Descrição de chapéu Rock in Rio

Ivete Sangalo fala em mudar tudo na eleição em crítica a Bolsonaro no Rock in Rio

Show catártico teve xingamentos contra Bolsonaro e cantora diz que o Brasil merece ser livre, sem armas e com educação e arte

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Já era começo de noite neste domingo, último da nona edição do Rock in Rio, quando Ivete Sangalo começou seu show. Apoiada no axé, no pagodão e na percussão da música baiana, ela botou a plateia para dançar em um dos shows mais animados do palco Mundo no festival.

Ivete Sangalo em show no Rock in Rio, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/Folhapress

Uma entidade da música brasileira, Ivete tem –a exemplo de Djavan, no mesmo palco e horário no dia anterior– um dos cancioneiros mais conhecidos do país. De cara, ela emendou "Tempo de Alegria", "Abalou", "Sorte Grande", "Festa" e "Acelera Aê", satisfazendo a multidão que chegou cedo para ver seu show.

Acompanhada pelo filho Marcelo na percussão, e Pabllo Vittar na plateia, fazendo caras e bocas para a câmera, ela passeou pelo pagodão baiano em "Tá Solteira, Mas Não Tá Sozinha". Em "Muito Obrigado Axé", disse que "a gente não precisa de armas, a gente precisa de amor". "Deus não acredita na violência, ele acredita no amor."

Ela então puxou um momento de resgate do Carnaval dos anos 1990, quando despontou para o sucesso como vocalista da Banda Eva. Começou com "Faraó Divindade do Egito", em que Ivete saudou o Olodum, uma lembrança de que os blocos afro deram início à revolução no Carnaval que gerou a música axé. Depois vieram "Baianidade Nagô", "Me Abraça" e "Beleza Rara".

A energia foi aumentando conforme Ivete –assim como seus dançarinos, cheia de brilho na roupa– foi emendando hits. Ela foi de "Mexe a Cabeça" a "Céu da Boca", passando por "Dançando" e "A Galera".

Marcelo Sangalo voltou ao palco, estampando Carlinhos Brown em sua camiseta, para tocar piano em "Quando a Chuva Passar", cantada a plenos pulmões pela plateia. Foi o momento mais emocionante, depois que o filho da cantora foi introduzido com um vídeo dela dedicando o seu show no Rock in Rio de 2011 ao filho de 12 anos.

Eles terminaram a performance abraçados, levando muitos fãs às lágrimas. "Coisa linda da mamãe", ela disse, antes de puxar um discurso sobre mães criarem os filhos sem medo de os deixar "correrem na rua, sem camisa", com "liberdade, direitos, amor, educação".

O público puxou um sonoro xingamento ao presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal, enquanto ela discursava. Ivete disse que o Brasil "merece continuar sendo livre e conhecido como país da alegria, educação e arte". "Vamos continuar sendo, porque nada vai nos impedir."

Ela então puxou "O Mundo Vai", e disse que "dia 2 vamos mudar tudo", se referindo às eleições. O Rock in Rio então veio abaixo, conforme Ivete puxou "Arerê", um de seus maiores sucessos, novamente gerando gritos contra Bolsonaro ao fim da performance.

Acabou com um coro de dezenas de milhares de vozes cantando "Eva", um dos hinos da maior festa popular do Brasil. Parecia, de fato, um Carnaval.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.