Descrição de chapéu transição de governo

Margareth Menezes confirma que vai ser ministra da Cultura de Lula

Cantora se reuniu com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no hotel em que o presidente está hospedado, em Brasília

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Brasília

A cantora Margareth Menezes afirmou nesta terça-feira que aceitou o convite do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para ser a nova ministra da Cultura.

"Conversamos e eu aceitei a missão. E recebo isso como uma missão mesmo até porque foi uma surpresa para mim também, até para eu entender o lugar desta minha representação e a necessidade de a gente fazer uma força-tarefa para levantar o Ministério da Cultura", afirmou a futura ministra, ao chegar ao Centro Cultural Banco do Brasil, sede do gabinete de transição.

Em foto colorida, a cantora Margareth Menezes posa para a câmera
A cantora Margareth Menezes - Divulgação/José de Holanda

Margareth se torna assim a primeira mulher a ser confirmada no futuro governo, que já oficializou cinco homens.

Ela esteve, na manhã desta terça-feira, no hotel em que Lula está hospedado em Brasília para uma reunião de algumas horas. Depois, seguiu para o Centro Cultural Banco do Brasil, sede do gabinete de transição, quando anunciou que vai integrar o futuro governo.

Margareth falou à imprensa acompanhada do secretário de Cultura do PT, Márcio Tavares. Ela disse que contará com o apoio dele, indicando que Tavares poderá ocupar algum cargo no ministério. "Vamos trabalhar, trabalhar muito, é muito trabalho. Vou contar com a participação do meu querido Márcio Tavares e de uma equipe também de pessoas competentes nas áreas técnicas", disse.

A futura ministra, no entanto, não especificou qual cargo será ocupado por Tavares. Ele já foi cotado para ser secretário nacional de Cultura.

"O presidente disse que é de uma importância muito grande e que ele está querendo fazer um Ministério da Cultura forte para atender aos anseios do povo da cultura, do povo do Brasil, pelo potencial que nossa cultura tem, nossa riqueza", acrescentou a futura ministra.

"Agora é isso, juntar e ouvir todo mundo para a gente levantar primeiro o ministério, fazer a cultura do Brasil voltar ao reconhecimento mundial que sempre teve. Todas as áreas da cultura, as culturas populares, a gente vai reacender."

A indicação da cantora para ocupar o ministério vinha sendo objeto de críticas no meio artístico, com alguns apontando que ela não seria preparada para o cargo por não ter uma experiência sólida em gestão pública.

Margareth evitou se aprofundar sobre as críticas, respondendo apenas que "a gente tem equipe".

A notícia de que a artista havia aceitado o convite para comandar a pasta foi antecipada por este jornal na sexta-feira. O convite partiu de uma sugestão da socióloga Rosângela Silva, a Janja, mulher de Lula.

Seu nome, entretanto, não foi a primeira opção do petista. A princípio, a atriz Marieta Severo e o rapper Emicida foram procurados, mas não aceitaram a proposta. O próprio Lula sondou Severo.

O Ministério da Cultura será recriado pelo governo do presidente Lula, após ter sido rebaixado ao nível de uma secretaria por Jair Bolsonaro, do PL. O atual mandatário manteve na maior parte de sua gestão o ator Mario Frias, famoso por ter atuado na novela "Malhação", da TV Globo, como o responsável pela área.

A sua gestão foi marcada por polêmica, como viagens pagas com dinheiro público a Nova York, além de uma ofensiva contra a Lei Rouanet.

Antes deles, houve um período de um ano de comando do dramaturgo Roberto Alvim, demitido após copiar um discurso do ministro de propaganda do regime nazista Joseph Goebbels. Ele foi sucedido pela atriz Regina Duarte, que também deixou o cargo de maneira polêmica.

Regina gravou um vídeo ao lado de Bolsonaro e disse que foi ao Palácio do Alvorada para perguntar se estava sendo "fritada". Ela deixou a secretaria com a promessa de que iria comandar a Cinemateca Brasileira, em São Paulo —cargo que ela nunca chegou a ocupar.

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