Descrição de chapéu LGBTQIA+

Artistas LGBT+ têm obras vandalizadas em centro cultural de São Paulo

Ataque aconteceu no Centro Cultural da Diversidade, que vai expor as peças, mesmo danificadas, como ato de resistência

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São Paulo

Obras de artistas LGBTQIA+ que fazem parte da exposição "Minh’alma Cativa", no Centro Cultural da Diversidade, localizado no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo, foram danificadas em um ataque realizado na madrugada da última terça-feira, de acordo com a Polícia Civil. A autoria do crime ainda é desconhecida.

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'Grandes Detalhes' (2021), de Antonio Kuschnir, uma das obras danificadas durante o ataque - Centro Cultural da Diversidade

Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura, administradora do espaço, afirmou que foram vandalizadas seis peças de 12 artistas, além de cortinas, paredes e painéis sonoros do prédio.

Consta no boletim de ocorrência registrado pela pasta que as obras sofreram rasgos, rabiscos e furos causados por pedras.

Uma das peças mais danificadas foi a pintura "Grandes Detalhes", do artista carioca Antonio Kuschnir, de 21 anos, que tinha doado a obra para a exposição.

Em entrevista na tarde desta sexta-feira, Kuschnir disse estar indignado com o ataque. "Obras de artistas LGBT sendo destruídas não parece ser coincidência. É um ato de violência. O sentimento de indignação é grande, mas também nos dá vontade de continuar afirmando a nossa verdade e expondo o trabalho."

'Grandes Detalhes' (2021), de Antonio Kuschnir - Divulgação/ Antonio Kuschnir

Apesar dos danos, a programação do evento, com organização de Ana Carla Soler, continua. Os organizadores, dentre eles o agente cultural Victor Valery, decidiram manter a abertura da exposição para este sábado, às 16h.

"Manteremos a abertura para amanhã, inclusive com as obras rabiscadas ou perfuradas, como forma de resistência", diz Valery. "Temos que mostrar que isso não nos intimida, utilizar os ataques como combustível e as obras danificadas como protesto."

Esta é a segunda exposição com trabalhos que compõem a coleção pública de obras de arte do Centro Cultural da Diversidade. As peças abordam o carinho, o toque e os desejos escondidos ou invisibilizados pela homofobia.

Alguns dos trabalhos expostos fizeram parte do primeiro Salão de Arte Homoerótica, realizado em junho deste ano, em São Paulo. O Centro Cultural da Diversidade busca ser o maior acervo público brasileiro de obras relacionadas à cultura LGBTQIA+.

Exposição Minh'alma Cativa

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