Publicidade
Publicidade
Política econômica do governo Dilma se cristaliza em 2012
Publicidade
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
A presidente Dilma Rousseff se aproxima do fim do segundo ano de mandato com uma política econômica para chamar de sua, afastando-se dos governos Lula e FHC.
Do regime de metas de inflação, nascido em 1999 e reforçado sob Lula, só restou a meta fiscal. Criado para funcionar sobre o tripé "câmbio flutuante, metas de inflação e superavit primário", o regime ficou apenas com o superavit primário (receitas menos despesas do governo, excluídos os gastos com juros), dizem economistas.
O modelo Dilma tem meta de inflação mais flexível, interfere com firmeza no câmbio -para desvalorizar o real- e persegue a meta fiscal (mais receitas que gastos), embora permita alívios na arrecadação de setores eleitos.
"Na prática, hoje temos um câmbio fixo, que flutua só dentro de uma banda", diz Samuel Pessôa, pesquisador da FGV e colunista da Folha.
A percepção é de que o governo administra o câmbio para manter o dólar cotado entre R$ 2 e R$ 2,10, o que dá mais competitividade às exportações e ajuda a indústria na disputa com importados.
A meta de inflação, instaurada no segundo mandato de FHC, também foi abandonada, dizem economistas. Na era Dilma, parece haver tolerância com a inflação acima do objetivo (hoje, de 4,5%).
Trabalha-se com um prazo de 2 a 3 anos para a inflação convergir para a meta, em vez do horizonte oficial de 12 meses, acredita José Luís Oreiro, professor de economia da Universidade de Brasília.
Mas a demora no ajuste deixa economistas em alerta, principalmente quando a inflação começa a acelerar e o governo não dá sinais de que deixará o dólar baixar para conter a alta dos preços. Menos ainda parece contar com preços mais em conta de importados.
"Há maior tolerância com estouro da meta: 4,5% é o centro, mas eles estão dispostos a aceitar a inflação no topo da meta, em 6,5%", afirma o ex-presidente do BC Gustavo Loyola, sócio da Tendências Consultoria.
Ao contrário dos antecessores, que usavam o remédio clássico para conter a aceleração da inflação (com a elevação da taxa de juros), o governo parece contar com outros instrumentos, como o controle de preços da gasolina e a redução das tarifas de energia elétrica.
"O governo tem a política explícita de apoio à indústria, mesmo que isso ocorra em detrimento da gestão macroeconômica", diz Loyola.
O sucesso dessa estratégia será medido no resultado da inflação do ano que vem.
Editoria de arte/Folhapress | ||
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice