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26/03/2011 - 09h27

Acervo Folha narra história da psicanálise no país

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DE SÃO PAULO

Em março de 1928, uma nota publicada na "Folha da Noite" tentava decifrar Sigmund Freud ao comentar um livro sobre psicanálise e educação: "A finalidade do 'Freudismo' é, sem dúvida alguma, a educação dos instintos, principalmente dos instintos sexuais", diz o texto armazenado no Acervo Folha.

Dois anos depois, o tema já se tornara relativamente corriqueiro nas páginas das Folhas, como o jornal era conhecido, por ter edições de manhã, à tarde e à noite.

Noticiava-se que Freud ganhara o prêmio Goethe, a mais prestigiada láurea literária da Alemanha; artigos debatiam a teoria dos sonhos e conferências de Durval Marcondes (1899-1981), um dos pioneiros da psicanálise no Brasil, eram noticiadas com certo alarde.

O fascínio por Freud e a história da psicanálise no Brasil podem ser acompanhados no Acervo Folha (acervo.folha.com.br). O acesso ao serviço é gratuito nessa fase inicial.

Editoria de Arte / Folhapress

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O ápice dessa cobertura ocorreu entre os anos de 1945 e 1962 porque um dos controladores da Folha nessa época, José Nabantino Ramos (1908-1979), era aficionado por psicanálise.

Tão aficionado que num período que viveu em Londres se submetia a seis sessões por semana. Em 1967, foi nomeado membro emérito da Sociedade Brasileira de Psicanálise.

O próprio Nabantino Ramos, professor de direito da USP e do Mackenzie, escreveu sobre o assunto. Em 1946, publicou um texto sobre psicanálise e marxismo, um tema que só chegaria à mídia na década de 60.

Sob a direção de Nabantino Ramos, a "Folha da Manhã" passou a publicar regularmente textos do pioneiro Durval Marcondes e criou uma coluna semanal de psicanálise, assinada por uma mulher, Virgínia Bicudo.

No livro "Álbum de Família: Imagens, Fontes e Ideias da Psicanálise em São Paulo", o psicanalista Leopold Nosek reconhece o papel de divulgador de Nabantino Ramos: "Foi no jornal 'Folha da Manhã' e na Rádio Excelsior que se escancararam as portas da divulgação psicanalítica. Pelo menos desde 1945 até o início dos anos 60, a psicanálise ocupou um lugar privilegiado nos meios de comunicação de massa".

A crise pela qual passa o legado de Freud com a ascensão das drogas que prometem acabar com depressão e crises de humores é o tema dominante desde os anos 80.

Um título na capa do Mais! de 2006 capta onde foi parar Freud: "Pai Patrão". O título do livro que norteia a edição, da francesa Catherine Meyer, mostra que Freud já viveu dias melhores: "O Livro Negro da Psicanálise".

 

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