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Ameaças mostram falta de autocrítica das Forças Armadas, diz Natalia Viana

Autora discute emprego de militares na segurança pública e participação de generais no governo Bolsonaro

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Eduardo Sombini
Eduardo Sombini

Geógrafo e mestre pela Unicamp, é repórter da Ilustríssima

Em "Dano Colateral: a Intervenção dos Militares na Segurança Pública" (Objetiva), a jornalista Natalia Viana conta a história dos civis mortos pelas Forças Armadas na última década em GLOs (operações de garantia da lei e da ordem).

O caso com maior repercussão foi o assassinato do músico Evaldo dos Santos e do catador Luciano Macedo em 2019, pouco depois do fim da intervenção federal no Rio de Janeiro. Evaldo ia com a família para um chá de bebê, e seu carro foi alvejado por mais de 60 tiros de fuzil.

Viana, cofundadora e diretora-executiva da Agência Pública de Jornalismo Investigativo, mostra que esse não foi um evento isolado: pelo menos 35 pessoas foram mortas em situações semelhantes entre 2011 e 2019. De acordo com ela, há um padrão de não investigar e não punir os militares envolvidos nessas ações.

Neste episódio, a jornalista abordou as consequências do emprego das Forças Armadas na segurança pública e discutiu as origens da intensa participação dos militares na política brasileira nos últimos anos.

Mulher com cabelos na altura do ombro usando blazer preto
Retrato de Natalia Viana, autora de 'Dano Colateral' - Kholood Eid/Divulgação

Viana sustenta que os comandantes do Exército e das outras Forças precisam entender seu papel em uma democracia e que o retorno da normalidade democrática no país depende de uma profunda repactuação entre civis e militares. Não há sinais, no entanto, de que os generais pretendem se afastar do debate político e voltar para a caserna, afirma.

A resposta assinada pelos três comandantes quando houve uma crítica de um senador [Omar Aziz, presidente da CPI da Covid] de que havia uma banda podre nas Forças Armadas —uma resposta dura e ameaçadora— é um grave problema porque demonstra muito claramente a falta de respeito a outro Poder constitucional e a falta de autocrítica das Forças Armadas

Natalia Viana

jornalista

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O podcast entrevista, a cada duas semanas, autores de livros de não ficção e intelectuais para discutir suas obras e seus temas de pesquisa.

Já participaram do Ilustríssima Conversa Camila Rocha, pesquisadora da nova direita brasileira, Antonio Sérgio Guimarães, que recuperou a história do antirracismo no Brasil, Eugênio Bucci, que defendeu que redes sociais extraem o olhar de seus usuários, Rafael Mafei, autor de livro sobre a história do impeachment no Brasil, Kauê Lopes dos Santos, que debateu a economia política de Gana, Rosa Freire D’Aguiar, organizadora de coletânea de cartas de Celso Furtado, Fábio Kerche e Marjorie Marona, que fizeram um balanço dos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, Regina Facchini e Isadora Lins França, organizadoras de livro sobre direitos LGBTI+ no Brasil, Alessandra Devulsky, autora de livro sobre racismo e colorismo, Idelber Avelar, que discutiu a ascensão do bolsonarismo, entre outros convidados.

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