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'Adão Negro' entedia com The Rock, músculos e testosterona em excesso

Dwayne Johnson atua no piloto automático em filme pouco inspirado que desperdiça personagem da DC Comics

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Adão Negro

  • Quando Estreia nesta quinta (20) nos cinemas
  • Classificação 14 anos
  • Elenco Dwayne Johnson, Sarah Shahi e Viola Davis
  • Produção EUA, 2022
  • Direção Jaume Collet-Serra

É com a testa franzida que Dwayne Johnson, o The Rock, interpreta o protagonista de "Adão Negro", filme que será lançado nesta quinta-feira. O ator dá vida ao superpoderoso fortão e malvado dos gibis da DC Comics, que nos cinemas vira uma espécie de anti-herói agressivo.

Na história, um escravo do país Kahndaq ganha poderes especiais. Milhares de anos depois, enquanto busca um artefato em forma de coroa, uma humana chamada Adrianna invoca o Adão Negro e o convence a salvar seu povo da ameaça de vilões. Enquanto isso, um grupo de super-heróis é enviado para controlar os métodos violentos do todo-poderoso.

Cena de 'Adão Negro', novo filme baseado nos personagens dos gibis da DC Comics
Cena de 'Adão Negro', novo filme baseado nos gibis da DC Comics - Divulgação

The Rock é um daqueles atores que parece interpretar sempre o mesmo personagem. Nos últimos anos, ele foi escalado para viver machos musculosos que esbanjam testosterona em filmes como "Jungle Cruise", "Jumanji", "Um Espião e Meio" e todos os "Velozes e Furiosos". Seu visual é quase sempre o mesmo, o que reforça a impressão.

A repetição é um problema porque esvazia sua interpretação de profundidade. Em "Adão Negro", The Rock atua no automático, só faz cara de mau e combina seus músculos com a voz grave para tentar parecer imponente. A performance é tão unidimensional que fica entediante.

A história também não empolga. O longa se arrasta com uma trama genérica preenchida por porradaria e explosões barulhentas. Até a direção do espanhol Jaume Collet-Serra nas cenas de ação é duvidosa —ele abusa tanto da câmera lenta que o artifício perde o impacto e empobrece a produção.

Se há algo de bom no filme são os efeitos especiais. É difícil criar cenas com pessoas voando que pareçam realistas, mas isso não é um problema aqui. Todas as exibições de superpoderes são bem feitas, do gigantismo do Esmaga Átomo às mágicas feitas pelo Senhor Destino –que parece uma versão fajuta do Doutor Estranho da Marvel, vale dizer.

Aliás, nenhum dos personagens secundários salva o enredo. Os super-heróis que tentam controlar o Adão Negro com seus princípios moralistas estragam o potencial do protagonista e dão um subtexto cafona e infantil ao roteiro.

Cena de 'Adão Negro', novo filme baseado nos personagens dos gibis da DC Comics
Os personagens Adrianna e Senhor Destino em cena de 'Adão Negro' - Divulgação

Nos quadrinhos, o Adão Negro costuma dar as caras como um antagonista de Shazam, herói que ganhou um filme divertido e carismático em 2019. Na adaptação para o cinema, porém, Adão só é malvado com os vilões.

Falta coragem ao filme, que até funcionaria se fosse violento de verdade e tivesse cenas de luta cheias de sangue. A Warner desperdiçou o personagem num longa de ação genérico, desses que se vê aos montes nas salas de cinema semanalmente. Dona de figuras icônicas como Batman, Superman e a Mulher-Maravilha, a DC Comics tem um futuro cada vez menos promissor nas telas.

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