Jasper Johns, hoje com 87 anos, entrou para o cânone dos artistas pop e neo-dadaístas com suas pinturas da bandeira listrada dos Estados Unidos, nos anos 1950.
Seus mapas, alvos e números coloridos também fizeram sucesso nas décadas seguintes pelas galerias de Nova York. A simplicidade de suas obras, aliada à apropriação de iconografias populares, influenciaria gerações de artistas, incluindo o papa do movimento pop art, Andy Warhol.
Johns não estava apenas pintando bandeiras, mas por cima delas, com uma cera quente misturada a tintas que dava uma plasticidade diferente aos trabalhos, distorcendo seu simbolismo.
No próximo dia 10, começa em Los Angeles uma exposição que é resultado da primeira grande pesquisa sobre seu trabalho nos últimos 20 anos: "Something Resembling Truth" (algo parecido com a verdade). Feita em colaboração com a Royal Academy de Londres, fica em cartaz até 13/5 no The Broad.
O museu tem o melhor acervo de arte contemporânea da cidade, exibindo parte da coleção do casal de filantropos Eli e Edythe Broad, que inclui obras de Jeff Koons, Roy Lichtenstein e Cindy Sherman.
São mais de 120 pinturas, esculturas e desenhos agrupando seis décadas de produção de Johns, com obras vindas de dezenas de museus e coleções particulares, algumas raramente emprestadas ou nunca antes vistas na cidade.
VILA MEDEIROS EM HOLLYWOOD
Los Angeles está prestes a receber uma cozinha brasileira "moderna, autoral, equilibrada e alinhada com o estilo de vida californiano". As palavras são do chef paulistano Rodrigo Oliveira, que ficou famoso com o bar e restaurante Mocotó, no bairro paulistano de Vila Medeiros, e recentemente abriu o Balaio, na av. Paulista.
Sua primeira aventura no exterior ainda não tem nome, local nem data de abertura, mas tudo deve ser definido na viagem que Oliveira faz neste mês à cidade.
Em 2017, chegou a ser divulgado que a casa ficaria no ilustre Hollywood Roosevelt Hotel, sede da primeira edição do Oscar, em 1929. Mas o plano não deu certo, porque não seria possível fazer as reformas necessárias, já que se trata de um prédio histórico.
"Fiquei encantado com a cena gastronômica da cidade e com os produtos da Califórnia", disse o chef à Folha, citando frutas, cogumelos e frutos do mar. "Sem dúvida vamos levar muitos dos nossos ícones, mas vamos olhar com muita atenção para os inúmeros produtos e produtores que temos à disposição na região."
O chef chega a Los Angeles aliado a um grupo americano que gerencia alguns dos mais populares e premiados restaurantes da cidade, como o Bestia, de gastronomia italiana, e o RedBird, de cozinha americana moderna, instalado numa antiga catedral restaurada.
CINEMA NO RADINHO
Em tempos de premiações do cinema, em vez de ver, que tal ouvir um pouco de Hollywood? A febre dos podcasts nos EUA gerou o nostálgico "You Must Remember This" (você deve lembrar disso, disponível em youmustrememberthispodcast.com), sobre histórias secretas ou esquecidas do primeiro século do cinema.
Há episódios dedicados a Jane Fonda, abordando seu papel de sex symbol e seu casamento tumultuado com o cineasta Roger Vadim, e outros a Bela Lugosi e seus trabalhos com Ed Wood. Frank Sinatra, Madonna e Isabella Rossellini também são temas de contos apimentados. O programa foi criado em 2014 por Karina Longworth, que já escreveu livros sobre George Lucas, Al Pacino e Meryl Streep. Cada episódio de 50 minutos é precedido de intensa pesquisa feita pela autora, que ainda narra, grava e edita tudo em sua casa.
E para quem estiver cansado do oba-oba cinematográfico, um podcast mais macabro traz a saga do assassino Charles Manson, que tirou o sossego de Los Angeles em 1969. "Young Charlie" (jovem Charlie, disponível em smarturl.it/hollywoodandcrime) é o nome da segunda temporada do podcast "Hollywood & Crime", que traz seis episódios sobre os nove assassinatos cometidos pelos integrantes da seita de Manson, incluindo o de Sharon Tate, então grávida de Roman Polanski.
Fernanda Ezabella, 37, é jornalista.
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