Descrição de chapéu Rock in Rio

Rock in Rio abre com show do Sepultura, Beethoven e xingamentos a Bolsonaro

Banda se uniu à Orquestra Sinfônica Brasileira para ir da euforia à calmaria em primeira apresentação no palco Mundo

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Rio de Janeiro

Foi com um telão em preto e branco marcado por desenhos de raios que a maior banda nacional de heavy metal, o Sepultura, se reuniu ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira para o primeiro show no palco Mundo na nona edição do Rock in Rio, que começou nesta sexta-feira (2).

Andreas Kisser da banda de rock Sepultura se apresenta no Rock in Rio 2022 com a Orquestra Sinfônica Brasileira no palco Mundo - Ricardo Moraes/Reuters

Acostumada a se apresentar no festival, a banda abriu a apresentação com um tema de Igor Stravinsky, mas logo pesou a mão puxando "Roots Bloody Roots", um clássico dos anos 1990, quando vivia seu auge e ainda tinha Max Cavalera como vocalista. A investida fez o público tirar os pés do chão.

Ao som dos gritos vindos da plateia com o nome da banda, o líder Andreas Kisser comemorou o fim da pandemia de Covid-19. "Que sentimento fantástico estar aqui com vocês depois dessa pandemia, depois de tudo o que aconteceu."

O clima foi da calmaria à euforia conforme a orquestra entrava e saía, enchendo a apresentação de elementos melódicos, que são raros no som sujo e duro do Sepultura. Em músicas como "Kairos" e "Agony of Defeat", mais recentes, a OSB reforçou os riffs da banda, mas a lógica se inverteu em performances de números de Beethoven e Vivaldi, quando o guitarrista Andreas Kisser chegou a assumir o violão.

A união entre os músicos de heavy metal e de música chegou ao ápice quando eles revezaram solos em meio a uma rica sessão rítmica que incluiu triângulo e atabaques. O momento remeteu a grandes momentos do Sepultura, que, no celebrado álbum "Roots", de 1996, uniu às guitarras distorcidas a percussão de Carlinhos Brown e influências da música indígena brasileira em ritmos sincopados.

Foi um show diferente do que está acostumado o Sepultura, que tocou em todas as edições do Rock in Rio, com exceção das de 1985 e 2015, mas a resposta do público metaleiro foi maior nos hits de sempre, caso de "Refuse/Resist", também incrementada pela orquestra.

Houve até alguns xingamentos ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, do Partido Liberal, mas apenas de uma parte da plateia. Antes de sair do palco, Kisser ainda disse que o show foi um momento histórico para a banda, ressaltando o "respeito e admiração mútua".

Erramos: o texto foi alterado

O Sepultura não tocou no Rock in Rio em 1985, como afirmou versão anterior deste texto.

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