Morre ator Oswaldo Loureiro, aos 85 anos, em São Paulo

Ele sofria de Alzheimer e estava afastado da atividade artística desde 2011

São Paulo

O ator Oswaldo Loureiro, que fez mais de 20 novelas da Rede Globo, como "Mandala" (1987) e "Que Rei Sou Eu?" (1989), morreu aos 85 anos, em São Paulo

Ele sofria do mal de Alzheimer, que o manteve afastado da carreira artística desde 2011.

Loureiro estava internado no hospital São Luiz, no Morumbi, e teve uma parada cardíaca neste sábado (3).

"Ele morreu em paz", disse sua filha Claudia Loureiro de Brito.

A última telenovela que ele participou foi "A Lua Me Disse" (2005) da Rede Globo, quando, sob direção de Rogério Gomes, interpretou o deputado Boaventura.

O ator Oswaldo Loureiro em cena na novela Uga Uga, em 2000
O ator Oswaldo Loureiro em cena na novela Uga Uga, em 2000 - Nelson di Rago/Divulgação

Oswaldo Loureiro nasceu no Rio, em 1932, numa família de artistas -- a mãe era cantora lírica, o pai, jornalista e ator, e as irmãs, bailarinas.

Embora tenha começado carreira ainda criança no cinema -- seu primeiro papel formal foi no longa "Brasileiro João de Souza" (1944), de Bob Chust--,  dizia que seu meio de expressão era o teatro.

Participou de mais de 140 peças, desde sua primeira atuação profissional nos palcos, aos 23, com "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, em montagem da companhia de Henriette  Morineau, em 1955.

Nos anos 1970, deu vida a importantes personagens da dramaturgia brasileira como Creonte, em "Gota d'Água" (1975), de Chico Buarque e Paulo Pontes, e Paco, em "Dois Perdidos em uma Noite Suja" (1977), de Plínio Marcos.

Levou o prêmio Mambembe de atuação com seu papel em "Motel Paradiso" (1982), de Juca de Oliveira, de quem dirigiria "Baixa Sociedade" (1990), um dos muitos espetáculos que conduziu.

Loureiro também dirigiu o teatro Guaíra, em Curitiba, onde implantou o projeto Teatro para o Povo, que fez mais 1.700 apresentações, para mais de 700 mil espectadores, ao longo de dois anos e meio.

Ele também foi diretor de TV -- esteve à frente de "Os Trapalhões" entre 1982 e 1983 -- e de shows de humor, como uma série de espetáculos de Chico Anysio (1931-2012).

Engajado na luta sindical em prol do reconhecimento da profissão de ator e pela subvenção do Estado ao teatro, Loureiro foi dirigente sindical por nove anos na década de 1980, chegando a ser presidente do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro.

O corpo do ator foi cremado neste sábado (3) no cemitério Jardim da Colina em São Bernardo do Campo. Ele deixa a viúva, Madalena Loureiro, filhos e netos.

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