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Morre Pablo Milanés, autor de 'Yolanda' e uma das maiores vozes cubanas

Músico e compositor de 79 anos, que integrou o movimento nova trova, estava internado em Madri

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Havana

O cantor e compositor cubano Pablo Milanés, fundador do movimento nova trova e uma das grandes vozes da América Latina, morreu na madrugada desta terça-feira, dia 22, em Madri, aos 79 anos. A informação foi divulgada na página do artista numa rede social.

"Desaparece fisicamente um de nossos maiores músicos. Voz inseparável da trilha sonora de nossa geração. Minhas condolências a sua viúva e filhos, a Cuba", escreveu no Twitter o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, que recebeu a notícia durante uma viagem à Rússia.

A foto mostra um homem sorrindo
O cantor e compositor cubano Pablo Milanés - Reprodução/Facebook de Pablo Milanés

A assessoria do cantor agradeceu a todas as demonstrações de carinho que foram divulgadas pouco após o anúncio da morte e que inundaram as redes sociais para apoiar sua família e amigos. "Que descanse no amor e na paz que sempre transmitiu. Permanecerá eternamente na nossa memória", afirmou a mensagem divulgada pela equipe de Milanés nas redes sociais.

O autor de "Yolanda" e de "Breve Espacio" havia sido internado alguns dias atrás em Madri.

No último dia 11, a assessoria do artista informou que o quadro era estável e que ele recebia tratamento para os sintomas de uma série de infecções recorrentes que afetaram sua saúde nos últimos meses.

Fundador da chamada nova trova cubana ao lado de Silvio Rodríguez e Noel Nola, Milanés sofria havia vários anos de uma doença onco-hematológica que o obrigou a se mudar para Madri no final de 2017, "para receber um tratamento inexistente em seu país", segundo um comunicado de sua equipe.

O músico cubano cancelou shows nas últimas semanas na Espanha e na República Dominicana. Em junho, ele fez sua última visita a Havana, após três anos de ausência. Na ocasião, fez uma apresentação emotiva na capital do país.

Apesar de o evento ter provocado polêmica devido à intenção oficial de distribuir parte dos ingressos entre organismos governamentais, a música de Pablito, como é conhecido em seu país, foi ouvida por quase 10 mil cubanos.

"Sempre disse que é meu melhor público", declarou a milhares de pessoas que o receberam com as lanternas dos telefones celulares, em uma noite que muitos consideraram uma despedida.

Nascido em 24 de fevereiro de 1943 em Bayamo, Pablo Milanés abraçou com força a Revolução Cubana no início, mas depois se distanciou do regime e expressou críticas ao governo de seu país. Mas nunca rompeu a relação que o unia a seu povo por meio de sua música.

Apesar do afastamento desde a década de 1980, Silvio Rodríguez publicou na segunda-feira, dia 21, em seu blog, a letra de "Pablo", uma canção dedicada a seu parceiro no início da nova trova cubana.

Personalidades do mundo político também lamentaram a morte. Gustavo Petro, presidente da Colômbia, tuitou "cantamos com suas canções e e ele encheu nossos corações e almas". "Hoje foi chamado para cantar no sublime concerto da eternidade."

A cantora peruana Tania Libertad, residente no México, também comentou a notícia no Twitter. "Partiu um grande compositor, cantor maravilhoso e amigo extraordinário."

"Vamos sentir sua falta, querido Pablo. Boa viagem", acrescentou na mensagem, acompanhada de um vídeo no qual canta a música "El Primer Amor" em dueto com Milanés.

As mensagens de tristeza dos fãs também dominaram as redes sociais. "Obrigado por tanto amor por sua terra. Obrigado por tanto amor aos cubanos. Obrigado por tanto amor transformado em canção", resumiu uma mensagem.

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