126 min.)
A Firma
No curto espaço entre 1993 e 1997, seis obras do autor John Grisham foram levadas às telas, na maioria dos casos, com o próprio como um dos roteiristas. Quem inaugurou os trabalhos foi este "A Firma", mistura de drama e suspense com direção de Sydney Pollack. O protagonista (Tom Cruise) é um advogado recém-formado contratado por um pequeno e abastado escritório. Aos poucos, ele percebe a associação da firma com a máfia e tenta bolar um plano para se livrar dos chefes e sair ileso. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível no Prime Video (154 min.)
O Insulto
A questão em torno de "O Insulto" parece simples. Um homem tem uma calha irregular na varanda do apartamento; outro homem, que faz uma grande obra no entorno, conserta a calha sem autorização do dono. O primeiro destrói a obra, o segundo o xinga. O dono do apartamento, então, exige um pedido de desculpas. O problema é que a ação se passa em Beirute e o primeiro homem é um cristão libanês que escuta discursos da extrema direita, enquanto o segundo é um refugiado palestino. A ofensa vira agressão e o imbróglio vai para o tribunal, despertando ódio e xenofobia na população. Este foi o primeiro filme libanês a receber uma indicação ao Oscar de filme estrangeiro. Leia a crítica do filme na Folha.
Disponível na Reserva Imovision (113 min.)
Meu Primo Vinny
Comédia de tribunal? Temos. Em uma cidade conservadora, dois jovens são presos e acusados de assassinato. Para defendê-los, é chamado o primo de um deles, Vinny (Joe Pesci), que acabou de se formar e mal sabe se comportar diante da corte. Mas ele conta com seu faro e sua extrovertida noiva para tentar resolver o caso. É uma rara chance de ver o eterno coadjuvante Pesci como protagonista no filme que rendeu o Oscar de atriz coadjuvante para Marisa Tomei.
Disponível no Star+ (120 min.)
Na premissa da série, Alicia (Julianna Margulies) descobre a traição do marido (Chris Noth), que é também procurador do Estado e se envolve em um escândalo político e sexual. Com a prisão dele, Alicia tira o diploma de direito da gaveta e vai trabalhar em um escritório de advocacia. Para quem nunca viu, é diversão garantida, com muitos casos, sentenças e processos inseridos entre os problemas pessoais da advogada (ou vice-versa).
Disponível no Paramount+ (7 temporadas, 156 episódios)
Your Honor
O mundo de um juiz de reputação inabalável desaba quando seu filho adolescente atropela e mata um jovem e foge do local do acidente. O pai tenta apagar todos os vestígios que possam revelar a identidade do culpado, até que descobre que a vítima é o filho do mafioso local. Mais uma boa série estrelada por Bryan Cranston, de "Breaking Bad". Pelo menos nos EUA, a segunda temporada estreia neste ano. Leia a crítica da série na Folha.
Disponível no Prime Video (1 temporada, 10 episódios)
O que tem de novo
A melhor série de true crime da última semana (sim, parece que tem uma nova toda semana). Desta vez, um detetive mórmon (Andrew Garfield) muito religioso começa a investigar o trágico assassinato de uma jovem mulher e de sua bebê de 15 meses em uma comunidade no estado de Utah, nos EUA. O crime envolve religião e o detetive usa suas próprias crenças para conseguir confissões mais eficientes e chegar ao assassino. A história da vítima (a inglesa Daisy Edgar-Jones, também de "Fresh") é recapitulada em flashback. Todos os episódios têm mais de uma hora, e o último, com 89 minutos, é praticamente um longa-metragem.
Disponível no Star+ (1 temporada, 7 episódios)
Uma Equipe Muito Especial
A série usa muitos dos elementos do filme homônimo de 1992, mas altera os personagens. A premissa continua sendo a da criação da liga feminina de beisebol em 1943, durante a Segunda Guerra, quando a versão masculina do esporte foi paralisada porque os atletas estavam prestando serviço militar. Em dez episódios, a série aborda questões que passaram superficialmente no filme ou foram ignoradas, como a homossexualidade das jogadoras e o racismo. Quem gostou do filme vai se divertir —mesmo sentindo falta do carisma de Geena Davis e Tom Hanks. A atriz Abbi Jacobson, que faz o papel principal, também assina como criadora.
Disponível no Prime Video (1 temporada, 10 episódios)
Dica de graça
Os 100 Anos de Pasolini
Depois de exibir 19 filmes no Cinesesc dedicados ao cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975), a mostra Os 100 Anos de Pasolini chega parcialmente (e gratuitamente) ao streaming Sesc Digital. São cinco títulos —alguns deles entre os mais aclamados do diretor—, que ficam disponíveis por um mês. A seleção traz "Accattone - Desajuste Social" (1961), "Mamma Roma" (1962), "O Evangelho Segundo São Mateus" (1964), "Gaviões e Passarinhos" (1966) e "Édipo Rei" (1967).
Disponível gratuitamente até 18 de setembro em www.sescsp.org.br/sescdigital
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