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14/10/2011 - 17h47

Bíblia da autoajuda de Dale Carnegie ganha versão para era digital

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PAUL HARRIS
DO "GUARDIAN", EM NOVA YORK

O avô de todos os livros de autoajuda, que deu origem a toda uma "indústria" dedicada ao auto-aprimoramento, está sendo modernizado para adequar-se à era do Facebook e do Twitter.

"Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas" foi publicado originalmente em 1936. A versão atualizada do livro oferece um transplante improvável de preceitos dos anos 1930 para a era moderna de mídia social e da internet.

Três quartos de um século após o original, está sendo lançado "How to Win Friends and Influence People in the Digital Age" (como fazer amigos e influenciar pessoas na era digital). Muitos dos conselhos antigos sobre como impressionar pessoas e conquistar a amizade delas com interações cara a cara ou cartas desapareceram. Em seu lugar, há conselhos sobre como blogueiros devem interagir com seus leitores e um aviso sobre erros comuns cometidos por celebridades ao lidar com seus equívocos públicos.

O livro original foi baseado em uma série de palestras dadas por Carnegie, que partiu de uma infância pobre no Missouri para tornar-se um dos oradores públicos mais famosos do mundo.

A atração exercida por Carnegie se devia a sua atitude sempre positiva e sua crença na ideia de que alegremente demonstrar respeito e interesse pelas outras pessoas renderia dividendos. Seu livro foi uma sensação e permanece nas listas dos mais vendidos, tendo acumulado vendas mundiais estimadas em 15 milhões de exemplares. Mas como ele se sai na tradução para o mundo digital?

Mal, segundo alguns críticos. O "New York Times" foi implacável. "Estivesse Carnegie vivo hoje para ler este livro lamentável, ele colocaria a mão no peito... sorriria palidamente por alguns instantes (ele não gostava de fazer outros se sentirem mal) e então desmaiaria, caindo sobre seus flocos de milho", escreveu Dwight Garner. Ele desancou o uso de linguagem corporativa impenetrável, acrescentando: "Permita que eu conclua com a boa notícia. Seu livro original, não molestado, ainda pode ser encontrado nas livrarias."

Essa reação é semelhante à de muitos especialistas em mídias sociais e relações públicas. Embora o mundo para o qual Carnegie escreveu tenha mudado ao ponto de tornar-se irreconhecível, a mensagem essencial do autor continua a ser relevante. "Funciona porque ele fala de características humanas básicas: não minta, seja direto e agradável. Facebook e Twitter aceleraram a comunicação, mas não a mudaram por completo", opinou Ed Zitron, da TriplePoint PR, de Manhattan, especializada em mídia digital.

Dale Carnegie ensinou regras de interação muito simples, como procurar usar o nome de uma pessoa quando você conversa com ela ou a encontra pela primeira vez. Ouvir o que ela tem a dizer e, quando estiver discutindo suas ideias, deixar que outras pessoas falem bastante. Seja entusiástico, e nunca deixe passar uma oportunidade de fazer um novo amigo, já que você nunca sabe quando poderá precisar dele.

O livro foi feito originalmente de olho nas classes médias emergentes dos anos 1930 e 1940. Mas muitos especialistas dizem que é tão relevante hoje quanto foi na época, mesmo que, hoje, possa ser mais comum fazer novos contatos através de redes sociais que com um aperto de mãos.

"O livro está vivo e vai muito bem. Continua conosco hoje", comentou Marc Hoag, executivo-chefe do Venturerocket, um site de procura de empregos.

Hoag não tem muita paciência com quem utiliza o estilo informal do Facebook e Twitter em suas comunicações. Pode ser OK usar abreviações e erros ortográficos em mensagens entre amigos, mas isso ainda não é aceitável nas comunicações formais.

"Algumas candidaturas a empregos que recebo me deixam pasmo. Há erros simples de pontuação. Ainda há um lugar e uma hora para sermos corretos e fazer as coisas como devem ser feitas", disse ele.

Existem outras áreas, porém, em que as regras evidentemente mudaram. Dale Carnegie dava ênfase enorme às interações verbais e ao sorrir. Mas, disse Zitron: "As pessoas não seguem alguém no Twitter porque esse alguém é simpático. O seguem porque é uma autoridade em algum assunto."

Tradução de Clara Allain.

 

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