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01/03/2011 - 11h56

"Intranscendência da casa" o impediu de conhecer produção da fundação que deverá presidir, afirma Sader

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PAULO WERNECK
EDITOR DA ILUSTRÍSSIMA

A polêmica em torno da nomeação do sociólogo Emir Sader para a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa começou antes que ele se referisse à sua superior, a ministra Ana de Hollanda, como "meio autista", em declaração feita à Folha, reproduzida na Ilustríssima do último domingo.

Os planos de Sader para a instituição, anunciados em entrevista ao jornal "O Globo", inquietaram intelectuais da casa e de fora dela, que viram na ideia de voltar aos "grandes temas" do marxismo e à interpretação dos "grandes enigmas do Brasil contemporâneo" um desvio das atividades da casa, além do risco de aparelhamento político.

No trecho a seguir, o sociólogo explica sua visão da produção da Casa de Rui Barbosa, instituição voltada para a pesquisa e a conservação de acervos de intelectuais brasileiros. Segundo ele, a casa careceria de chama de "transcendência para entender o Brasil contemporâneo".

Depois de afirmar que as pesquisas em curso prosseguirão, Sader faz críticas à falta de "transcendência" dos estudos ali realizados: "A Casa deveria ter um diferencial em relação à universidade" e fazer "reflexões multidisciplinares, pautadas pelos enigmas do Brasil contemporâneo" e sobre "temas da esfera pública".

Ouça trecho da entrevista

Áudio 2

Questionado sobre se os estudos literários não teriam caráter público, Emir Sader afirma: "Esses estudos todos se desenvolveram muito fortemente e deles não transcenderam interpretações do Brasil contemporâneo. Você não voltou a ter Sérgio Buarque [de Hollanda]".

Ao ser indagado sobre os destaques na produção da casa, Emir Sader menciona três pesquisadoras (Isabel Lustosa, Flora Süssekind e Lia Calabre) e completa: "Eu não conheço direito, não conheço por ignorância minha, mas não conheço por intranscendência da casa". "Se você encontrasse o [atual presidente da casa] José Almino lá... Você olha aquilo lá e não sabe em que momento do país aquilo foi produzido. Eu também não me informei muito. Conheço a Isabel Lustosa de fora de lá, de fora da casa. As coisas da casa não chegaram a mim".

Sader conclui avaliando: "É um pouco violento para a casa vir alguém de fora, em relação à continuidade das coisas. Mas de dentro não saiu essa transcendência de colocar temas importantes".

Ouça trecho da entrevista em que Sader chama Ana de Hollanda de "meio autista"

áudio 1

 

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