A dramaticidade do problema da segurança no Brasil é proporcional à quantidade de chavões demagógicos sobre a questão. Mas dois livros deste ano qualificam o debate, indo além da indignação simplista com o tema.
“Para Virar o Jogo”, de Ilona Szabó e Melina Risso, faz um bom bê-a-bá da segurança pública: que fatores potencializam a criminalidade? Quais as atribuições de cada esfera de poder? Como funcionam as polícias?
Atuantes no terceiro setor, as autoras explicam a ineficácia da política de drogas e do encarceramento em massa e propõem medidas para a prevenção do crime, como a redução da evasão escolar e a adoção do policiamento comunitário.
A superlotação dos presídios, abordada na obra, contribuiu para a expansão das facções criminosas no país.
A maior delas, o PCC, é objeto de outro lançamento. “A Guerra”, dos pesquisadores Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias, narra a ascensão da organização depois do massacre do Carandiru (1992). O livro conta como o grupo passou das cadeias às periferias, como promoveu rebeliões e como cresceu de São Paulo para o país inteiro. Também explica como o racha com o Comando Vermelho, do Rio, provocou matanças nos presídios em 2017.
Os autores destrincham ainda a comunicação interna usada pela facção, reproduzindo os chamados “salves” (mensagens da cúpula).
Segurança Pública para Virar o Jogo
AUTORAS Ilona Szabó e Melina Risso
EDITORA Zahar
QUANTO R$29,90 (144 págs.)
QUEM INDICA Oliver Stuenkel
A Guerra: A Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil
AUTORES Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias
EDITORA todavia
QUANTO R$ 54,90 (344 págs.)
QUEM INDICA Raquel Rolnik e Sérgio Adorno
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