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17/08/2010 - 11h01

Bienal do Livro debate a imagem brasileira no exterior

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MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO

A literatura brasileira tem conquistado maior destaque internacional ou é refém de poucos nichos editoriais?

O assunto é hoje tema da mesa "Brasil, Brazil", que acontece às 17h na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Participam da palestra Marçal Aquino, Milton Hatoum e Gregório Dantas.

Aquino, autor de "O Invasor", acredita que, após um período de tradução maciça na década de 1970, a literatura brasileira deixou de despertar interesse.

Hoje, para ele, os casos são pontuais, frutos de esforço individual, e não mais de interesse genuíno.

"Nos anos 70, aconteceu o boom da literatura latina e nós pegamos a rabeira dele. Hoje, o mercado está interessado em outras coisas."

Ele acrescenta que a política muitas vezes influencia na apreciação literária.

Patricia Stavis/Henrique Manreza/Folhapress
Marçal Aquino e Milton Hatoum participam de debate hoje na Bienal do Livro
Marçal Aquino e Milton Hatoum participam de debate hoje na Bienal do Livro

VAMPIRISMO

O auge latino, quando escritores como Julio Cortázar e Gabriel García Márquez estouraram na Europa, coincidiu com o período em que muitos países da região viviam sob ditaduras militares.

A estabilidade democrática conquistada na década de 1990 teria "esfriado" o interesse internacional.
"Hoje a moda é o Leste Europeu e Cabul, áreas de conflito. Há também o vampirismo. O cara que escrever 'O Vampiro de Cabul' vai ganhar muito dinheiro", ri.

Gregório Dantas, professor da Universidade Federal da Grande Dourados (MS), acredita que muitas vezes o Brasil ainda é visto sob os rótulos convencionais: o de país tropical exótico, selvagem e de mulheres exuberantes.

"Talvez devêssemos superá-los. Há quem acredite, porém, que é preciso reforçá-los para melhor divulgarmos nossa cultura. É um impasse", avalia Dantas.

Milton Hatoum tem uma visão um pouco mais otimista do problema. Percebe um maior interesse por livros brasileiros nos últimos anos.

Cita como exemplos clássicos ("Grande Sertão: Veredas" e "Os Sertões") e autores recentes (Bernardo Carvalho e Luiz Ruffato) que tiveram traduções na Europa.

O próprio Hatoum serve como exemplo. Já foi traduzido para 16 línguas. "Um milagre", brinca ele.

"O que tenho notado é que o interesse pelo Brasil tem aumentado porque hoje temos um maior destaque internacional. Mas o fundamental é a qualidade da obra. Cedo ou tarde, bons livros serão traduzidos."

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DESTAQUES DA 21ª BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO

Confira as atrações de hoje

Salão das Ideias

13h - "Pequenos Leitores, Grande Literatura", com Pedro Bandeira
15h - "Reinações de Monteiro Lobato" - especialistas na obra do criador do "Sítio do Picapau Amarelo" desvendam as facetas da obra do escritor
19 - "Eterna Pagu" - celebrando o centenário de nascimento de Patrícia Galvão, a mesa reúne Geraldo Galvão Ferraz e Lúcia Maria Teixeira Furlani, autores da fotobiografia "Viva Pagu"

Território Livre

15h - "Optei pelo Esporte", com Gustavo Borges
17h - "Letra, Música e Poesia", com Fabrício Corsaletti, colunista da Folha, e Toninho Horta, Wilson Sideral, Lobão e André Midani

Palco Literário

20h - O jornalista e apresentador Zeca Camargo interpreta obras literárias

21ª Bienal do Livro de São Paulo
QUANDO das 10h às 22h; até 22/8
ONDE Pavilhão de Exposições do Anhembi (av. Olavo Fontoura, 1.209, tel. 0/xx/11/2089-7413)
QUANTO R$ 10
CLASSIFICAÇÃO livre
MAIS INFORMAÇÕES www.bienaldolivrosp.com.br

 

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