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Reestruturação societária impactou lucro da Oi em R$ 300 milhões
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LUCAS VETTORAZZO
DO RIO
O lucro líquido da Oi teria sido R$ 300 milhões maior no segundo trimestre se a empresa não tivesse sido obrigada a registrar em seu resultado a amortização do ágio referente à compra da Brasil Telecom (BrT) em janeiro de 2009.
A empresa concluiu o processo de restruturação societária no segundo trimestre deste ano e, a partir da data, precisou descontar de seu lucro líquido parte do valor pago a mais pelas ações da BrT.
O desconto será feito de forma parcelada a cada balanço e a Oi terá dez anos para amortizar uma quantia de R$ 9 bilhões. A primeira conta foi paga no final do segundo trimestre.
"Excluindo esse efeito, a operação da Oi no segundo trimestre registrou lucro líquido de R$ 364 milhões", afirmou o diretor financeiro Alex Zornig, durante coletiva de imprensa na sede da empresa, no Rio de Janeiro.
De abril a junho deste ano, o lucro líquido da Oi foi de R$ 64 milhões, contra R$ 274 milhões no mesmo período de 2011. A receita líquida atingiu R$ 6,9 bilhões, alta de 1,6% na mesma comparação.
Segundo Zornig, a Oi já pediu à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que esse ágio fosse abatido do patrimônio líquido da empresa, já que o desconto no lucro acaba afetando o montante pago em dividendos aos acionistas. O órgão regulador já estaria avaliando o assunto.
BLOQUEIOS
O presidente da Oi, Francisco Valim, reforçou que o bloqueio das vendas de novos pacotes (determinado pela Anatel desde o último dia 23) não trará prejuízos ao plano de negócios que a empresa traçou para o período de 2011 a 2015, que prevê investimentos totais de R$ 24 bilhões.
O executivo afirmou que o plano de negócios enviado à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) difere muito pouco do que a empresa já havia traçado para sua operação. As únicas mudanças, segundo ele, foram no cronograma de determinados projetos.
"Nós estamos tratando o assunto como pontual. Esse bloqueio das vendas foi um acidente de percurso", disse.
Ele assegurou que a empresa já vinha fazendo investimentos na melhoria da qualidade de sua rede quando a Anatel determinou a punição. Para esse ano, a empresa planeja investir R$ 6 bilhões, sendo que R$ 1,36 bilhão já foi realizado.
O executivo disse não ser possível mensurar quantos pacotes a empresa está deixando de vender no período do bloqueio, que impede a empresa de comercializar novas linhas em cinco Estados: Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Roraima e Rio Grande do Sul.
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