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18/11/2010 - 09h30

"Guerra e Paz" de Portinari sai da ONU para restauro e turnê

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SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Foram desmontados os dois painéis da obra "Guerra e Paz", de Candido Portinari, que estavam instalados desde 1957 na sede das Nações Unidas em Nova York. Eles passarão por restauro e depois farão turnê pelo Brasil e por países como a França.

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São 28 peças de madeira que formavam os murais, cada um com 14 metros de altura e 10 metros de largura, que adornavam a entrada da Assembleia Geral da ONU.

Num projeto orçado em R$ 7 milhões, bancados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, os fragmentos de "Guerra e Paz" chegam ao Rio em dezembro e serão montados no Teatro Municipal, onde foram expostos pela primeira vez quando Portinari terminou todo o trabalho, em 1956.

"Meu pai nunca mais viu os painéis, nunca esteve na ONU", lembra à Folha o filho do artista, João Candido Portinari. "Ele viu isso montado só uma vez, no Municipal."

Depois da reinauguração do teatro, os painéis serão restaurados ao longo de quatro meses num ateliê aberto ao público no palácio Gustavo Capanema, o antigo Ministério de Educação e Saúde projetado por Le Corbusier.

Será removida uma camada de sujeira que se acumulou na superfície do quadro e restaurados dois pontos em que o pigmento se descolou da madeira, o que, segundo Portinari, deve devolver a vibração das cores aos painéis.

Essa foi a última obra em grande escala do artista, que morreu em 1962 intoxicado pelas tintas. Portinari havia sido proibido por médicos de usar tinta a óleo e sabia que corria risco de morte ao executar a obra para a ONU.

"Foi uma decisão consciente e coerente com toda uma vida de militância", diz o filho do artista. "Foram nove meses pintando e ele saiu disso muito fragilizado."

Reprodução
Detalhe do mural "Guerra e Paz" encomendado pela ONU ao pintor brasileiro Cândido Portinari
Detalhe do mural "Guerra e Paz", que foi encomendado pela Organização das Nações Unidas ao pintor brasileiro Cândido Portinari

ITINERÂNCIA

Por enquanto, o orçamento permite o transporte da obra ao Rio e seu restauro, mas o Projeto Portinari, liderado pelo filho do pintor, busca recursos para levar os painéis ao Museu Nacional da República, em Brasília, e a uma grande retrospectiva do artista na Oca, em São Paulo.

Marcada para julho de 2011, a mostra paulistana teria os dois painéis e os 120 estudos para "Guerra e Paz" que nunca foram exibidos.

Também está em estudo a montagem dos painéis no Grand Palais, em Paris. Em 2012, há planos de expor o trabalho no Museu da Paz, em Hiroshima, no Japão, e depois em Genebra e Oslo, na entrega do Nobel da Paz.

No ano seguinte, quando os painéis serão devolvidos, a ideia é fazer "uma grande despedida" no Rio seguida de uma montagem da obra no MoMA, em Nova York.

 

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