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'Hypnotic' tem Alice Braga e Ben Affleck caçando vilão que mata com hipnose

Filme de Robert Rodriguez foi exibido no Festival do Rio e concebido nos anos 2000, sob influência de Hitchcock

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Rio de Janeiro

Quando surge em cena pela primeira vez em "Hypnotic: Ameaça Invisível", Alice Braga parece uma charlatã. E das boas. Cercada por luzes neon e uma decoração esotérica, ela atende um homem que quer curar traumas do passado pela hipnose. Não demora muito para entendermos a dimensão de seu talento.

Cena do filme "Hypnotic: Ameaça Invisível”, de Robert Rodriguez
Cena do filme "Hypnotic: Ameaça Invisível”, de Robert Rodriguez - Divulgação

No novo filme de Robert Rodriguez, que chega aos cinemas nesta semana depois de ser exibido no Festival do Rio, entramos num mundo em que um grupo conseguiu aperfeiçoar a técnica. Braga, que vive Diana Cruz, uma dessas pessoas, não só consegue forçar os outros a balbuciar palavras soltas, mas é capaz até mesmo de convencê-los a matar –inclusive a si próprios.

Leva tempo até o coprotagonista Danny Rourke, interpretado por Ben Affleck, acreditar no poder da hipnose –tempo e a visão de seu melhor amigo, investigador da polícia como ele, se acorrentando a uma cela e, depois, quase cortando seu braço fora, a mando de Cruz.

Braga e Affleck formam o par que precisa parar um vilão que domina a hipnose de tal maneira que nenhuma mente é forte o suficiente para barrá-lo. Tanto que ele sai por aí roubando bancos e matando civis sem ser investigado, em crimes que, em determinado momento, se enroscam no desaparecimento da filha de Rourke, anos atrás.

Mais uma viagem da mente inventiva de Rodriguez, "Hypnotic" lembra filmes de ficção como "A Origem", "Matrix" ou "Amnésia", em que a realidade apresentada ao espectador nunca é totalmente plausível. Parte da experiência inclui buscar pistas que ajudem a entender quem é quem, a separar o que é real do que é mera manipulação.

"Um Corpo que Cai" e outros clássicos de Hitchcock, no entanto, são os filmes que Rodriguez cita como inspiração. São tramas sobre um cara que ninguém consegue pegar, resume ele ao fazer a comparação.

A ideia para "Hypnotic", conta, veio em meio a uma onda de interesse pelo cinema hitchcockiano, no início dos anos 2000. Como o conceito da trama era totalmente original, porém, ela foi atrasada para que o diretor cuidasse de outros projetos mais glamorosos ou certeiros, como "Sin City", "Alita: Anjo de Combate", "O Mandaloriano" e os seis "Pequenos Espiões" que dirigiu ou produziu.

"Algumas ideias demoram mais do que outras para chegar às telas", resume, tocando uma guitarra entre uma entrevista e outra, sem mostrar incômodo pela interrupção do entra e sai de jornalistas na sala de videoconferência na qual está conectado, sorridente e simpático.

Apesar do jeito simples de Rodriguez, "Hypnotic" parece ser um filme de grandes ambições. Não apenas por suas estrelas ou a história complexa, mas também pelo final, que, sem entregar spoilers, dá a entender que uma sequência pode vir.

Ou ao menos poderia, não fossem os resultados frustrantes de bilheteria do filme até aqui. Foram US$ 12 milhões arrecadados nos Estados Unidos e em mercados europeus importantes, contra os US$ 65 milhões de orçamento –em torno de R$ 60 milhões contra R$ 300 milhões.

Rodriguez, no entanto, diz que o final em aberto foi deliberado, não um vislumbre de sucesso ou da emergência de uma nova franquia, como "Pequenos Espiões", também uma ideia própria.

"Quando eu faço um filme, eu gosto de terminá-lo de forma que o espectador possa imaginar sequências. Primeiro para que possamos fazê-las, se for o caso. Segundo, para que o público crie novas histórias, suas próprias aventuras para aqueles personagens. Parece que é o fim, mas um filme é só o começo."

Impedida de dar entrevistas por causa da greve de atores nos Estados Unidos, Alice Braga teve seu papel feito sob medida. Antiga conhecida de Rodriguez, desde que fez um teste para "Predadores", ela conseguia alcançar o equilíbrio perfeito entre o calor humano e a frieza calculista que sua personagem requeria, diz ele.

"Ela é incrível, e eu sempre vou querer trabalhar com ela. É como se ela fosse parte da família, então eu criei essa personagem e dei o nome de Diana Cruz na esperança de contratá-la. Houve conflitos de agenda, mas no fim deu certo."

O repórter viajou a convite do Festival do Rio

Hypnotic: Ameaça Invisível

  • Onde Nos cinemas
  • Classificação 14 anos
  • Elenco Ben Affleck, Alice Braga e William Fichtner
  • Produção EUA, 2023
  • Direção Robert Rodriguez
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