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Com diretor estreante, "Riscado" une popular e sofisticado
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RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA
"Riscado" desafia uma noção que, mesmo sendo essencialmente falsa, se estabeleceu como uma verdade absoluta no cinema brasileiro recente: a ideia de que o popular e o sofisticado sejam incompatíveis, de que um filme não pode entreter o público e fazê-lo pensar ao mesmo tempo.
Estreia de Gustavo Pizzi no longa-metragem, "Riscado" é um filme de vertente popular: fácil de assistir e de assimilar, com uma narrativa linear e protagonista que desperta imediata empatia (encarnada por uma atriz iluminada, Karine Teles), todo pontuado por momentos de comédia.
Mas "Riscado" é, ao mesmo tempo, um filme de estrutura complexa, em que a narrativa central se desenvolve em paralelo a outra secundária (um filme dentro do filme), com diferentes camadas de encenação e de significado e um humor com muito mais ironia do que picardia.
A trama é sobre a luta de uma jovem atriz carioca, Bianca (Karine Teles), para ganhar a vida. Ela encarna Marilyn Monroe em festas de aniversário, distribuiu folhetos, participa de eventos e faz outros bicos para pagar as contas.
Divulgação | ||
Bianca (Karine Teles) vestida de Marilyn Monroe em cena de "Riscado", de Gustavo Pizzi |
Até que, um dia, ela tem um golpe de sorte. Faz teste para um papel num filme de um diretor francês rodado no Rio. Ele fica encantado com Bianca e decide incorporar a história da atriz ao roteiro do filme.
Pizzi constrói seu "Riscado" como uma fábula agridoce, em que grandes esperanças se alternam a enormes frustrações. É um filme muito simples sobre as agruras da vida do ator, e também outro bastante complexo sobre a beleza de um ofício que permite ter muitas vidas.
Esses dois filmes estão perfeitamente integrados: não há contradição entre eles. Isso não deveria ser novidade. Mas, dentro do atual panorama do cinema brasileiro, até parece que é.
Talvez a bilheteria não confirme a popularidade de "Riscado". Mas os motivos serão extra filme: ausência de atores de novela, de "cross media" na televisão, do marketing da Globo Filmes...
Mas aí azar da bilheteria (ou seja, do público). Porque eles terão perdido o nascimento cinematográfico de um belo diretor e de uma grande atriz.
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