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Gal Costa relança obra e prepara novo disco para 2011
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MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO
O foco criativo de Caetano Veloso, segundo ele mesmo diz, está agora no álbum que prepara para Gal Costa.
Com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2011, o disco deve sair pela Universal --mesma gravadora que reedita agora os 15 primeiros trabalhos da cantora, gravados originalmente entre 1967 e 1983, na caixa "Gal Total", que já está nas lojas.
"Quando Caetano me disse, depois de ver um show meu em Lisboa, que queria trabalhar comigo em um disco, não achei que fosse ser tão logo", diz Gal.
Moreno Veloso, coprodutor do trabalho, passa tardes na casa de Gal, em Salvador, tocando as canções ao violão, tirando tons, cantando as músicas novas com ela.
Mais da metade do repertório --canções inéditas, todas dele-- já está pronto. As que faltam estão "bem adiantadas", segundo Caetano.
"Há tempos, tenho um sonho de repertório e som para um disco com a voz dela", afirma o compositor.
Esse som, no entanto, não terá como referência a estética explosiva que pautou os trabalhos dos dois nos bons tempos tropicalistas.
"Naquele período, eu usava o grito como forma de expressão, fazia uns sons estranhos", diz Gal. "Eu me engajei no tropicalismo de coração, não intelectualmente. Nada do que fiz foi racional."
Caetano afirma que a sonoridade que planeja para Gal "não tem nada a ver com volta ao grito". Mas também não vai se apoiar no formato que a cantora vem adotando nos últimos trabalhos.
Para isso, pretende escalar o maestro Jacques Morelenbaum e o guitarrista Pedro Sá, ambos colaboradores assíduos de Caetano, para ajudarem na produção musical --o primeiro vai trazer os arranjos "clássicos", com naipe de cordas etc.; o outro dará a pegada roqueira.
Marisa Cauduro/Folhapress | ||
A cantora Gal Costa em foto tirada em um hotel em São Paulo |
METAMORFOSE
A caixa "Gal Total" flagra as muitas metamorfoses sofridas por Gal Costa a partir da estreia em LP, em 1967, com o bossanovista "Domingo" --em dupla com Caetano.
A partir dali, ela vestiria as personagens mais díspares.
Roqueira tropicalista (em "Gal Costa", de 1969), hippie psicodélica ("Gal", 1969, e "Legal"), musa da contracultura ("Fa-Tal", 1971), artista experimental ("Índia", 1973).
Em "Cantar" (1974) --também dirigido por Caetano, aliás-- Gal inauguraria o modelo que seguiria nos anos seguintes: a cantora-cantora, de técnica apurada, voz límpida e afinação perfeita, à maneira de Ella Fitzgerald.
Lançados quase anualmente até o fim do contrato com a gravadora, em 1983, os oito discos que completam a caixa apenas consagrariam --ou negariam-- a eficiência dessa personagem --última que adotou para si. Pelo menos até agora.
GAL TOTAL
ARTISTA Gal Costa
LANÇAMENTO Universal
QUANTO R$ 310, em média (caixa com 16 CDs)
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