Harvey Weinstein não será julgado por outras acusações de abuso sexual pendentes

Em julgamento que o condenou, o ex-produtor de Hollywood negou ter cometido os crimes e se declarou inocente

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AFP

A Justiça da Califórnia decidiu nesta terça-feira (14) que o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, 70, não será julgado pelas acusações de abuso sexuais que ficaram pendentes em seu último julgamento, que aconteceu em fevereiro deste ano.

Na ocasião, Weinstein foi condenado a 16 anos de prisão por atacar sexualmente uma mulher num hotel de Beverly Hills, em Los Angeles, há uma década.

Harvey Weinstein durante julgamento em Los Angeles, nos Estados Unidos, em outubro - Etienne Laurent/AFP

Nesta terça, a juíza Lisa Lench decidiu descartar três acusações pendentes e anunciou que Weinstein não voltará ao banco dos réus, em resposta a um pedido da defesa do ex-produtor.

A promotoria já havia informado que não insistiria nas acusações, mas as mulheres solicitaram que a decisão de descartar as acusações fosse revista.

O ex-produtor já está cumprindo pena de 23 anos de prisão por outro caso envolvendo crimes sexuais em Nova York. Essa condenação adicional na Califórnia pode fazer com que ele passe o resto de sua vida na cadeia.

No julgamento em Los Angeles, várias mulheres disseram à corte que foram atacadas sexualmente por Weinstein. O magnata negou todas as acusações, se declarou inocente e sua defesa trabalha por apelações em Nova York e na Califórnia.

Em dezembro, o tribunal californiano o considerou culpado de atacar uma mulher, mas o absolveu de uma segunda denúncia. O júri, por sua vez, não chegou a um veredicto em relação às denúncias de outras duas mulheres.

Rumores sobre o comportamento abusivo do produtor de "Shakespeare Apaixonado" e "Pulp Fiction" circularam como um segredo durante anos em Hollywood.

Em 2017, no entanto, acusações contra ele foram publicadas em meios de comunicação, dando início ao movimento MeToo contra a violência sexual. Dezenas de mulheres passaram então a falar sobre suas experiências traumáticas com Weinstein.

Depois de sua condenação em Nova York, em 2020, um julgamento no âmbito civil decidiu pelo pagamento de uma indenização de US$ 17 milhões, cerca de R$ 90 milhões, para algumas das vítimas de Weinstein.

Em fevereiro, a mulher que acusou Weinstein de a ter estuprado em um hotel de Beverly Hills também o processou por danos e prejuízos em consequência de agressão sexual, cárcere privado, imposição intencional de sofrimento emocional e negligência.

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