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22/08/2010 - 07h34

Artistas da MPB discutem prós e contras da lei que proíbe showmícios

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AMANDA QUEIRÓS
MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

"Por que foi mesmo que se proibiram os showmícios?" A pergunta é de Caetano Veloso, que já cantou em palanques quando isso era permitido e, segundo diz, faria o mesmo na eleição deste ano.

Prática que ganhou força a partir do movimento das Diretas, em 1984, os showmícios foram proibidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2006, numa reforma que também aboliu a distribuição de brindes por candidatos aos eleitores.

Com o assunto de volta à pauta, a Folha ouviu o que pensam a respeito os artistas que já se envolveram nesse tipo de adesão política.

Gilberto Gil, Djavan e Chico Buaque cantam jingle da campanha de Lula de 1989; ouça:

Lula

Chico Buarque e outros artistas cantam jingle de FHC para a Prefeitura de SP em 1985:

FHC

"A presença de um artista querido pode ser tomada como um brinde ao eleitor", disse Caetano, por e-mail. "Mas não é necessariamente isso: pode ser apoio político deliberado por parte do artista e, mesmo quando pago, pode ser parte da mensagem do candidato."

Segundo o cantor, a liberação de brindes materiais pode ser tomada como abertura para a compra de votos, "mas uma canção cantada por alguém querido não é algo que você leva para casa".

Musa do movimento das Diretas, Fafá de Belém considera a proibição "uma farsa". Ela argumenta que a música é componente agregador e, se não for feita ao vivo, será tocada mecanicamente.

"Estando ou não o artista lá, a música dele está rolando --sem autorização e, muitas vezes, nem o Ecad [direitos autorais] é pago", diz.

Fernando Santos-26.jun.1984/Folhapress
Musa da campanha das Diretas-Já, a cantora Fafá de Belém participa de comício na praça da Sé, em SP, em junho de 1984
Musa da campanha das Diretas-Já, a cantora Fafá de Belém participa de comício na praça da Sé, em SP, em 1984

Veterano dos showmícios, tendo cantado nas campanhas de Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Aécio Neves e Mario Covas, o cantor Raimundo Fagner apoia a proibição.

Para ele, é preciso haver alguma relação ideológica entre o artista e o candidato.

"Muito artista grande não tem nenhum critério, troca de palanque como quem troca de camisa e vai pelo dinheiro mesmo", opina.

É mais ou menos o que pensa Lobão, que se apresentou na campanha de Lula à Presidência, em 1989. Ele lembra que, naquele ano, aconteceu de uma mesma banda fazer shows para partidos de ideologias opostas.

"Essa indústria tem que parar, é coisa de sem-vergonha", diz. "Ser pago para fazer isso faz do artista uma espécie de marqueteiro, que é um parasita da política."

 

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